APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE ADMISSÃO DE ANA RAQUEL BUENO MORAES RIBEIRO
PAULO JERONYMO CARVALHO[1]
Na tarde de sexta-feira dia 5 de março desse ano, 2021, reuniram-se a Comissão de Admissão do Departamento de Psicanálise, a recém-admitida Ana Raquel e vários colegas e amigos para assistirem à apresentação pública do trabalho clínico que Ana escreveu para seu processo de admissão.
Ana Raquel nos conta em seu memorial um longo e interessante percurso que a trouxe até à psicanálise e ao Departamento. Um percurso não somente intelectual e acadêmico como também geográfico. De sua formação original em agronomia e sua passagem por anos no Mato Grosso do Sul ela encontrou seus caminhos até aqui e estes passaram sobretudo pelas vias do trabalho em projetos sociais. A se destacar posteriormente, sua formação em psicologia na PUC-SP, seus interesses variados na clínica institucional com crianças e famílias, seu trabalho longo e muito interessante no Instituto Fazendo História. E todo um percurso de aproximação ao Departamento de Psicanálise.
Como propôs Ana Raquel no seu resumo da apresentação: “O que pode um analista diante da angústia? O caso a ser apresentado discute aspectos teóricos e do manejo clínico de um quadro fóbico em uma mulher adulta. Fragmentos de quatro anos de um processo analítico ilustram a trajetória de elaboração de um paralisante medo da morte e de caminhos de uma vida possível.” Foi esse seu trabalho apresentado naquela tarde de sexta-feira, sob o título: Do medo da morte à vida possível: um caso de fobia. A apresentação foi muito rica, dando ensejo a variada discussão a partir de diversas perguntas apresentadas pela Comissão de Admissão e pelos colegas presentes.
No mais é dizer: bem-vinda Ana Raquel, que aqui nessa nossa congregação de analistas frutifiquem ainda mais suas pesquisas e seu percurso psicanalítico.
APRESENTAÇÃO DE CAMILA FLABOREA
SÍLVIA MARIA DE MORAES GONÇALVES[2]
No dia 19/3/21 assistimos à apresentação pública de Camila Flaborea para a entrada no Departamento de Psicanálise. Camila tem formação em Artes Cênicas na ECA/USP e posteriormente fez seu percurso na Psicologia, com um mestrado na USP, e na Psicanálise, com o curso de formação do Departamento. Atualmente participa da equipe editorial deste Boletim e do Núcleo Acesso do Instituto Sedes Sapientiae.
Desde o início de seu percurso parece circular no eixo da Psicanálise e da Arte, sempre nos limites entre o verbal, o sensível e o não-dito. Percurso também, desde o início, entrelaçado à Psiquiatria, acolhendo pacientes graves que necessitam de uma escuta e de um espaço que não o da medicalização.
Camila apresentou o trabalho denominado Entre muros e pontes, processo analítico da paciente “senhora D”, apresentação que revelou a escuta sensível e o manejo transferencial delicado, próprio da analista.
Camila afirma pensar a prática clínica no trânsito dialético e não-excludente entre as pulsões e as relações de objeto, entre o intrapsíquico e o intersubjetivo. Pensa que o Departamento tem se aberto cada vez mais a esse pensamento, por isso o seu desejo de pertencimento. Segundo ela, o Departamento seria como “uma âncora para que a liberdade de estar solta possa se manter como um exercício, todos os dias”. Bem- vinda!
SOBRE A APRESENTAÇÃO DE IANDARA UCHÔA
ROBERTO VILLABOIM[3]
No dia 23 de abril de 2021, Iandara Uchôa fez a sua apresentação pública, sendo esta a sua primeira atividade como membro do Departamento de Psicanálise.
Dando continuidade às atividades do Departamento, em meio ao difícil momento pandêmico em que vivemos, Iandara trouxe como tema de discussão um caso clínico de um rapaz que sofreu um abuso sexual na infância.
Ilustrativo do conceito de trauma em psicanálise e do processo analítico com o traumático na clínica, o trabalho apresentado foi dividido em três momentos representativos do processo, a saber: a rigidez das defesas narcísicas, num primeiro momento; a exposição da situação traumática e por fim o trabalho de elaboração a partir da presença testemunho da analista, produzindo uma nova experiência de vida no antes impensável tempo traumático.
