TIDE SETUBAL [1]
A ideia de fazer um mapeamento dos projetos psicanalíticos ligados às clínicas públicas ou clínicas sociais na cidade de São Paulo surgiu a partir do desejo de conhecer esse campo através dos coletivos, grupos e institutos que trabalham nessa área. Como é a psicanálise que se arrisca a atuar nos territórios mais periféricos? Quais são as reflexões e discussões em torno desse tema? Quem são os sujeitos e grupos imersos nessas práticas? Quando o projeto Territórios Clínicos foi ganhando corpo e alçando voos, recebemos pedidos para conhecer tal mapeamento, deixando evidente a relevância de torná-lo público.
Nesse mapeamento realizamos um levantamento de organizações que oferecem formação, supervisão, consultoria e atendimento clínico psicanalítico e/ou psicológico abertos à comunidade, para além da rede SUS.
O seu objetivo é compreender o que é ofertado na cidade de São Paulo, como uma fonte de informação para trabalhadores da Saúde Mental, agentes do investimento social privado e pesquisadores, além de facilitar o acesso da população a estes espaços.
A maioria dos locais tem como linha teórica a psicanálise, mas também há espaços que trabalham com diversas abordagens da psicologia. São clínicas escolas, clínicas públicas, coletivos, grupos e instituições de psicanálise. Cada uma com sua práxis e a sua forma de atuar e pensar o campo social.
Algumas organizações oferecem atendimentos e/ou formação, supervisão em diversas regiões da cidade, outras trabalham com públicos específicos; na descrição completa de cada local você encontrará informações sobre o público-alvo, funcionamento e as regiões em que cada uma atua.
Esperamos que a publicação do mapeamento possa, ao mesmo tempo, promover um debate acerca da imensa centralização territorial que existe no que é ofertado em psicanálise e psicologia e estimular que novos projetos possam se inspirar nesses trabalhos para propor outras intervenções no campo da clínica social e pública. No site também haverá um direcionamento para os estabelecimentos de Saúde da Rede SUS do Município de São Paulo.
É um trabalho vivo, que será revisitado muitas vezes; portanto, se tiverem notícias de grupos que desenvolvem essas práticas e que não estão aparecendo nesse mapa, será de grande interesse para nós. Assim pedimos que nos informem, para que possamos incluí-los.
O link que dá acesso ao mapeamento é o seguinte: https://fundacaotidesetubal.org.br/territoriosclinicos-mapeamento/
[1] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise onde faz parte do Conselho de Direção (2021-2023), do grupo de trabalho e pesquisa O feminino e o imaginário cultural contemporâneo e integra a equipe de professores do curso Conflito e Sintoma. Coordenadora do projeto Territórios Clínicos realizado pela Fundação Tide Setúbal. Colaboradora deste Boletim.