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JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS |
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53 |
Abril 2020 |
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NOTÍCIAS DOS CURSOS
Novo
A FOTOGRAFIA À LUZ DA PSICANÁLISE [1] CAMILA HACHUL BURATTINI [2] Das várias formas de linguagem que existem, que tal pensarmos em imagens? As imagens surgem na nossa psique antes das palavras. Registramos o que vemos e sentimos, antes de conseguirmos nos expressar. O inconsciente é constituído assim, da representação dos afetos e percepções que ainda não podem ser traduzidos e elaborados verbalmente. Quando a elaboração começa a acontecer, recalcamos, eventualmente, essas representações da realidade. Isso não significa que não retornarão...em sonhos, por exemplo. A linguagem universal das imagens não existe apenas no nosso imaginário, ela pode ser representada, reproduzida. A fotografia, de acordo com o dicionário, é a “arte ou processo de reproduzir imagens sobre uma superfície fotossensível (um filme), pela ação de energia radiante, esp. a luz.” Parece-me interessante notar que a invenção da fotografia é contemporânea ao surgimento da psicanálise, uma vez que a partir da Interpretação dos sonhos, a imagem, o simbólico e suas inúmeras possibilidades de integração com experiências vividas, possuem um papel de suma importância na teoria freudiana. BREVE HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA A fotografia surgiu no século XIX, no meio da revolução científica e industrial. Mais precisamente em 1827, quando o inventor Joseph Niepce conseguiu registrar a vista de sua janela em uma placa fotossensível, nasceu a primeira imagem fotográfica. Para conseguir eternizar a imagem nessa placa, Niepce a deixou exposta ao sol por aproximadamente 8 horas. Mais de dez anos depois, em 1839, o artista Jacques Daguerre criou a primeira ferramenta que se assemelha a uma máquina fotográfica, chamada “daguerreotipo“. A partir daí, a relação do homem com a imagem mudou completamente e a fotografia passou a fazer parte da vida das pessoas, ocupar um espaço significativo e exercer papéis importantes na sociedade. Na comunicação, por exemplo, o fotojornalismo é uma forma de retratar a “realidade“ e no “registro de memórias afetivas“, retratos de família eternizam momentos únicos. Entre 1905 e 1920, a empresa Kodak tomou conta dessa indústria e tornou a fotografia acessível a todos, reinventando e intensificando ainda mais essa relação, utilizando o seguinte bordão: “você aperta o botão, nós fazemos o resto“. Isso significava que qualquer um poderia registrar as suas visões do mundo e guardá-las, possibilitando congelar um momento efêmero e eternizar o que já não existe mais. Nesses termos, o filósofo Roland Barthes define bem: “o que a fotografia reproduz ao infinito só ocorre uma vez: ela repete mecanicamente o que nunca mais poderá repetir-se existencialmente“ [3]. MEMÓRIA Seguindo esse raciocínio, acho que poderíamos entender, em um primeiro momento, a fotografia como o registro físico de uma memória. Porém, apesar de físico, palpável, devemos considerá-lo abstrato a depender do espectador: qualquer pessoa, ao revisitar uma imagem que foi produzida anos antes, com o intuito de relembrar algo do passado, estará sujeita a evocar algo novo, diferente, quando o fizer. É como se a imagem fosse reinventada e recriada a cada novo olhar. Essas múltiplas interpretações variam de acordo com a bagagem que o indivíduo carrega no momento em que a revisita. Freud compara o sistema mnêmico a um bloco mágico, de modo que cada novo acontecimento sobrepõe o anterior, criando-se assim, as marcas mnêmicas e constituindo-se o inconsciente. Essas marcas, que são representações (imagéticas) da realidade, são reelaboradas cada vez que uma nova marca aparecer, de modo que o antes e o depois se misturam e criam, assim, novos sentidos. Faço assim um primeiro paralelo entre a psicanálise e a fotografia, que também, por si só, desafia a temporalidade, à