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XIII CONGRESSO FLAPPSIP - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA, EIXOS TEMÁTICOS E CONCURSO DE ESTUDANTES "JORGE ROSA"

 

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO CONGRESSO

 

A proposta conceitual deste Congresso nos convida a nos debruçarmos sobre temas fundamentais da compreensão psicanalítica do sujeito imerso na cultura, bem como sobre a dinâmica do mundo contemporâneo com as múltiplas influências configuradoras de sua existência em um contexto de constante mudança.

 

EROS, ALTERIDADE E CRIATIVIDADE são conceitos em diálogos permanentes com suas contrapartes; diálogos geradores de tensões enriquecedoras da análise, propulsores de desafios à reflexão e propiciadores - a partir da Psicanálise - de possibilidades de entendimento amplo da experiência humana nestes tempos de assombro.

 

Assombro frequentemente figurado com a imagem de uma criança diante do inesperado, de onde pode surgir a admiração, a fascinação, também o espanto e o terror, mas certamente a surpresa. No mundo contemporâneo, o sujeito convive permanentemente com tais surpresas, imerso em um estado de assombro, confrontado por grande quantidade de acontecimentos que invadem seu cotidiano, rompendo suas certezas.

 

A aceleração dos avanços tecnológicos, as mudanças climáticas, as transformações políticas, econômicas e éticas, o terror e as revoluções científicas confrontam o sujeito continuamente com o incerto, o remoto e o desconhecido. Este cenário, inúmeras vezes, gera um afeto de medo por vezes paralisante; sentimento que impede o encontro com o outro e dificulta o acesso ao novo. No entanto, nem sempre é assim. Na vivência do assombro reside também a semente geradora da curiosidade, com a qual Eros articula sua capacidade de ligação da pulsão de vida, e cujo movimento se desdobra para pensar na complexidade do desconhecido, para vincular e atuar como força integradora.

 

Propomos este Congresso como um espaço para o exercício do pensamento coletivo acerca de nosso ofício em um momento do mundo de aceleradas transformações. Interessa-nos indagar como essas forças moldam nossa clínica e nossa capacidade de acompanhar o sujeito na tensão entre Eros, força de amor e de desejo, e as forças destrutivas que o habitam.

 

No espaço da clínica encontramos o narcisismo, mas também a alteridade - presença radical da diferença entre o eu e o outro; entre o familiar e o desconhecido. Uma dialética entre o pulsional e o transferencial. Entre o narcisismo insistente na afirmação do eu, e a alteridade exigente em manter o sujeito aberto ao desconhecido em si e ao reconhecimento do outro.

 

A psicanálise, para além da clínica individual, é também um instrumento para pensar o coletivo, para compreender os fenômenos socioculturais. Freud foi pioneiro ao se dedicar a temas como a civilização, a religião, a arte e os fenômenos da massa. Seguindo sua tradição, sabemos o quão fundamental é atentarmos às inquietações atuais em torno da alteridade e das dificuldades para tolerar as diferenças. Em tempos nos quais os movimentos de exclusão proliferam, nosso desafio é sustentar o sujeito aberto ao encontro com a diferença, disposto a interrogar o mistério do desconhecido. A partir dessa posição, Eros não apenas alimenta a criatividade, como também constrói uma ponte em direção à cura, engendrando uma ligação que permite repensar o humano em sua complexidade.

 

Em nossofazer psicanalítico resulta fundamental ressaltar o valor do assombro inclusive no mais repetido e banal do cotidiano, tal qual o poeta tem de "aprender a ver" (Rubem Alves, poeta e psicanalista) em A complicada arte de ver (2004) para descobrir em uma rodela de cebola a "rosácea de um vitral de Catedral gótica". Em nossa prática, cultivamos a capacidade da escuta, atendendo à polifonia da linguagem e ao próprio da singularidade. Nesse exercício surge o inédito no aparentemente trivial de uma palavra e nos assombra com aquilo que, mesmo repetido ou naturalizado, aguarda significados insuspeitados.

 

Este Congresso convida-nos, pois, a olhar com profundidade tanto as dinâmicas individuais como as coletivas, a explorar o impacto da virtualidade, a violência simbólica e a exclusão, e a renovar nosso trabalho como psicanalistas. Frente ao assombro que nos interpela, nossa tarefa é manter viva a capacidade de dialogar com o diferente e criar espaços a partir dos quais o humano possa ser reconhecido, sustentado e transformado.

 

EIXOS TEMÁTICOS DO CONGRESSO

 

1. Eros entre desejo e conflito

• Transformações nos relacionamentos: amor, sexualidade e vínculos.

• Novas configurações familiares: mudanças na parentalidade.

• O erotismo como espaço de encontro: Eros e seu poder transformador na clínica e na vida.

• O erotismo como espaço de ruptura: processos de alienação, extremismo e excessos de paixão.

• Do trauma à elaboração: Eros e sua função vinculante no psiquismo.

• Novas formas de reprodução: impacto na sexualidade e no desejo.

 

2. Alteridade entre a inclusão e a rejeição do outro

• O outro como espelho de transformação: empatia, reconhecimento e estranhamento.

• Encontros com a diversidade: quando a diferença gera um assombro perturbador.

