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    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    37 Abril 2016  
 
 
EDITORIAL

EDITORIAL


A história não se repete só como tragédia ou farsa. Os movimentos libertários de agora – por melhores escolas, transportes e pelos direitos das mulheres – trazem uma corrente de ar fresco ao cenário nacional assombrado pelo ódio e pela desesperança.

Baruch de Espinosa se perguntava: se o homem nunca experimentou a liberdade, o que é isso que o faz eternamente lutar por ela? E respondeu: o desejo.


Assim Antonio Lancetti, Maria Rita Kehl e Aldo Zaiden terminam o artigo de opinião publicado em janeiro deste ano no jornal Folha de São Paulo, no qual positivam as forças do movimento da luta antimanicomial frente ao retrocesso na coordenação da política de Saúde Mental brasileira. Assim também começamos apresentando nosso 37o Boletim, que discute este tema fundamental. Discute ainda as potências desejantes que se manifestaram na ocupação das escolas estaduais de SP feita por estudantes em busca de uma reordenação dos poderes comunitários, assim como na circulação da palavra daqueles que, no trabalho das Clínicas do Testemunho dos institutos Sedes e Projetos Terapêuticos, construíram túmulos possíveis para sofrer as dores do excesso, da exceção. Assim escolhemos, por fim, a xilogravura de Severino Borges para figurar as relações entre psicanálise, política e vida que há 30 anos nos ocupam – e seguem nos ocupando neste momento em que tantos nos juntamos no Ato dos psicanalistas pela sustentação e apoio incondicional à democracia no Brasil.

Unidos do inconsciente - um bloco de carnaval; as singularidades na admissão de 4 novos membros; o projeto Laborar – atendimento grupal de trabalhadores em sofrimento psíquico; a renovada homenagem ao saudoso Pedro Coelho; uma aula inaugural e as hibridações entre língua, cultura e gênero compõem nossas notícias do Departamento. Reportagens em torno das diversidades do campo psicanalítico registram interessantes trabalhos apresentados na Unifesp, na Abebê e no instituto Vox. Em comum, processos de subjetivação. Dois convites – à literatura e ao sono – atravessam nossa edição, na aposta da sustentação coletiva das tramas simbólicas de que somos feitos.

Por fim, no fechamento desta edição, nosso lamento pelo falecimento de Maria Ângela Santa Cruz (1953-2016). Presente na memória de todos os que fazem a história brasileira da democracia, dos direitos humanos e de uma psicanálise libertadora, Ângela era membro do nosso Departamento e da equipe gestora da Clínica Psicológica, na qual vinha desenvolvendo A Clínica Grupal com adolescentes e jovens – uma clínica da afetabilidade. A ela dedicamos este Boletim.

Com abraços da

Equipe editorial
Cristina Barczinski, Elaine Armênio, Maria Carolina Accioly,
Mario Pablo Fuks, Nayra Ganhito, Sílvia Nogueira de Carvalho e Tide Setúbal.




 
 
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