semelhança do nosso inconsciente. Apesar de ser o registro físico de um momento, de uma memória, cada nova visita pode nos levar a elaborar um significado diferente, novo, e reinventar o momento. É possível “voltar-se no tempo” e retornar ao passado através de uma foto, como também ressignificá-lo no presente. ARTE, REPRESENTAÇÃO DA REALIDADE O que é arte, afinal? Podemos classificá-la como uma atividade ligada à expressão e produção de ordem estética, que surge a partir de percepções, emoções e ideias. Pelo status inicial de ser uma ferramenta que registra “fielmente“ a realidade, a fotografia demorou um pouco para ser absorvida pelo universo artístico. Com o tempo, fotógrafos foram ganhando espaço ao demonstrarem que o produto final, além de depender de conhecimento técnico, sempre carrega o olhar subjetivo de quem fez o clique e sua interpretação envolve também o espectador. Basicamente, entendeu-se que a realidade é passível de ser interpretada de formas diferentes, mesmo quando as representações são fidedignas a ela: a partir do momento em que uma fotografia é exposta, assim como uma pintura ou qualquer outra obra de arte, ela abarca um mundo inesgotável de interpretações[4], tornando-se viva enquanto arte. “O real se distancia até tornar-se intangível, enquanto a imagem assume a dupla e paradoxal função de mostrá-lo e escondê-lo ao mesmo tempo” [5] Atualmente, com a revolução tecnológica, vivemos imersos em uma quantidade inesgotável de imagens que são produzidas o tempo inteiro. Mesmo assim, há na fotografia uma autoralidade. Ainda que existam vários registros de um mesmo tema, as imagens produzidas nunca serão iguais, pois sempre carregarão a individualidade daquele que as registrou. A poética do espaço pressupõe que a realidade fotografada sempre será passível de interpretação, cabendo nela inúmeros pontos de vista e, portanto, uma realidade fluida. Nesse sentido, trago uma frase de que gosto muito do escritor José Saramago: “a paisagem é um estado de alma, o que vemos está em nós”. Existe aí um paralelo entre paisagem e imagem. Podemos dizer que a paisagem é transformada e registrada em imagem pelo fotógrafo que a visualizou. Para isso, ele escolhe um ângulo, identifica a luz, estabelece um corte e aquela paisagem avistada é congelada sob um ponto de vista único. Essa mesma imagem, depois de apresentada aos outros, revelará, também, novos pontos de vistas sobre a mesma, num processo infinito. Podemos concluir, então, que a fotografia nunca irá retratar uma realidade nua e crua (que nem sequer existe de fato), mas uma realidade interpretada, inventada, tanto pelo próprio fotógrafo, quanto pelo espectador. “(...) a fotografia, como qualquer outra forma de representação e, de linguagem produz um hiato em relação à realidade. Cada imagem produz uma sequência que comporta um aquém e um além do visível e do que pode ser representado, cuja toda significação só pode ser encontrada a posteriori“ ”[6]. ESCUTA DO INCONSCIENTE: LAPSO, SONHO Na fotografia autoral, o fotógrafo se utiliza dessa linguagem como expressão artística, através da qual expõe um lugar concreto, visível, para questões pessoais e internalizadas. Os fotógrafos geralmente “giram” em torno de um tema específico escolhido. Alguns se dizem "obcecados" por um determinado assunto, como uma compulsão pela repetição de ir atrás do mesmo objeto, sempre. Outros afirmam que é a imagem que clama por eles e não o contrário, sendo o fotógrafo quase um veículo da própria imagem, impactado por ela. Henri Cartier Bresson, fotógrafo muito importante do século XX, referência mundial e conhecido até hoje como o pai da fotografia de rua, afirmava que para fazer uma fotografia “perfeita“ é preciso estar atento para encontrar o instante decisivo, o que significa “colocar na mesma linha, a cabeça, o olho e o coração“. Percebe-se que, para Bresson, a fotografia somente aparece para o fotógrafo se ele estiver atento ao momento fugidio à sua frente. De onde vem esse chamado “instinto“, “intuição“ para capturar um instante