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JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS |
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53 |
Abril 2020 |
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NOTÍCIAS DO CAMPO PSICANALÍTICO
Em 2019, o curso de Psicopatologia Psicanalítica e Clínica Contemporânea, ministrado por 8 membros do Departamento de Psicanálise, fez algumas reformulações em seu programa do 2º ano para ampliar o estudo da metapsicologia. O eixo escolhido foi: Do irrepresentável à simbolização: Problemáticas contemporâneas. A presente tradução, realizada em parceria entre professora e aluno, foi utilizada nas primeiras aulas do curso para apresentar a importância do encontro entre adulto cuidador e bebê. O CONCEITO DO MATERNO PRIMÁRIO [1] RENÉ ROUSSILLON [2] Gostaria de começar com uma reflexão epistemológica que questiona o próprio tema de nosso congresso: o materno existe e pode ser abordado como algo em si? Ou ainda, para começar a desdobrar as variações do problema, o materno para um bebê é o mesmo que para a mãe, para uma criança em plena crise edipiana ou para um adolescente? É o mesmo para um marido ou para sua mulher? – para ficarmos apenas nas grandes categorias. Se, em vez disso, abordarmos um eixo psicopatológico: o problema ou a representação do materno são iguais na histeria, na neurose obsessiva, na melancolia ou na perversão?
Tratar-se-ia de um substantivo – como o aborda nosso colóquio [3] – ou seria antes um simples epíteto, como na enumeração que acabei de fazer?
A tendência preponderante da clínica psicanalítica iria na direção de abordar a questão do materno para um sujeito, isto é, na interface entre uma categoria conceitual e aquilo que é vivido em uma história singular; dizendo de outra forma, a maneira pela qual o materno foi interpretado nos eventos significativos da história de um sujeito e no modo relacional predominante no qual ele próprio se construiu.
Seria antipsicanalítico qualquer esforço em tentar definir uma essência do materno? Em parte, talvez; mas só em parte. Assim, a questão seria como abordar o que se apresenta como a forma mais próxima do que poderia ser uma concepção em si do materno, bem como o que poderia ser o fundo ou o fundamento do materno.
É aí que a clínica do bebê pode fornecer a base para uma hipótese possível.
Há uma convergência importante na concepção dos fundamentos da vida psíquica entre diferentes teorias decorrentes de sua emergência. W. R. Bion, sem dúvidas aquele em que a hipótese é mais legível, propõe a ideia de que existe, no recém-nascido, uma preconcepção do que pode esperar quando vier ao mundo. Por sua vez, D. W. Winnicott apresenta a ideia de um espaço potencial que representa o efeito psíquico da bagagem biológica do bebê à espera de confirmação pelas respostas do meio ambiente. Os etólogos da primeira infância enfatizam que o bebê chega ao mundo com competências pelas quais pode fazer suas primeiras adaptações e orientar sua primeira pesquisa no mundo humano. Preconcepção, potencial, competência situam uma possibilidade inata no bebê, um primeiro espectro de protorrepresentações que ele é capaz de criar – na terminologia de D. W. Winnicott – e que ele busca encontrar (para manter a mesma lógica teórica). Encontrar ou reencontrar.
Para explicitar este modelo nos termos mais clássicos das hipóteses psicanalíticas, o bebê possui uma preconcepção do seio e é capaz de encontrar um objeto suficientemente análogo quando este lhe é apresentado em boas condições. O modelo supõe um certo trabalho de ajuste entre a expectativa do bebê e o que o ambiente lhe propõe [4]. Note se que foi Freud quem lançou essa hipótese quando supôs existir um espectro de respostas satisfatórias, mas também um limite para as diferenças toleráveis e que o objeto criado pode não ser encontrado.
No pensamento psicanalítico contemporâneo, o seio é considerado sobretudo um símbolo, o símbolo do que a mãe deve proporcionar às primeiras necessidades do bebê, tanto físicas quanto psíquicas (as necessidades do ego descritas por D. W. Winnicott), aquilo que é necessário para o desenvolvimento de sua subjetividade. O que significa que, desde Freud, a ênfase sempre foi colocada, e cada vez mais, no fato de que, para a resposta materna às necessidades corporais ser satisfatória para o bebê, ela deve respeitar um certo número de características relacionais sine qua non. Toda a clínica da primeira infância vai nessa direção: identificando de forma cada vez mais completa e refinada quais as condições que a resposta materna primária deve preencher para que o bebê possa integrá-la e dela se apropriar.
