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    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    53 Abril 2020  
 
 
FLAPPSIP

CONVITE À LEITURA DA REVISTA VIRTUAL DA FLAPPSIP: INTERCAMBIO PSICOANALÍTICO


http://flappsip.com/revistas/revista-flappsip-ultima.pdf



Danielle M. Breyton [1]



Como já é do conhecimento de todos, o Departamento de Psicanálise do Sedes integra, desde 2017, a Federação Latino-Americana de Associações de Psicoterapia Psicanalítica e Psicanálise(FLAPPSIP), que inclui, como parte das suas ações, a publicação semestral da revista virtual Intercambio Psicoanalítico, que reúne artigos e resenhas das diferentes associações que compõem a Federação.

A escolha do artigo ou resenha encaminhados para cada um dos números da revista é feita por nós, do grupo de apoio da FLAPPSIP, dentre os textos de autoria de um membro do Departamento publicados nas últimas edições da Revista Percurso. Buscamos eleger um texto que seja de interesse internacional, procurando também divulgar as diferentes temáticas sobre as quais trabalha a nossa comunidade de psicanalistas. É interessante observar como, em diferentes contextos, um mesmo artigo pode ganhar novas leituras e significações.

O volume VIII número 2/2019, publicado no final do ano passado traz, de diferentes maneiras, os ecos dos acontecimentos sociais e políticos na América Latina (até 2019) buscando uma reflexão conjunta, norteada pelo compromisso com as problemáticas sociais.

Nos trabalhos publicados se reconhece a importância da escuta e processamento da realidade externa, os ares do nosso tempo e suas influências na dinâmica psíquica e nas diferentes maneiras de amar e sofrer que encontramos no aqui e agora da clínica.

Este número inclui uma seção especial referida à crise chilena que se desenrolou no processo de preparação da revista. Nesta, a comissão diretiva marca uma posição política enunciando: “No Chile se está matando e torturando crianças, jovens e adultos”. “Durma-se com esse barulho” - poderíamos completar, usando uma expressão local e dando a ela potência psicanalítica: escutemos as reverberações inconscientes, busquemos os nossos fantasmas, trabalhemos profundamente o tema e partilhemos nossos pensamentos multiplicando sentidos e visando um futuro para além das repetições.

Eis que nos vemos, agora em 2020, atravessados em escala mundial pelo Coronavírus, entendendo e sentindo na pele a importância dos intercâmbios internacionais, a urgência de pensar e aprender com as diferentes soluções encontradas ou desencontradas em cada país e a necessidade de refletir e reinventar a forma de viver, amar e trabalhar.

Confinados - e relativamente dependentes dos recursos virtuais -, a nossa colaboração para esse número da revista parece quase visionária no sentido daquilo que precisamos pensar e entender melhor para fazer frente aos atuais desafios. O interessante artigo de Bruno Espósito “Considerações sobre o brincar na era da tecnologia e dos jogos eletrônicos”, que foi escolhido para representar o Departamento de Psicanálise do Sedes na revista, nos guia e encoraja a adentrar o campo da virtualidade reconhecendo seus perigos, mas também sua potência e suas aberturas.

O autor parte da consideração de que, na contemporaneidade, estamos crescentemente imbricados com a tecnologia a ponto de se perder a demarcação sujeito-objeto, e nos faz ver e pensar essa nova realidade em diálogo com o brincar da psicanálise. Com exemplos clínicos e da vida cotidiana que somos capazes de reconhecer e identificar em nossas experiências, problematiza o tema da infância e juventude e recupera o lugar central do brincar na constituição subjetiva.

Com conhecimento dos diferentes dispositivos tecnológicos dos jogos, bagagem da experiência clínica e uma farta bibliografia o autor nos apresenta um mundo complexo que se abre em diferentes ofertas em que alguns dos jogos, especialmente aqueles chamados de “mundo aberto” apresentam grande espaço para a fantasia e criatividade.

Em tempos em que a tela subitamente se impõe como janela da alma, em que, do dia para a noite, nosso ofício se faz possível através da tecnologia, em que as análises de crianças guardam um especial desafio, o texto de Bruno Espósito é também uma abertura de mundo.



Março de 2020





[1] Psicanalista. Membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, integrante do grupo O feminino e o imaginário cultural contemporâneo, da equipe de entrevistas da revista Percurso e do grupo de apoio FLAPPSIP.




 
 
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