Percurso nº 45 em mãos, sabor de mais um pedaço de caminho trilhado.

Desta feita, um número temático a respeito do que mais nos inquieta em nosso fazer/ser psicanalistas: a formação e suas vicissitudes.

Tema inicialmente proposto pela Comissão de Admissão - a quem cabe, desde 1995, cuidar da inclusão dos interessados em pertencer ao nosso Departamento - em torno do qual foi elaborada uma fecunda e trabalhosa parceria entre todos os subgrupos que compõem a revista: a Comissão Editorial de Textos, a Comissão Editorial de Resenhas, o grupo de Entrevistas, o grupo de Debates e nossa articuladora da área de Publicações no Conselho de Direção.

Trabalho realizado a muitas mãos, a pluralidade de abordagens reflete o saudável desdobramento das políticas implementadas em nosso Departamento ao longo dos anos, atestando quanto do projeto inicial se mantém vivo e pulsante.

Da belíssima capa de Fernanda Mendes Lins à contracapa, cada um dos textos, à sua maneira, aborda com mais ênfase um dos quatro pilares da formação: a análise, a supervisão, os cursos teóricos, a escrita. E, last  but not least,  as Instituições de Psicanálise são objeto de reflexão e inquietação.

Partindo do texto da própria Comissão de Admissão, no qual fica explícita a importância de sua função institucional na criação de critérios éticos e singulares de inclusão de candidatos, passando pela instigante tradução do texto de Otto Kernberg, seguem-se artigos sobre o percurso das primeiras mulheres analistas, sobre  a função da escrita e um reencontro com  Radmila Zygouris, que  nos brinda com  sua visão inovadora da heterogeneidade na formação dos analistas.

Radmila Zygouris havia concedido uma entrevista anterior a Percurso no ano de 1995, que foi publicada na edição número 16. Indisponível no site da revista, a atualidade daquela primeira entrevista pode ser conferida nesta edição do Boletim Online, que permitirá o acesso do leitor a mais detalhes da trajetória pessoal desta psicanalista e de sua participação ativa e crítica no movimento lacaniano.

Uma emocionante homenagem a uma colega falecida. Colaborações preciosas de colegas de diferentes instituições e uma ampla seção de leituras com resenhas de livros de variadas linhas psicanalíticas, realizadas por resenhadores com diferentes visões da Psicanálise completam esta edição da Percurso, cujo debate está previsto para o dia 4 de junho.