|
| |
PUBLICAÇÕES | |
|
JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS |
|
|
48 |
Novembro 2018 |
|
|
NOTÍCIAS DO DEPARTAMENTO
VILA ITORORÓ CANTEIRO ABERTO
ANA CAROLINA VÁSÁRHELYI DE PAULA SANTOS [i] Clínicas republicanas e democráticas, mesa 3: Ana Carolina, Anna Turriane, Marta Azzolini e Rita Kehl. Foto de Noemi Moritz Kon. A Clínica Pública de Psicanálise funciona no Canteiro Aberto da Vila Itororó há pouco mais de dois anos. Meu intuito aqui é trazer um retrato talvez diferente daqueles que capturam um instante, porém mais parecido com aqueles de longa exposição por onde se vê, através dos movimentos, o tempo representado na figura. Porque a história da Vila Itororó se mistura com a história da Clínica Pública. Vou explicar: a Vila Itororó é um palacete que foi construído lentamente por um jovem, de família portuguesa, chamado Francisco de Castro, desde 1910 até 1922, quando foi inaugurada. Durante esses anos ela foi sendo erguida por partes, num projeto que fugia completamente aos modelos convencionais de construção. Castro levantou seu palácio em etapas, de forma artesanal, sobrepondo um andar de cada vez, um em cima do outro até o terceiro. Ao redor da casa, plantou pilastras gigantes que serviram de apoio a uma sacada no último andar. Para sua feitura foram usados materiais de demolição da cidade, inclusive muito desse material veio do antigo teatro São José, no Vale do Anhangabaú. Castro foi incrustando cariátides, bustos, colocando vasos gigantes ao redor, águias de ferro e leões feitos de cimento, concretizando, assim, seu projeto onírico. Houve quem chamasse sua obra de surrealista, uma produção espontânea. Em volta do edifício principal, onde morou desde o início da obra, construiu mais 10 conjuntos, cada um com uma característica específica. Queria o imóvel para uso próprio e para rendimento. Desejava também promover encontros culturais, produzir festas e que as atividades fossem abertas ao público. Um espaço comunitário a céu aberto que incluiu a primeira piscina comunitária num terreno particular em São Paulo. A arquitetura do conjunto foi pensada como um todo a favorecer a sociabilidade entre os moradores. Havia um grande pátio ao redor do palácio e uma área ajardinada, onde se podia plantar. Francisco de Castro vive na Vila até 1932 quando morre com 55 anos de idade. Depois de sua morte o conjunto vai a leilão e é comprado por Augusto de Oliveira Camargo, um empreendedor que doa o dinheiro do aluguel do conjunto para sustento do hospital Santa Casa de Indaiatuba. Quando Oliveira falece, quem herda a Vila é sua esposa, que transfere a administração da Vila a uma instituição beneficente ligada à Santa Casa de Indaiatuba. A partir daí a Vila vai se deteriorando com a ação do tempo, somada à falta de manutenção mínima. Os aluguéis sofrem uma queda em São Paulo e a Vila vai sendo abandonada pela proprietária que, em 1997, deixa de enviar os boletos de pagamento aos moradores. Por causa da condição precária do prédio principal, uma equipe de arquitetos preocupados com sua preservação faz um projeto pedindo seu tombamento e sugere a transformação do local, de uso primariamente habitacional, em pólo cultural. Esse projeto de transformação da Vila não passou e foi fortemente combatido por um outro tipo de discurso, que defendeu a preservação do uso habitacional da Vila e evitou sua exploração para fins comerciais. Depois de muitas idas e vindas, que não convém detalhar aqui, a Vila foi finalmente tombada e retomado o projeto do Centro Cultural, mas dessa vez o projeto foi pensado de forma bem diferente. A história da Vila Itororó é muito rica, desde sua construção até hoje. O que se passou ali deve ser conhecido. Representa muito do que, a meu ver, é um dos sustentos ou um dos lastros que orienta e coloca a Clínica em curso, onde história e lugar de memória se enlaçam. Mas a história