Neste sentido, a preconcepção do materno implica não apenas uma representação do corpo e cuidados relacionados (apresentação do seio e objetos, holding [sustentação], handling [manuseio]...) e suas implicações pulsionais mas também que, por meio desses cuidados, um certo tipo de comunicação primitiva (J. McDougall) possa se desenvolver. Os cuidados são, também, mensageiros. O corpo a corpo primitivo, em seu modo de relação específico, transmite ao bebê uma certa representação do que ele é para sua mãe ou para aquele denominado genericamente care giver [cuidador]: se for carregado como um objeto frágil e delicado, o bebê se sentirá como tal; se for levado como um saco de batatas, sem consideração por seu próprio ritmo ou conforto pessoal, irá experimentar o sentimento de não ter importância, e assim por diante.
Tudo o que sabemos sobre a vida psíquica das crianças no momento sugere que os bebês têm, pelo menos às vezes, parcialmente, expectativas sobre as respostas e qualidades relacionais de quem os cuida, expectativas que devem ou podem corresponder a seus ímpetos e movimentos pulsionais próprios. É este conjunto de expectativas, especialmente em suas virtudes relacionais que representa – esta é a hipótese que eu proponho – o materno primário, a primeira protorrepresentação do materno para um bebê e a base do conceito de materno sobre o qual as futuras mães serão avaliadas [5]. De fato, é patente que há uma expectativa quanto ao materno...
É também de acordo com essa expectativa e protorrepresentação que as primeiras satisfações e decepções serão organizadas. A satisfação, como de fato tentei mostrar [6], não pode simplesmente ser identificada com a descarga pulsional sem levar em conta os elementos relacionais de obtenção de prazer. Prazer e satisfação não poderiam se sobrepor por outro tipo de processo. Essas primeiras decepções me parecem a figura central dos primeiros traumas e do sofrimento a elas associado. O primeiro sofrimento vem de potenciais que não puderam ser realizados porque não encontraram uma mãe suficientemente ajustada. O núcleo melancólico – o qual agora muitos de nós consideram o cerne de sofrimentos e patologias narcísicas-identitárias – não resulta da perda de um materno encontrado e em seguida perdido, como se afirma com frequência, mas antes da falha de uma resposta suficientemente conforme à mãe esperada. Em Luto e melancolia, Freud faz da decepção com o objeto o cerne da melancolia, reservando a questão do objeto perdido ao problema do luto. A melancolia não é uma problemática do objeto perdido, mas sim do sujeito perdido, perdido por falta de se encontrar na resposta do objeto, perdido no desapontamento do fracasso desse encontro identificador.
Podemos, com a ajuda da clínica da primeira infância [7], definir melhor alguns dos (proto)conteúdos dessa configuração do materno primário?
Naturalmente, mas não é aí que a novidade deve ser buscada. A expectativa em relação ao objeto materno inclui uma série de traços que dizem respeito aos cuidados ditos, com muita precisão, maternos e que se referem diretamente à autopreservação. Como indicamos, é mais do lado das formas de comunicação primitiva que devemos buscar sua exploração.
Eu me limitaria a mencionar quatro traços que me parecem esboçar o que seria uma metapsicologia do materno primário abordada a partir das moções pulsionais do bebê e de sua acolhida pela mãe ou care giver [cuidadora].