O trabalho contemplou uma história muito bem construída do caso, promovendo um entendimento do complexo encadeamento dos fatos históricos e das intervenções clínicas realizadas pela analista. O que possibilitou uma reflexão rica sobre a temática do trauma. Através da presença sensível da analista, esta pode acompanhar e construir um vínculo afetivo possibilitador de uma regressão em análise, fundamental para acessar o campo do traumático.
SOBRE A APRESENTAÇÃO DE SELMA ATTI RICCI
SOLANGE MARIA SANTOS OLIVEIRA[4]
Selma Atti Ricci, aspirante a membro, realizou sua primeira atividade como membro de nosso Departamento de Psicanálise em 07/05/2021, na apresentação pública online do seu trabalho clínico: O processo analítico como campo de revitalização e sustentação do desejo. Um caso em que discute os impasses surgidos no processo de atendimento, iniciado sob os efeitos e o terror de uma crise de pânico, cujas mudanças operadas no setting são os fatores determinantes para a continuidade e sustentação do seu trabalho.
Selma graduou-se em Psicologia pela PUC/SP, em 1985. Finalizou o curso, certa de que investiria no caminho de constituir uma experiência clínica, buscando espaços psicanalíticos de formação, associados à prática clínica institucional. Iniciou análise pessoal, realizou cursos de expansão no Instituto Sedes, participou de grupos de estudos em Psicanálise (Freud, Winnicott), iniciou atendimento na clínica da PUC e num projeto de aperfeiçoamento em Psicoterapia Breve, do Ambulatório de Saúde Mental de Santo Amaro. Porém, algumas questões da vida impuseram alternativas profissionais, afastou-se da Psicanálise e enveredou por um caminho de trabalho ligado ao comércio familiar.
No entanto, queria criar um projeto próprio e em 2007 retomou os estudos da Psicanálise, retornando ao Instituto Sedes para o Curso Clínica Psicanalítica: Conflito e Sintoma. Em 2009 ingressou no Curso de Psicanálise do Departamento de Psicanálise.
Em 2013, tornando-se aspirante a membro, participou de vários grupos de trabalho: A escolha do sexo e as homossexualidades, Medicações Psiquiátricas em Análise: como, quando e porque, Estudos sobre a obra de Winnicott; Grupo temático que integra o Grupo Feminino e o Imaginário Cultural Contemporâneo; Dinâmicas Grupais e Institucionais.
Em relação ao seu pedido de pertencimento como membro do Departamento, Selma nos conta: “Sinto que estou no caminho, bem acompanhada nos espaços de compartilhamento do Departamento de Psicanálise, aprendendo, trocando e pensando meu trabalho... reafirmo meu desejo de seguir como psicanalista, no lugar e entre aqueles que escolhi para minha formação.”
E assim seguimos ampliando a filiação ao Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.
SOBRE A APRESENTAÇÃO DE JULIA CATANI
ROBERTO VILLABOIM [5]
Júlia Catani fez a sua apresentação pública pelo processo de admissão ao Departamento de Psicanálise no dia 21 de maio último. No evento, ela trouxe para discussão o seu trabalho com pacientes com transtornos somatoformes no Instituto de Psiquiatria da USP, através de um atendimento de uma moça com uma lesão na coluna que, ao longo do tempo, foi restringindo cada vez mais a sua vida, bem como a sua convivência social de forma a torná-la mais aprisionada ao seu passado. Perdas familiares, financeiras e amorosas também se juntaram na história deste sofrimento. Os sintomas físicos passaram a ser um modo de suportar as violências testemunhadas desde criança.
Júlia desenvolveu, em um primeiro momento da apresentação, um pensamento clínico institucional do processo de intervenção com pacientes em uma instituição pública de serviço em Saúde Mental, abordando as suas várias especificidades. Dando, portanto, uma dimensão ampla do trabalho de um psicanalista na interrelação com os outros profissionais da saúde, dentro de uma instituição hospitalar, refletindo sobre as potencialidades e limites do tratamento.
Já num segundo momento, a ênfase ao processo analítico se deu na discussão do caso e na sua intervenção analítica, discutindo a temática específica dos pacientes com sintomas somatoformes e o caráter traumático associado à vida destas pessoas. Assim, ela trabalhou na relação com a paciente as intervenções analíticas capazes de produzirem transformações da dor no corpo e na alma em mudança de vida.
[1] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.
[2] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.
[3] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.
[4] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.
[5] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.