da Clínica começa em janeiro de 2006, com a notícia do despejo. Quando Graziela Kunsch, que já tinha envolvimento com movimentos de moradia, viu a notícia do tombamento numa nota de jornal, foi verificar o que estava acontecendo. Ao se aproximar dos moradores e perguntar sobre o que ocorria, verificou que não sabiam sobre o projeto da Prefeitura, mas que haviam recebido a nota de despejo. Estavam sem saber o que fazer. Não é simples para ninguém ter que, de repente, abrir mão de sua casa, de seu cotidiano, de seu entorno, por uma ordem de despejo. Havia pessoas que lá moravam há 20, 30 e até 60 anos. E eles foram simplesmente avisados de que seriam obrigados a sair dali. Isso significa que seus direitos de usucapião não seriam reconhecidos. Aos poucos as famílias foram se organizando. Formaram uma comissão de resistência e lutaram por seis anos para que suas histórias não fossem apagadas. Eram, ao todo, 71 famílias. Eles exigiram o direito de serem ouvidos, consultados e, ao final, conquistaram o direito de serem realocados em moradias alternativas situadas no próprio bairro onde moravam. Foi a partir dessa vivência que surgiu a ideia de oferecer atendimentos para esses moradores vítimas de violência. A Clínica Pública nasceu dessa necessidade. Grazi e Daniel Guimarães, que é psicanalista, fundam uma Clínica Pública para oferecer atendimentos a essa população que não teria acesso aos consultórios particulares de psicanálise. Eles organizam o projeto, a criação do espaço e a equipe clínica. O trabalho começa em junho de 2016, com a proposta de reparação psíquica dessas famílias. Junto a isso, se propõe também a atender outras vítimas de violência do mercado e do Estado, como, por exemplo, militantes de movimentos sociais. Acho importante contar essa história, pois a clínica nasce desse desejo político. Num alargamento da noção do que é cultura e do que se espera de um centro cultural, a Clínica Pública hoje funciona no Canteiro aberto da Vila Itororó, um espaço montado dentro de um galpão ao lado do palacete, que serve de base de operações para o restauro. A decisão pelo restauro aberto já foi resultado desse processo de luta e resistência. O galpão foi inaugurado como um experimento de centro cultural que incentiva o uso espontâneo. No lugar de fazer uma obra de restauro a portas fechadas, para ao final do processo inaugurar um centro cultural, o projeto consiste na construção coletiva desse centro, no presente. Com a ideia de que o que acontece nesse centro hoje possa determinar, organicamente, o que será esse centro cultural no futuro. Uma organização que vai se fazendo de baixo para cima e que diz respeito aos reais usos e necessidades da população que o utiliza. Hoje, a Clínica Pública oferece atendimentos gratuitos, realizados nesse galpão, com plantões aos sábados. A fila funciona por ordem de chegada, e cada analista oferece mais ou menos quatro horários por sábado - às 10, 11, 12:30 e 13:30 -, com sessões que duram de cinquenta minutos a uma hora, mantendo a mesma dupla de analista e analisando. Apostamos nesse trabalho sustentado pela transferência. Porém, não há impedimentos em relação a uma mudança de profissional. Fora o plantão aos sábados, cada analista dispõe de pelo menos um outro período da semana em que trabalha com atendimentos individuais continuados. Somos um grupo de 12 analistas e recepcioanalistas e dois artistas. O recepcioanalista é aquele que fica lá na frente nos plantões de sábado, recebendo quem nos procura e organizando os atendimentos. Os pacientes são atendidos prioritariamente por ordem de chegada. Nosso grupo é formado pelos coordenadores Dafne Mello, Daniel Guimarães, Graziela Kunsch e Frederico Tell Ventura, e os analistas Breno Zúnica, Camila Bassi, Camila Kfouri, Daniel Modós, Fernando Pena, Isabel Drummond Welffort, Manuela Ferreira, Veridiana Dirienzo e eu. Temos