APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE ADMISSÃO DE LUCIANA CHAUÍ BERLINCK
SOLANGE MARIA SANTOS OLIVEIRA [1]
Luciana Chauí Berlinck, aspirante a membro, realizou sua primeira atividade como membro de nosso Departamento de Psicanálise em 18/06/2021, apresentando seu trabalho clínico: A análise como espaço de construção da memória.
Luciana Chauí fez um caminho profissional que parte da Arte para a Psicanálise, marcado por grande inserção acadêmica. Nascida numa família de intelectuais, conta que foi ensinada a ver o mundo por diversos ângulos e parâmetros, o que norteou o eixo de sua trajetória. Sua mãe, ao lhe contar histórias, foi a responsável pelo seu encanto por elas, das fábulas infantis aos casos clínicos de Freud.
Entrou para a companhia de teatro Macunaíma, no ensino médio. Cursando a Escola de Arte Dramática da USP (EAD), buscou compreender melhor os mundos psíquicos daquelas personagens. Assim, iniciou, em 1989, a graduação de Psicologia. Conheceu o Acompanhamento Terapêutico, o que marcaria a sua formação. Em 2007, ligou-se à Associação de Acompanhamento Terapêutico e participou da organização e coordenação do primeiro curso institucional de Especialização em Acompanhamento Terapêutico no Brasil.
Participou no projeto desenvolvido pela Reforma Psiquiátrica no Manicômio Anchieta, em Santos, realizando a direção do Grupo Biruta de Teatro.
Ao final do curso de Psicologia entendeu que o percurso a trilhar seria o da clínica junto com a pesquisa. Assim, iniciou sua clínica e seguiu um longo caminho de pesquisa e docência em diversas universidades.
Em 2008 publicou sua dissertação: Melancolia: rastros de dor e de perda. Em 2011, defendeu na Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano do IPUSP a tese de doutorado: Andarilhos do bem: os caminhos do Acompanhamento Terapêutico, que foi publicada posteriormente.
Desde 2004, sentindo necessidade de aprofundar as questões teóricas da Psicanálise e organizar seus estudos, ingressou no Curso de Psicanálise do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Envolvida na docência, no consultório e na publicação de livros e artigos só pôde concluir o Curso de Psicanálise em 2016, quando passou, como aspirante a membro, a participar do grupo de trabalho: Leituras e reflexões sobre Winnicott, dos encontros do Inquietações da clínica cotidiana e, desde 2018, do Escuta Sedes.
Desde 2017 está envolvida no Departamento de clínica do IPUSP, na realização do seu projeto de pós-doutorado: Novas figuras clínicas: Transformações da sexualidade e mudanças na perspectiva das relações com o corpo.
Sua apresentação pública contou com a participação de muitos colegas do Departamento e o caso clínico apresentado gerou uma boa conversa sobre o intricamento de conceitos como memória, recalque, recusa e suas configurações na constituição daquele sujeito.
Assim seguimos ampliando a filiação ao Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.
APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE ADMISSÃO DE FERNANDA DE BARROS MACHADO BORGES
NATALIA GOLA [2]
Na última sexta feira de agosto, dia 27, o Departamento de Psicanálise, através da Comissão de Admissão, teve a oportunidade de se reunir a Fernanda de Barros Machado Borges na última etapa de seu processo de admissão: a apresentação pública de um caso clínico. Com este evento, o Departamento deu as boas-vindas a sua mais nova membro.
Fernanda Borges é psicóloga e psicanalista, mestre em psicologia social pelo IPUSP. Seu interessante percurso profissional é marcado, desde o início, por uma curiosidade acerca do funcionamento psíquico e suas particularidades de constituição. Percurso com forte marca no atendimento e na clínica da psicose com trabalhos desenvolvidos no CAPS Itapeva, na Clínica Vera Cruz e no Projetos Terapêuticos. Seu percurso vai delineando uma atividade clínica e política marcada por uma proposta de reabilitação psicossocial.
O caso clínico apresentado, Beatriz em construção: da pílula mágica à mágica da separação, mostrou a delicadeza na escuta e na condução das questões trazidas por Beatriz através de um longo processo de análise. Nas palavras de Fernanda: “as questões centrais do caso se referiam a uma relação fusional com a mãe; à necessidade de separação, constituição e organização egóica; à angústia frente à separação entre o eu e o objeto; à assunção e elaboração da posição depressiva e ao caminho da dependência rumo à independência”.
A discussão entre e com os membros do Departamento foi muito instigante, produtiva e possibilitadora de articulações e aberturas para pensar a clínica das relações mãe-filha e das relações fusionais e de dependência. Seja muito bem-vinda, Fernanda!
[1] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.
[2] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.