decisivo? Ele aparece tanto quando se escolhe um determinado tema, como também na hora do clique. Ouso dizer, por experiência própria, que essa escolha se dá, muitas vezes, pelo nosso inconsciente, acontece além do eu. Acredito que o inconsciente possui um papel importantíssimo para o desenvolvimento de projetos autorais artísticos em geral. Digo mais: é o responsável pela “intuição fotográfica“. Afinal, somos humanos, dotados de desejos que nem sempre são aceitos pela sociedade e cultura nas quais estamos inseridos. Todos experimentamos um inconsciente que recalca "desejos impróprios" que continuam manifestando-se o tempo inteiro, seja por meio de sintomas, lapsos, sonhos etc. Para ilustrar, o fotógrafo documental Nacho Doce, da agência Reuters, dedicou grande parte de sua vida retratando temas socioambientais fortes de maneira delicada e sensível. Ao assistir a uma palestra desse fotógrafo apresentando o seu trabalho, me deparei com a imagem (indisponível) que ele disse parecer com uma mulher gritando, como na obra de arte O grito, de Edvard Munch. No seu discurso, disse que fez o clique "sem perceber" e só depois se deu conta disso. Em um lapso [7], ele conseguiu registrar uma área de desmatamento e, simbolicamente, a imagem de um grito, um pedido de socorro, de uma só vez. A imagem se revelou só depois, em um segundo olhar, passando a ter um novo significado simbólico para ele e para seu trabalho. Já ouvi certa vez, não me lembro de quem, a seguinte frase: “a fotografia é a morada do sonho“. Poderíamos enquadrar a fotografia como um sonho manifesto? Afinal, são representações da realidade, através do simbólico, que contêm rastros inconscientes; são imagens nem sempre lógicas ou conscientes, mas palpáveis, visíveis, não apenas imaginadas. [8] “Os pensamentos que compõem o sonho são abstratos, são palavras, mas devem ser representados visualmente”. [9] Como fotógrafa, posso criar inúmeras situações: inventar e reinventar o que vejo e registrar o que eu quero e como quero, mesmo que na maioria das vezes isso não aconteça racional e propositalmente, mas através de condensação e deslocamento, como o exemplo supracitado, no qual um pedaço de terra se transforma em um grito. Foi assim que Man Ray - artista visual considerado um dos pais do surrealismo e dadaísmo - quebrando diversos paradigmas da sua época, reinventou a posição do fotógrafo sobre a imagem, demonstrando justamente que poderia inventar, literalmente, a realidade que ele desejasse naquele registro, como por exemplo, ressignificando formas usuais. Nas palavras do artista: “coloco no papel o que vejo nos meus sonhos. (...) fotografia é um instrumento de desrealização - eu fotografo a minha imaginação. (...) toda obra tende a um fim: o drama universal“. [10] Para Freud, a imagem é “simultaneamente encobrimento e vislumbre do desejo que move o sujeito“ [11]. Dessa maneira acredito ser possível, pela análise, compreender questões internas de um fotógrafo a partir das imagens criadas por ele, de forma similar ao que se faz na interpretação dos sonhos. Contudo, é importante reiterar que o papel do analista é interpretar a fala sobre o sonho, não o sonho em si. Fazendo o paralelo com a fotografia, podemos dizer que a imagem reproduzida é uma forma de linguagem a ser interpretada, mas não existe análise sem transferência [12]. SUBLIMAÇÃO, SINTOMA Fotografar é, muitas vezes, estar diante da dor. Um exemplo concreto dessa afirmativa é o fotógrafo de guerra que, diante da dor alheia, retrata situações desumanas, transformando-se nos olhos daqueles que tiverem acesso às suas imagens. Mas, além disso, fotografar é, muitas vezes, encarar a própria dor. O ato de fotografar pode ser, por si só, um enfrentamento. No ato de olhar e registrar determinados temas profundos da nossa própria existência, aparece timidamente uma resistência. É como se, mesmo que exista vontade de se expressar sobre um determinado assunto, sabe-se lá, conscientemente porque, existe uma barreira, um incômodo ao fazê-lo. Isso se assemelha ao conceito de resistência