como supervisores dos atendimentos Heidi Tabacof, Maria Silvia Bolguese, Marta Azzolini e Mauricio Porto. O que temos em comum é o profundo respeito e a curiosidade com o que pode a psicanálise. Atendemos uma média de 370 pacientes por mês, em atendimentos individuais, que acontecem aos sábados e em dias de semana, e nos grupos, que acontecem aos sábados. O trabalho de grupo nasceu de maneira espontânea a partir da necessidade de dar rumo a quem sobrava na fila. Como muitas vezes os pacientes iniciavam uma conversa durante essa espera e o Daniel e o Fred já tinham vontade de trabalhar com grupos, foi só juntar a fome com a vontade de comer. O grupo funciona aos sábados, tem uma turma assídua, que vem todo sábado e outra flutuante. Para o grupo não é necessário marcar hora nem fazer algum aviso prévio, é só chegar. Meu encontro com a Clínica se deu em julho de 2017. Por acaso, ao procurar no Google um lugar onde eu pudesse fazer oficinas de clown, achei um encontro de palhaças que aconteceria na Vila Itororó. O nome me chamou muito a atenção; entrei no site e vi escrito Clínica Pública de Psicanálise, mas não entendi a princípio. Pesquisei mais um pouco e vi que o site era bonito e bem feito. Quis conhecer aquele trabalho. Fiz contato com o Daniel Guimarães, que me recebeu com Dafne Melo numa conversa de quinze minutos, no horário de intervalo deles. Não entendi direito como aquilo funcionava, mas tive certeza de que eu queria trabalhar ali. Vi na Vila uma chance de unir diferentes áreas pelas quais tenho muito interesse e que me acompanham durante a vida, que são a psicanálise, as questões sociais, a arte e a filosofia. Seguimos a conversa, passei por duas entrevistas cuidadosas, acompanhei algumas supervisões e depois de algum tempo comecei a atender nos plantões de sábado. Logo de início muitas questões surgiram, e compartilhei com o grupo. Ouvi o seguinte: Ana, essas perguntas a gente também se faz. Aí eu percebi que aquele não era lugar de respostas prontas. O que me lembrou Blanchot quando diz que a resposta é a desgraça da pergunta. Tem questões que circulam e não sossegam. Como essa: como um paciente atendido nos plantões de sábado migra para um atendimento continuado semanal? Quais são as regras? Acho que agora vale dizer como inventamos modos de nomear aquilo que não conhecemos. Vou contar a história do critério Filomena: num sábado após os atendimentos, fomos à cozinha do galpão, onde os operários da obra fazem suas refeições, para mais uma supervisão. Encontramos fixados nas paredes alguns bonecos feitos de papelão e colagem com alguns objetos dos antigos moradores encontrados na obra. Tinha uma boneca específica chamada Filomena, que trazia desenhado no peito um coração enorme, gordo, bonito e vermelho. Naquela supervisão, mais uma em que discutíamos cuidadosamente o caso de um paciente transferido do plantão para o atendimento semanal, nomeamos o critério Filomena. A passagem, então, não se daria pela posição do paciente na lista de chegada ou pelo tempo de atendimento, mas pela chegada ao coração do analista. Que pode ser pela gravidade do caso, pela qualidade da transferência, ou qual seja o motivo que faça o critério Filomena funcionar. Afinal, o prazer de atender do analista também tem que valer. É mais ou menos assim que vamos nos organizando sem burocratizar, reconhecendo nossos limites, sem nos limitar. E encontrando modos reguladores que não são regras fixas. O Galpão hoje é esse espaço destinado ao uso comunitário e espontâneo. Lugar de muitos acontecimentos. Tem um piano, que às vezes faz trilha sonora para os atendimentos, que erra, mas quando acerta é incrível. Quem sabe tocar senta, e quem não sabe também. Tem uma mesa de ping-pong bastante disputada, ensaios de circo, aulas de dança, grupos de estudo, ensaios de esgrima medieval, redes para descansar, uma cozinha comunitária