Junho de 2021: meio ano se passou e outra vez é tempo das invocações. Então chamamos Daniel Senise com Chico Buarque e mestre Marçal para lembrar São Sebastião, protetor das florestas e ligado aos dons da dança, do canto e das artes visuais: São Sebastião crivado/ Nublai minha visão/ Na noite da grande/ Fogueira desvairada…
Dentre desvarios vários seguimos vivendo, tais como os retratados em nossas crônicas da quarentena, em nosso mal-estar na cidade, no dossiê de referências para pensar a pandemia, no artigo do grupo Famílias no século 21 a inaugurar nossa seção Decolonial, na urgência de ações afirmativas e processos de reparação nas instituições de formação psicanalítica - tão bem registrada no evento promovido pelo grupo A cor do mal-estar .
Faz falta a Estação Primeira de Mangueira, sua batucada. É assim essa insistência no direito à mitologia brasileira de primeira grandeza segundo Carla Belintani ou no direito à arte abordado por Ana Tatit ou ainda à literatura, conforme Eva Wongtschowski no trabalho vital realizado pelo Dia Mundial da Saúde em parceria Sedes-SESC.
O bem lembrado livro dos abraços de Eduardo Galeano toca ainda ao direito à amizade, esse que também se expressa na delicada homenagem assinada por Fátima Milnitzky a nossa colega Leonor Rufino.
Não percam ainda o vigor das sexualidades pensadas por Silvia Alonso em seu último artigo da série Trânsitos subjetivos, as forças de ligação investidas pelo Movimento Articulação para despistar homenagens fakes e reservas de exclusividade, assim como o registro em vídeo do interessante lançamento de Debates clínicos 2. Seguimos juntos, com as boas-vindas a 5 novos membros em nosso Departamento!
Passemos ligeiro à potência dessas leituras. Afinal, desde Lacan, será preciso fazer o amor mais digno do que a profusão do palavrório.
Com abraços da
Equipe editorial
Camila Flaborea, Carmen Alvarez, Cristina Barczinski, Daniela Athuil,
Fernanda Almeida, Mario Pablo Fuks e Sílvia Nogueira de Carvalho.