O primeiro diz respeito à receptividade da moção pulsional, o processo criado pelo bebê para usarmos a terminologia de Winnicott. O processo criativo, a alucinação primitiva de um objeto que corresponda suficientemente à primeira expectativa e preconcepção de materno, precisa ser aceito e acolhido pelo objeto para, dessa forma, se encarnar, encontrar uma percepção análoga para nela se abrigar. A alucinação da preconcepção do materno deve encontrar uma percepção suficientemente análoga para que o campo da ilusão de autossatisfação possa começar a se desdobrar e os fundamentos de um narcisismo de vida sejam sedimentados. Isso não se refere a uma forma de relação anobjetal, como foi proposto no passado e em algumas concepções de narcisismo primário, mas sim à ideia de um objeto que concorda em apagar uma parte de sua alteridade para oferecer um espaço receptivo aos processos e moções pulsionais do bebê. Se a mãe não obtém prazer suficiente para ser usada dessa forma, impiedosamente, diz Winnicott, o movimento pulsional tropeça em um objeto cheio, sem espaço de recepção. A presença do prazer materno atesta o desejo de apagar ou suspender uma parte de sua alteridade para criar um espaço de receptividade às pulsões e processos do bebê. Estamos aqui no coração da definição de posição parental.
Entretanto, não é necessário acreditar que a correspondência do objeto criado pelo bebê com o que o objeto pode oferecer a ele seja feita por magia de algum instinto materno. O bebê e o objeto materno encarnado se procuram, procuram se encontrar e isso é feito por tentativa e erro em uma espécie de balé que eu propus chamar decoreografia do encontro [8]. Aqueles que têm experiência da prática psicanalítica limítrofe ou de situações extremas conhecem o jogo de adaptação para o qual o praticante é inevitavelmente conduzido por todo um período do encontro clínico e são rápidos em descobrir como isto é essencial para o sucesso na empreitada de cura. Tanto para o bebê quanto para os sujeitos que apresentam quadros clínicos limítrofes, a aposta deste trabalho de ajustamento recíproco é a de sustentação da criatividade e da esperança de poder experimentar o próprio destino, para que possam ter o sentimento de serem sujeitos ou para que venham a se tornar um. A interação com um objeto que se ajusta, que busca o encontro e o contato emocional e processual, dá substância à impressão subjetiva de poder agir sobre o mundo e transformá-lo para torná-lo suficientemente adequado à primazia do princípio do prazer. É também por ajuste recíproco que a angústia e a experiência da impotência infantil, condições para a integração, podem ser significativamente reduzidas. Finalmente, esse trabalho de ajuste confere sua pré-forma à própria ideia de maleabilidade na origem da futura utilização de objetos maleáveis e da concepção de uma função de maleabilidade essencial a diferentes formas de brincar ao longo da vida.
Estas são, portanto, as duas primeiras características que destaco: receptividade e ajuste do objeto materno situam neste o que torna possível o desdobramento dos movimentos pulsionais.
O terceiro traço diz respeito à questão do que há de inevitavelmente sedutor no objeto materno. Difundiu-se o costume de conferir uma função de paraexcitação ao objeto materno. Mas tenho a sensação, a partir da leitura de alguns colegas, de que certa ambiguidade se infiltrou no uso dessa noção. Freud evoca uma função de paraexcitação, mas quando o faz, tal como em 1920 [em Para além do princípio de prazer], esta função não é referida à mãe, mas ao psiquismo do sujeito ameaçado de transbordamento. Por extensão, concluiu-se que a mãe devia ter função preventiva contra tais transbordamentos e que, portanto, devia ser paraexcitante no sentido de preservar o bebê de um transbordamento de excitação. Como discordar da ideia de que a mãe deve proteger a criança de um excesso de excitação ou de impressões que extrapolem suas capacidades? Mas a ênfase colocada sobre a função protetora contra os abusos de excitação não deve resumir toda a função materna, como é feito às vezes. Quando Freud tenta pensar características maternas, o que faz gradualmente, à medida que avança e refina sua teoria, ele refere-se principalmente a uma função sedutora da mãe como primeira iniciadora de prazeres sexuais. Ele tem em mente que o cuidado materno inevitavelmente encontra zonas erógenas e, portanto, não menos inevitavelmente, as excita. A clínica dos estágios precoces parece em grande parte, confirmar a intuição de Freud, mas vai além: ela mostra mães que levam seus filhos a tolerar a excitação, mães sobre as quais podemos dizer que contribuem a auxiliar a introjeção pulsional. Os jogos que se desenvolvem, com efeito, entre mãe e bebê são frequentemente jogos que revelam a tensão pulsional, revelam os bebês obtendo grande prazer nesta iniciação a aumentos de excitação, bebês que se fortalecem nestes e por causa destes jogos. Certamente não se deve abusar deles, as mães não devem abusar desses jogos e se tornarem, elas mesmas, transbordantes. Isto é desvio, deflexão materna, não a função em si. A função sedutora-iniciadora da mãe não deve ser esquecida ou denegrida por conta de seus eventuais abusos. Os bebês precisam ser seduzidos, eles mesmos são sedutores talentosos, que sabem atrair interesse e investimento.