aberta, uma oficina de marcenaria, o Fab Lab Livre SP e a Clínica. Tudo isso junto, dividindo os espaços com respeito, e às vezes nem tanto. Os cruzamentos entre a Vila e a Clínica são constantes. Tem paciente que fica para o almoço comunitário, que acontece uma vez por mês, um rapaz deprimido que participa do campeonato de ping-pong com as crianças depois da sessão ou outro que nos convida para sua apresentação, que preparou na aula de teatro. A primeira vez que eu atendi, me deparei com uma paciente que estava sentada jogando uma partida de xadrez com o César, um senhor de rua, alcoolista, conhecido frequentador da Vila. Me aproximei para chamá-la para a sessão, ao mesmo tempo constrangida em interromper o jogo, mas como tínhamos um horário tive que intervir. Percebendo minha situação ela se levantou depressa dizendo que não havia problema nenhum, já que ela não queria mesmo vencer. Fiquei com aquilo, e logo outra afirmação foi se descortinando a partir dessa fala, “não gosto de ganhar”. Em nossa conversa ela se apresenta como alguém que gosta de brincar, mas não de ganhar, diz que prefere o empate. Uma moça bastante comprometida por uma doença mental diagnosticada que lhe retirava do jogo da vida. Funcionária pública que estava afastada, internada num hospital dia, sem poder exercer sua profissão por incapacidade emocional. Dizia não saber o que fazer com os delírios que tinha, onde se via como um soldadinho de chumbo cumprindo funções operacionais dentro de uma grande máquina, não lhe dando outra saída que não a alienação. Ela estava fora, não queria ganhar esse jogo. Outra paciente falava em como a análise estava abrindo questões difíceis que haviam sido enterradas há muito tempo, e de seu temor em tocá-las. Esta paciente procura a Clínica para tratar de “questões que vêm do útero”, diz ela, sofrendo de crises de pânico que a impedem de sair de casa e de retomar sua vida, desde o nascimento de sua filha já há um ano. Enquanto ela falava, aparece um dos moradores de rua conhecido por nós pelo apelido de Bin Laden e ela leva um susto, ao que ele reage abrindo os braços largos, como quem mostra que não traz nada consigo além de si mesmo, olha para o chão ao seu redor e diz: “Tá com medo de quê? Quem reconhece sua sombra não tem do que se assustar”. Nós nos olhamos e entendemos como aquilo fazia parte da sessão. Eu gosto de pensar no Galpão como um terceiro elemento da cena analítica. Pensei nisso quando ouvi uma paciente dizer: “Você sabe, né Ana, que você e a Vila são minhas companheiras, minhas interlocutoras”. O Galpão é um espaço que acolhe analista e analisando. Diferente do analista em seu consultório recebendo um paciente, na Vila estamos os dois indo até lá para fazer uma coisa juntos, num território livre. Esse é um enquadre possível. Um modo inventado para propiciar esse tipo de encontro. Grande parte das pessoas atendidas por mim nunca fez análise antes. Lembro de uma moça, que chega e senta na minha frente e, muito envergonhada, pergunta: “O que eu faço?”. Ouço a sua pergunta e silencio. Penso que sua pergunta pode estar referida a uma posição subjetiva, de histeria ou de defesa, mas também fala da situação analítica. Está colocado que ela não sabe como compor esses dois planos. E continua: “Sabe o que é, nunca imaginei que eu pudesse fazer análise, achei que isso não era para mim”. Mal acaba a frase e irrompe num choro profundo, cobrindo o rosto com as mãos. Uma menina negra cuja mãe foi menina de rua que nunca pôde estudar, assim como seu pai, que trabalhava como empacotador em um supermercado. Os dois trabalharam muito e conseguiram criar seus dois filhos com dificuldade, sempre fizeram questão dos estudos e ela conseguiu “furar a bolha” (expressão dela) e entrar numa faculdade pública de São Paulo. Faculdade que não consegue frequentar. Ensaia suas idas quase todos os dias. Em muitos, se