Se há prece:
Que Sergio Mamberti (1939-2021) não tenha morrido, senão encantado - ao modo como encantou sua presença na recente laive do Sedes, por ocasião da semana da luta antimanicomial. Senhor do seu tempo.
Que esse traço antimanicomial brasileiro perdure em nossas políticas da vida cotidiana - feito Jones Manoel inaceitando a sugestão de “intervenção psiquiátrica” frente à gravidade da situação política atual.
Que nos armemos de coragem, dançando com Jorge Drexler a guerrilha da concórdia e cantando com Izzy Gordon a vingança que convém.
Que venham outras tantas matérias do cotidiano, passagens do tempo, silêncios eloquentes, vozes visíveis, poéticas políticas, inquietações urbanas, trocas calorosas que avançam, receptividades, apresentações públicas, espaços clínicos aprimorados, mergulhos na mente coletiva, mapas da saúde, corpos linguageiros em raias poéticas, gestos de amizade. Tais como as expressivas aberturas de nossa respiração coletiva de que aqui dispomos, graças ao trabalho consequente dos autores desta edição.
Se apresse:
Procura-se um modo ameríndio de suspender o céu.
Com abraços da
Equipe editorial
Camila Flaborea, Carmen Alvarez, Cristina Barczinski, Daniela Athuil,
Fernanda Almeida, Mario Pablo Fuks e Sílvia Nogueira de Carvalho.