de Freud que acontece, por exemplo, durante o processo de análise, quando o paciente inventa desculpas e faz rodeios para evitar o sofrimento de enxergar algo que foi recalcado. O fotógrafo de rua Bruce Gilden, representado pela agência Magnum desde 1998, é conhecido mundialmente por seus retratos nada convencionais, pois distorcem o rosto das pessoas e evocam o feio. Ele quebra muitos paradigmas estéticos com suas fotografias e "desumaniza" pessoas, criando "monstros". Através de sua obra, ele se coloca diante da dor dos outros e também da sua própria. Depois de anos fotografando e já consagrado importante fotógrafo, Bruce inicia um projeto sobre mulheres prostitutas em situação de rua. A princípio ele afirma que o que o levou a escolher esse tema foi a vontade de dar visibilidade a pessoas consideradas invisíveis e colocadas à margem da sociedade. Entretanto, o artista revelou, mais tarde, o drama de sua história: conta que quando criança presenciou cenas violentas entre seus pais dentro de sua própria casa. Descreve o pai como “o tipo mafioso, daquele que possui vários anéis dourados e anda sempre com um cigarro na mão"; e, sua mãe, como "esposa dele, mulher dona de casa“. Ambos eram viciados em drogas e sua mãe se prostituía. Depois de adulto, seu pai faleceu e sua mãe cometeu suicídio [13]. Gilden manteve esses episódios de sua vida em completo segredo até conhecer e fotografar uma mulher chamada Jessica, em 2017, com a frase “ Only God can judge me“ tatuada no peitoral (a qual se tornou o nome de seu projeto). Gilden achou uma forma de elaborar o próprio luto, dores e angústias através de um projeto fotográfico. Ele afirma, hoje, que no rosto dessas mulheres encontra a sua mãe e, por meio de sua obra, cria coragem para enfrentar sua própria história. É notório como, tanto o tema escolhido como a forma com a qual ele sempre fotografou pessoas em geral, são muito significativos, quando nos deparamos com a sua história de vida.
Para algumas atividades humanas ligadas a criações intelectuais e artísticas, Freud designou o termo sublimação [14], que implica em sublimar (transformar)- ao invés de recalcar- uma experiência traumática, como uma forma de elaborar o sofrimento e a angústia, transformando-os em algo que produz efeitos na sociedade, por exemplo, através da arte. Assim, questiono se o projeto de Bruce seria um sintoma ou uma sublimação: estaria preso a um determinado tema, "obcecado" por sua mãe e ao que ela representa, demonstrando isso em sua busca por fotografá-la em outras pessoas, ou o ato de fotografar é per se um caminho catártico que encontrou para libertar o sofrimento psíquico decorrente de suas perdas e traumas infantis, transformando-o em arte? “(...) a fotografia é a arte que mais se aproxima da psicanálise, posto que presentifica algo que já foi, remetendo à dor da vulnerabilidade do ser humano diante da morte. Ora, a dor é uma dimensão fundamental da observação psicanalítica. A analogia que propõe, então, refere-se ao fato do negativo fotográfico, por meio de processo físico-químico, transformar-se em uma imagem-objeto que suscita recordações e narrativas. E na psicanálise, dá-se a conversão de não-sentido e sentido, pictogramas ou palavras. Transformação simbólica que retira o sujeito do estado de dor sem nome” [15] CONCLUSÃO Diante do exposto, podemos pensar na arte, que engloba, entre suas tantas possibilidades, a fotografia, como análoga à psicanálise, por consistir em uma busca incessante por entender o ser humano. “É possível visualizar algumas aproximações entre arte moderna e psicanálise; o fascínio pela origem e o valor atribuído aos sonhos, às fantasias e à sexualidade; (...) a reflexão sobre o estranho, a alteridade e a intersubjetividade“ [16] Todavia, uma obra de arte jamais explicará, isoladamente, a vida de quem a criou. Para analisá-la não devemos nos limitar ao objeto artístico, muito menos somente ao autor, mas considerar o conjunto e, ainda, o momento em que está inserida, já que é também passível de análise a interpretação