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    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    53 Abril 2020  
 
 
NOTÍCIAS DO DEPARTAMENTO

DOIS NOVOS MEMBROS SE APRESENTARAM AO DEPARTAMENTO EM NOVEMBRO DE 2019


APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE BRENO HERMAN SNIKER: CASO GEORGE



SILVIA MARIA DE MORAES GONÇALVES [1]



No dia 8 de novembro de 2019 Breno Herman Sniker finalizou o seu processo de admissão ao Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, com a apresentação do Caso George. Do seu percurso acadêmico, Breno, psicólogo de formação, se ateve a algumas inquietações acerca da subjetividade, das suas mais variadas tradições e concepções, de como considerar as teorias naquilo que se refere ao outro e aos fenômenos, à ideia do irrepresentável, que se tornou tema do seu mestrado. Questiona o papel da filosofia dentro de um projeto psicanalítico.

Propõe-se a descrever, no decorrer do seu trabalho, o seu pensamento clínico em operação no momento de suas intervenções frente a um paciente usuário de drogas e com uma estrutura psicótica. Intervenções, algumas vezes, bastante inusitadas, que parecem surpreender até mesmo ao analista. Num primeiro momento seus manejos funcionavam como suplência à falta de mediação de seu paciente com o mundo, permitindo a construção de uma função simbólica a partir de operadores que ele havia trazido. Algumas intervenções caminhavam no sentido de afirmações e negações, criando uma função de reconhecimento, possibilitando uma melhor organização do paciente, uma proto-função simbólica para se relacionar com o mundo. A presença do analista comparece para organizar as questões do paciente. Este resiste ao campo do comum pois o retira do seu narcisismo; apazigua suas construções delirantes paranoicas, mas o coloca numa posição castrada, impossível para ele. O analista procura um esvaziamento parcial do narcisismo de seu paciente, promovendo uma posição possível deste no laço social. Estes são temas que percorrem o seu trabalho: a criação de campos de diferença, de esvaziamento narcísico e de traduções do laço social.

Sua apresentação revelou um manejo delicado de um analista sensível em relação a um paciente grave.

Seu pertencimento só vem enriquecer nosso Departamento com suas contribuições e trocas nos espaços a que já pertence e aos outros a que pode vir a pertencer.





APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE MARCIA ARANTES, FINALIZAÇÃO DO PROCESSO DE ADMISSÃO NO DEPARTAMENTO DE PSICANÁLISE



PAULO JERONYMO PESSOA DE CARVALHO [2]



Na noite do dia 8 de novembro de 2019, a Comissão de Admissão do Departamento de Psicanálise reuniu-se, em reunião pública e junto com vários membros do Departamento e outros convidados para ouvir e debater a apresentação do trabalho clínico de Marcia Arantes que, com essa apresentação, finalizava seu processo de admissão. O título do trabalho é Estudo de caso clínico.

Marcia é psicanalista e já esteve muito próxima do Departamento de Psicanálise por longos anos, sendo inclusive professora do Curso de Psicanálise por algum tempo. Porém afastou-se e passou longe por um período, até decidir que seria importante retomar o vínculo de pertencimento com nossa instituição. Inscreveu-se então no processo de admissão que hora conclui e volta a participar de nossa vida institucional.

O trabalho que apresentou nessa noite de novembro trata de uma análise que se desenvolve em dois tempos. A princípio, de uma menina na puberdade e, depois, uma jovem mulher tentando dar conta de suas angústias e de sua vida. O texto é interessante e delicado, tratando dessa moça e sua neurose em transformação. Mas, principalmente, tratando da movimentação da analista a partir de sua escuta da paciente; da movimentação analítica da analista, quase de sua dança analítica com a paciente, fazendo mover o discurso, criando brechas, amolecendo defesas graníticas e fazendo aparecer palavras significativas. Transformando; conhecendo e transformando.

Muito interessante também nesse trabalho é observar como ele se volta sobre ele mesmo para problematizar a escrita clínica. A questão da escritura de um texto psicanalítico: o escrever como uma outra experiência, distante da escuta. Trata-se de restos, de certo tipo de memória que se reconstrói, de um trabalho de ressignificação. Então, antes de o texto pintar o papel, este é um pensamento-sonho. Uma experiência-sonho, uma rêverie, que se transforma em texto. Um texto clínico e psicanalítico.

Um trabalho muito rico e interessante, que abrilhantou essa noite de novembro e que trouxe de volta essa nossa colega, a Marcia Arantes.





[1] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.

[2] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.




 
 
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