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    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    47 Setembro 2018  
 
 
NOTÍCIAS DO DEPARTAMENTO

DÉBORAH DE PAULA SOUZA E CARLA BRAZ METZNER SE TORNAM MEMBROS DO NOSSO DEPARTAMENTO


A Comissão de Admissão informa ainda que Maria Cecília Galli voltou a ser membro de nosso Departamento de Psicanálise



ELISA À DERIVA. SOBRE A APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE DÉBORAH DE PAULA SOUZA




LILIANE MENDONçA [i]



No dia 29 de junho tivemos a apresentação pública de Déborah de Paula Souza, com o caso clínico intitulado Elisa à deriva. Psicanalista e jornalista, tendo já uma atuação no Departamento, Déborah trouxe um caso “de formação”, inicial em sua prática na Clínica Psicológica do Instituto Sedes Sapientiae. No inicio do processo analítico, Elisa apresentava uma fala excessiva, “hemorrágica”, e extrema dificuldade em se subjetivar e diferenciar do filho, também atendido na Clinica Psicológica do Instituto. A intensidade do atendimento, suas urgências e a dificuldade da paciente em lidar com perdas, separações e com a lei, demandaram da analista uma escuta sensível e delicada, e ao mesmo tempo assertiva, havendo, no transcorrer do processo um deslocamento na paciente do barulho à tristeza. O caso clínico mobilizou os presentes e levantou questões sobre a importância e a potência do atendimento dentro da Instituição no estabelecimento e sustentação de redes e parcerias.



DO QUE FALA WAGNER NOS SILÊNCIOS DO SEU BARULHO: A ESCUTA POLIFÔNICA NA PSICANÁLISE TRANSMATRICIAL NA CLÍNICA COM CRIANÇAS. SOBRE A APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE CARLA BRAZ METZER



ROBERTO VILLABOIM[ii]



No dia 17/08/2018, Carla Braz Metzer fez sua apresentação pública finalizando o processo de admissão a membro do Departamento de Psicanálise, dando início à sua primeira atividade como membro.

Ela apresentou o caso clínico: Do que fala Wagner nos silêncios do seu barulho: a escuta polifônica na psicanálise transmatricial na clínica com crianças.

Como o próprio título do trabalho mostra, a analista colocou em discussão o conceito proposto por Luís Claudio Figueiredo sobre uma escuta ampliada das várias dimensões do inconsciente em suas expressões verbais e não verbais, chamada de polifônica. Escuta esta que abarca as matrizes freudo-kleiniana e a ferencziana.

De forma muito sensível, Carla apresentou seu trabalho clínico com Wagner, um menino de cinco anos diagnosticado com hiperatividade e sintomas autísticos. Wagner vivenciou uma história familiar repleta de rupturas e perdas, na qual os vínculos não eram confiáveis e poderiam romper a qualquer momento. Sua pergunta que inicia o processo é: do que fala Wagner nos silêncios do seu barulho?

Possivelmente, como ela relatou, fala do medo de ser abandonado, do medo do colapso conceitualizado por Winnicott, de não encontrar o objeto amoroso, de um momento traumático do passado.

Através do relato de algumas sessões apresentadas no trabalho, que propiciou ao público presente o acompanhamento vivo do processo analítico de Wagner e consequentemente do trabalho de Carla, verificamos um encontro possibilitador com o objeto, através do brincar e da consequente capacidade de acalmar, onde pôde experimentar a continuidade/descontinuidade na permanência do vínculo na transferência com a analista.



[i] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, integrante de sua Comissão de Admissão.

[ii] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, integrante de sua Comissão de Admissão.




 
 
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