consegue sair de casa, logo volta quando chega ao portão. Me diz perplexa, “Aquilo é um outro mundo”. Conta que não existem negros em sua faculdade. Aquilo não é para ela. Até agora tem conseguido vir às sessões. Qual é a relação destes pacientes com a Clínica? Alguns pacientes perguntam, querem saber por que estamos lá e qual nossa relação com o Galpão. Respondo que estou lá porque quero. Porque julgo importante que a psicanálise chegue aos lugares onde ela é necessária. Digo que gosto de trabalhar junto, ao contrário do trabalho solitário dos consultórios. Temos uma boa equipe e ótimos supervisores com os quais consigo tecer um saber. Esse trabalho me dá ânimo e me aviva. É uma posição política. Outros pacientes nada perguntam, fico pensando se para eles somos uma oferta da Vila junto a seus usos espontâneos, como o fogão por exemplo, ou seja, temos bastante uso. Penso com Radmila Zygouris, que diz: “Aquilo que cura é, antes de tudo, a relação, ou seja, o vínculo, a partir do qual é possível pensar, se pensar, dar início ao processo de separações psíquicas necessárias a uma vida autônoma”[ii]. Através desse vínculo se faz caminho para o trabalho com as resistências. Nesse sentido vejo como é difícil e importante se descolar das generalizações e estatísticas, ou mesmo das escolhas identitárias. Estatísticas que incluem o indivíduo num grupo, que dão por isso um lugar e acolhem, mas que ao mesmo tempo ameaçam, porque fixam e tiram a liberdade de ser. Perguntas que ouço frequentemente, como: “Quantas pessoas negras tem na faculdade, qual é a probabilidade de uma bicha-preta ser assassinada no meio da rua, qual o índice de suicídio na população bissexual” e etc... São falas que aparecem duras, que não oferecem saída e que, a partir da escuta, podem colocar alguma diferença para o sujeito, ao se ver saindo da angústia por seu percurso singular, por uma invenção de um outro caminho possível que pode advir de um processo analítico. Ainda citando Zygouris: “Há vários canteiros de trabalho que estão a nossa espera. A psicanálise não existe fora do exercício da psicanálise. Não existe análise senão aquela que está sendo feita. A psicanálise está sempre se fazendo, é uma prática em ato”. Gosto de pensar que não existe A Psicanálise, mas psicanalistas. A Clínica Pública faz algumas bordas, ela está entre o público e o privado, entre o abandono e o cuidado. Ela é meio rua, meio consultório. Por sua proximidade com os limites demos a ela o nome de clínica do fim do mundo. Nome que conjuga tanto o tipo de clínica que praticamos quanto a situação de muitos pacientes que nos procuram. Clínica do fim do mundo que trabalha na construção de uma ponte para um lugar de escuta. Gostaria de finalizar com uma citação de Freud de 1919 em Caminhos da terapia analítica, que considero atual: “Pode-se prever que em algum momento a consciência da sociedade despertará, advertindo-a de que o pobre tem tanto direito a auxílio psíquico quanto hoje em dia já tem a cirurgias vitais. E que as neuroses não afetam menos a saúde do povo do que a tuberculose, e assim como esta não podem ser deixadas ao impotente cuidado do indivíduo. (...) Esses tratamentos serão gratuitos. Talvez demore muito até que o Estado sinta como urgentes esses deveres. As circunstâncias presentes podem adiar mais ainda esse momento. Talvez a beneficência privada venha a criar institutos assim; mas um dia isso terá de ocorrer.[iii]” [i] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, integrante do grupo de trabalho Sexta Clínica e da equipe de analistas da Clínica Pública de Psicanálise da Vila Itororó. [ii] Radmila Zygouris, Psicanalise e Psicoterapia. São Paulo: Via Lettera, 2011 . [iii] S. Freud, “Caminhos da terapia psicanalítica” (1919). Obras completas, vol.14, trad. Paulo César de Souza. São Paulo, Companhia das Letras, 2010, p. 291-292.
| | | |
|
|
|
|
|