O quarto traço da expectativa do bebê do materno primário que desejo recordar diz respeito à função primeiro espelho. Os bebês têm dispositivos biológicos prontos [9] para imitar e reproduzir o que veem no rosto de sua mãe, em seu rosto e, de forma mais geral, em seu modo de ser. D. W. Winnicott propôs a hipótese de que o rosto da mãe era o primeiro espelho em que o bebê se via. Na linha do que ele apresenta, a clínica precoce me levou a propor considerar que a criança está em busca da imagem de si mesma, de seus sentimentos, dos processos e vários estados internos emocionais e pulsionais. Que está buscando um objeto que possa reenviar-lhe, por espelhamento e em duplo, representações do que a anima e percorre. Aqui podemos recordar uma forma primitiva evocada por Freud em 1913, em Totem e Tabu, da função dos processos subjacentes ao animismo na infância: dar forma, corpo perceptivo e materializável ao processo psíquico para melhor identificar e apropriar-se dele. Na terminologia atual, podemos dizer que o objeto materno primário tem uma função reflexiva de estados mentais do bebê, função reflexiva na qual o bebê vai apoiar a experiência de desenvolvimento de sua própria função reflexiva futura, que será essencial na regulação narcísica. É quando esta função está em falência que a criança fica perdida na sombra do objeto e tende a incorporar o objeto primário. Há também aí um fundo de decepção claramente visível em bebês quando a expectativa de um jogo de espelhos entre eles e seu primeiro ambiente materno não acontece, impossibilitando o encontro. Após estas considerações, parece possível que, na presente preconcepção domaterno no bebê, exista essa expectativa do encontro com um objeto espelho destes estados internos, ou seja, um objeto empático e capaz de restaurar uma forma introjetável.
A questão das respostas espelhadas foi consideravelmente dificultada pelo medo de estabelecer uma relação especular e alienante. A clínica da relação precoce mostra que esse medo não é tão bem fundamentado quanto parece à primeira vista. Isso está relacionado ao fato de que as respostas maternas espelhadas são espelhadas e, ao mesmo tempo, não especulares. Eu me explico.
Os ecos espelhados da mãe estão, muitas vezes, no modo pronto, o que significa que não se efetuam exatamente no mesmo modo perceptivo que os movimentos expressivos do bebê. A um movimento visual do bebê, a mãe responde com uma mensagem auditiva, que tem a mesma forma mas não o mesmo suporte perceptivo. A existência de sistemas biológicos de transmodalidade permite que o bebê reconheça suas próprias emissões em espelho, mas sem confusão especular (já que a resposta não é a mesma). O espelho humano não é especular como os espelhos minerais, esta é uma grande e essencial diferença. Há também um processo complementar que todos os clínicos da primeira infância conhecem e que foi bem destacado pelo húngaro G. Gergely. Ele ressalta que os ecos maternos têm uma dupla mensagem: na primeira mensagem, a mãe significa para o bebê uma representação do que ela pode empatizar e perceber que está acontecendo nele, a sensação, o afeto ou o processo, mas, na segunda mensagem, e de sua própria forma, a mãe indica também que o que ecoa como duplo não é seu próprio estado, mas o do bebê. De certo modo, ela lhe indica que está fazendo espelho.