do espectador sobre o que ele vê no projeto apresentado. Ao longo do texto, procurei fazer paralelos entre a fotografia e vários conceitos psicanalíticos: memória, representação da realidade, ato falho, sonho, sintoma, sublimação... Nessa ótica, entendo a expressão fotográfica como a manifestação de um inconsciente, seja individual ou coletivo, que é revelado e exposto para o mundo externo e, uma vez aberto ao público, é livre para ser reinventado e co-criado eternamente, enquanto arte. BIBLIOGRAFIA PATRASSO, Rahel. Além do visível: a fotografia e a óptica da psicanálise, 2012. BARTHES, Roland. A câmara clara. Editora Nova Fronteira, 1984. FREUD, Sigmund. Arte, literatura e os artistas; tradução Ernani Chaves. Editora Autêntica, 2018. FREUD, Sigmund. Conferên cias introdutórias sobre a psicanálise (1916-1917). Editora Companhia das Letras, 2018. FREUD, Sigmund, Uma nota sobre o bloco mágico, 1925. REA, Silvana, resenha "Arte, dor - inquietudes entre estética e psicanálise", J. A. Frayze-Pereira, Ateliê, 2010. RIVERA, Tania, texto Kosuth com Freud - Imagem, psicanálise e arte contemporânea, 2006. ROUDINESCO, Elizabeth; PLON, Michel, Dicionário da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. FRAYZE-Pereira, João A., Revista Cult no 101, "Freud e a Arte", 2006, em: <https://revistacult.uol.com.br/home/freud-e-a-arte/> SEYMOR, Tom, The Guardian, "Bruce Gilden 'In these women's faces, I find my mother's story'", 28 de jan de 2019, em: <https://www.theguardian.com/artanddesign/2019/jan/28/bruce-gilden-only-god-can-jud ge-me-miami-sex-workers> [1] Originalmente apresentado como monografia do primeiro ano do curso Clínica Psicanalítica: Conflito e Sintoma. [2] Advogada e fotógrafa, aluna do segundo ano do curso Clínica Psicanalítica: Conflito e Sintoma. [3] BARTHES, Roland. A câmara clara. Ed. Nova Fronteira, p. 13. [4] Nas diversas interpretações de uma representação da realidade, no que se vê̂ e como se vê̂ (sob o mando de recordações, fantasias etc.) há uma linguagem projetiva: o que o outro enxerga não é do autor da imagem, está nele mesmo. Há um conteúdo manifesto e outro latente. [5] RIVERA, Tania. Kosuth com Freud - Imagem, psicanálise e arte contemporânea. [6] PATRASSO, Rahel. Além do visível: a fotografia e a óptica da psicanálise, 2012. [7] Poderia ser o rastro de um saber compartilhado inconsciente, o grito da natureza. [8] Dribla-se a defesa através de imagens que representam o desejo recalcado, apesar de continuarem sob o manto da censura. [9] RIVERA, Tania. Kosuth com Freud - Imagem, psicanálise e arte contemporânea [10] Frase retirada da exposição Man Ray em Paris no Centro Cultural Banco do Brasil. [11] RIVERA, Tania. Kosuth com Freud - Imagem, psicanálise e arte contemporânea.. [12] Gostaria de enfatizar que não existe análise sem transferência, pois acho delicado e até prepotente analisar uma obra sem contextualizar o artista em toda sua subjetividade, inclusive o tempo em que ele vive. Freud, como leitor da obra Moisés de Michelangelo, cria hipóteses para justificá-la, entendendo que nunca irá esgotar as suas possibilidades, ainda mesmo que estivesse em contato com o artista; diferente do Freud como "aplicador de uma ciência da psicanálise" sobre uma obra específica, como se isso pudesse resumir a vida do seu autor, mesmo sem conhecê-lo (caso do Leonardo da Vinci). [13] https://www.theguardian.com/artanddesign/2019/jan/28/bruce-gilden-only-god-can-judge-me-miami-sex-workers [14] Dicionário da Psicanálise: "conceituou o termo em 1905 para dar conta de um tipo particular de atividade humana (criação literária, artística, intelectual) que não tem nenhuma relação aparente com a sexualidade, mas que extrai sua força da pulsão sexual, na medida em que se desloca para um alvo não sexual, investindo objetos socialmente valorizados". [15] REA, Silvana, Resenha "Arte, dor - inquietudes entre estética e psicanálise", J. A. Frayze-Pereira, Ateliê̂, 2010. [16] FRAYZE-Pereira, João A, Freud e a Arte, revista Cult.
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