"(...) e afundou naquele bafo sem tempo, sussurro sem som, onde a gente se lembra do que nunca soube, e acorda de novo num sonho, sem perigo sem mal, se sente". Guimarães Rosa
As palavras, o sentir, lembrar o que nunca se soube, um lugar sem tempo estão presentes na nossa prática psicanalítica, prática que comemoramos com orgulho no evento dos 25 anos da Revista Percurso, que trouxe neste marco uma homenagem ao trabalho psicanalítico de André Green.
Mas o sentir, as palavras, correm riscos hoje diante da medicalização da vida. A exuberância dos movimentos das crianças, os sofrimentos da alma e também do corpo, as lágrimas da perda de amor, os embates conflitantes da vida de cada um podem ser patologizados pelo DSM-5.
O uso de medicamentos pode ser fundamental em algumas situações e trazemos notícias do Grupo do Departamento que vem pensando como e quando medicar. Em uma interessante crônica falamos sobre Eduardo Coutinho, este artesão da poesia no cinema que embaralha ficção e realidade. Apresentamos também o trabalho com o Materno e o Infantil do Programa de Paraisópolis. O Encontro Internacional sobre o bebê, a Jornada do EBEP. Ou seja, os muitos lugares, estudos e trabalhos onde os colegas do Departamento estão presentes. Também estão presentes no Vamos falar de Saúde Mental, nas Vozes do SUS, no relato sobre as falas de René Roussillon na Universidade, na polêmica presente na mídia sobre as biografias. São muitos autores para nos contar destes fazeres e para realizar a circulação das palavras e dos fatos pelo Boletim em sua última edição de 2013.
Boas leituras!
Abraços da
Equipe Editorial
Cristina Barczinski, Elaine Armênio, Maria Carolina Accioly, Mario Pablo Fuks,
Nayra Ganhito e Sílvia Nogueira de Carvalho