Eu gostaria de terminar estas reflexões com uma última observação sobre o materno primário como função simbolizadora. Durante muito tempo, os psicanalistas referiram principalmente à função simbolizadora ao pai e à sua função de "pai separador", implicitamente fazendo da relação com a mãe uma função não simbolizadora. Depois, vários autores começaram a enfatizar que a mãe participava da função simbolizadora do pai apresentando o pai ao bebê. M. Mannoni, sem dúvida a primeira entre os lacanianos a se questionar sobre as condições da forclusão do nome do pai na psicose infantil e no filho atrasado e M. Fain com a hipótese de censura do amante [10] para a SPP[11], contribuíram muito para essa evolução. Os autores anglo-saxões, principalmente W. R. Bion e D. W. Winnicott, foram mais longe ao explorar a contribuição materna, destacando como a atividade psíquica materna contribui para o surgimento da função transformadora e da função reflexiva do bebê, duas funções essenciais para o desenvolvimento da função simbolizadora do mesmo. No que diz respeito à simbolização, muitas vezes continuamos a pensar que isso implica ausência e, portanto, separação (e, em certo sentido, isto mantém a ideia da função separadora do pai, como se fosse necessário um terceiro efetivo e não um terceiro simbólico). A clínica dos limites e a clínica do extremo me levam a considerar que tal posição, que faz da simbolização uma simbolização da ausência – e, portanto, muito frequentemente da ausência real e não da ausência na presença – e somente da ausência, diz respeito apenas a certas formas avançadas de simbolização, as quais propus chamar de simbolização secundária, e que existe uma forma prévia, anterior, que propus chamar, a partir de D. Anzieu, de simbolização primária. Esta forma de simbolização desdobra-se na presença do objeto, no pano de fundo do estabelecimento de um espaço transicional entre mãe e bebê, no contexto da criação de um objeto comum entre mãe e bebê – sumbolom, o símbolo, quer dizer pôr junto–, constituído quando as características do materno, cuja teoria comecei a esboçar acima, são suficientemente encarnadas pela mãe.
Referências Bibliográficas Decety, J. (2002), Naturalizing Empathy, The Encephalon, 28, p. 9-20. Gaddini, E. (2001), L’imitation, Paris, PUF. Roussillon, R. (2010). “Satisfaction et plaisir partagé”. In RFP, t. LXXIV, n ° 1, pp. 21-38. [1] Publicado na Revue française de psychanalyse 2011/5 (Vol. 75) , pp. 1497-1504. Traduzido por Roberta Kehdy (membro do Departamento de Psicanálise e professora do curso Psicopatologia Psicanalítica e Clínica Contemporânea) e William Zeytoulian (historiador, tradutor e psicanalista, ex-aluno do curso Psicopatologia Psicanalítica e Clínica Contemporânea). [2] Psicanalista. Professor de Psicologia clínica e psicopatologia na Universidade Lyon 2. Membro didata da Sociedade Psicanalítica de Paris. Prêmio Sigourney 2016. Autor de numerosos livros e artigos traduzidos para diversos idiomas. [3] O autor se refere ao 71º Congresso de psicanalistas de língua francesa, cuja temática foi justamente O materno. [4] Notaremos que Freud supõe essa adaptação e o trabalho que ela implica no Projeto de 1895, se desmetaforizarmos sua hipótese de que o bebê pode transferir a representação do seio visto de frente para o seio visto de perfil, ajustando um ao outro por associação. [5] É patente que existe uma expectativa quanto à maternidade das mães e até dos seres humanos em geral. Essa representação popular amplamente compartilhada deve repousar em um fundamento mais ou menos comum que deve tirar sua forma daquilo que procuro destacar. [6] R. Roussillon (2010). “Satisfaction et plaisir partagé”. In RFP, t. LXXIV, n ° 1, pp. 21-38. [7] Há a espantosa tendência entre alguns psicanalistas de pensar que a referência ao mundo do bebê é uma forma de psicologia experimental de baixo nível que não merece ser levada em conta na psicanálise. Isto é ignorar gravemente a clínica do bebê e a emergência de sua subjetividade. [8] Os observadores da primeira infância apontam que mais de 60% das interações iniciais são interações de ajuste. [9] J. Decety (2002), Naturalizing Empathy, The Encephalon, 28, p. 9-20. O autor foi capaz de destacar, neste texto, que há condutas de imitação no bebê desde as primeiras horas de vida. Podemos nos referir também aos trabalhos do psicanalista italiano E. Gaddini (2001, L’imitation, Paris, PUF). [11] Sociedade Psicanalítica de Paris.
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