Um recorte do livro “Desenvolvimento estético” de Meg Harris que a colega Nina Lira está traduzindo: “Minha abordagem dessas ideias pode ser melhor descrita como a aplicação da poesia à psicanálise, do que a aplicação da psicanálise à poesia, mas apenas no sentido de que a poesia, com seus séculos de experiência em simbolizar questões de mente-para-mente e revelações do tipo que chamamos de “auto-analítica”, pode ajudar a direcionar a atenção para o espírito poético que existe dentro da própria psicanálise, e, assim, melhorar sua performance . Assim como Bion descreve em Memoir, na discussão com “Eu mesmo”, o que Kant quis dizer na sua formulação “conceitos sem intuição são vazios e intuições sem conceitos são cegas”: BION: Eu conheço a citação a que você se refere, é claro, mas, foi isso que ele quis dizer? EU MESMO: Eu não tenho ideia do que ele quis dizer, mas eu estou usando seus “conceitos” para combinar com as minhas “intuições”, pois desta forma posso reunir um conceito e uma intuição, tornando possível sentir que eu sei o que quero dizer. Neste livro, que foi originalmente concebido como uma coleção de ensaios reimpressos, tentei tecer em uma narrativa coerente fragmentos do meu trabalho ao longo dos últimos trinta anos, combinando conceitos de Bion e Meltzer com minhas intuições, a fim de entender melhor ‘o que eu quero dizer’.” Obs. a imagem que ilustra este post é uma das gravuras de Meg Harris.
Recorte do livro "Desenvolvimento estético de Meg Harris" por Nina Lira