• Alteridade e subjetividade: o que a psicanálise revela sobre a dinâmica dos vínculos.

• Desafios da subjetividade face à alteridade radical: migrações, diversidade, racismo e segregação.

• Qual é o outro na virtualidade?

• Quando o outro não é reconhecido como outro na diferença: fundamentalismos, feminicídios, guerras e crueldades.

• Racismo e colonialismo: reflexões sobre a discriminação e o narcisismo das pequenas diferenças

 

3. Criatividade: sobre os limites entre o perturbador e o transformador

• A criação como resposta à catástrofe psíquica: novas formas de abordar o desamparo coletivo.

• Psicanálise e arte: metáforas do inconsciente entre o inquietante e o sublime nas produções psíquicas e sociais.

• A criatividade na clínica: novos dispositivos clínicos e abordagens psicoterapêuticas.

• Os povos originários e a criação de novos mundos: a ressignificação cultural a partir do criativo.

• A capacidade para o assombro: a via sublimatória de criação e transformação.

 

4. Tecnologia, subjetividade e novos desafios

• Avanços tecnológicos e seus efeitos na subjetividade: transformações psíquicas e relacionais na era digital.

• Desafios da inteligência artificial: alcance e repercussões no desenvolvimento psíquico e mental dos sujeitos.

• Infância e adolescência diante das telas: efeitos emocionais e sociais.

• Cyberbullying e dinâmicas relacionais online.

• Psicanálise e tecnologia: efeitos dos algoritmos, das bolhas digitais, das políticas de cancelamento e sua presença no cotidiano como fenômeno social.

• O mecanismo da recusa na construção, circulação e adesão às "fake news".

 

5. O pulso atual da psicanálise e os desafios atuais

• A clínica psicanalítica entre o narcisismo e a alteridade: implicações do vínculo e da subjetividade.

• Sexualidades múltiplas: expansão inclusiva na prática clínica e na teoria.

• Medicalização e oferta diagnóstica: tensões entre a clínica e a indústria da saúde mental.

• Clínicas públicas: desafios para a psicanálise atual.

• Sociedades e consumo: análise da subjetividade no neoliberalismo.

• Crises climáticas e sofrimento psicológico: ecologia e psique.

 

6. O assombro na clínica e na existência: oportunidade e ameaça

• O impacto do assombro: fragmentação psíquica ou abertura para o novo.

• O sinistro e o fascinante na sociedade contemporânea: a dupla face do assombro.

Escuta analítica perante o assombro: afetos na transferência e na elaboração.

• O corpo como cenário de dor psíquica: enfrentando o terror e as ameaças atuais.

• A experiência da fragilidade permanente: face à velocidade e à magnitude das transformações.

• Como manter aberto o espaço para o pensamento e a complexidade sem ficar paralisado pelo medo?

 

CONCURSO DE ESTUDANTES "JORGE ROSA" 

 

CONVOCATÓRIA

A Diretoria da FLAPPSIP anuncia o concurso de trabalhos científicos para estudantes das associações membros, conforme resolução da Assembleia de Delegados de 24 de maio de 2008 em Montevidéu.

 

A. BASES DO CONCURSO

Podem participar no concurso aqueles profissionais que:

1.- estejam cursando os seminários de formação em alguma das associações pertencentes à FLAPPSIP (entende-se como categoria de aluno, neste ponto, até um ano após o término do último seminário).

2.- estejam cursando estudos de pós-graduação (especialidade, diplomado, mestrado e doutorado) nos Institutos Universitários das associações membros.

 

B. PAUTAS PARA A APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Trabalhos inéditos.

Apresentação anônima.

Número de autores: individual ou em grupo.

Formato: máximo de 6 páginas (15.000 caracteres com espaços) mais a bibliografia separada.

Tamanho de folha A4.

Espaçamento de espaço duplo.

Fonte: Arial 12.

Margens: 2 cm

Forma de citações e apresentação da bibliografia de acordo com as normas da APA.

Os trabalhos devem ser apresentados em espanhol e português.

 

C. TEMA

"EROS, ALTERIDADE E CRIATIVIDADE EM TEMPOS DE ASSOMBRO"

O PULSO ATUAL DA PSICANÁLISE

EIXOS TEMÁTICOS: Os mesmos do Congresso, detalhados acima.

 

D. FORMA DE ENTREGA DOS TRABALHOS:

Os trabalhos são anônimos. Para entregá-los, os seguintes passos devem ser seguidos:

1.- Cada autor ou grupo de autores deve escolher um pseudônimo.

2.- Cada autor ou grupo de autores deve abrir um endereço eletrônico com seu pseudônimo desta forma: pseudonimodoautor@gmail.com

3.- A partir deste endereço, o trabalho deve ser enviado para o endereço de e-mail da FLAPPSIP: flappsip@flappsip.net  

No assunto deve ser incluído: Concurso Dr. Jorge Rosa FLAPPSIP.

4.- Este envio deve contemplar as condições de anonimato do autor ou autores.

5.- A Diretoria da FLAPPSIP enviará uma cópia de cada trabalho ao júri.

6.- Uma vez conhecida a decisão do júri, a Diretoria da FLAPPSIP entrará em contacto com o autor ou autores através do endereço de e-mail proposto com o pseudónimo para informar sobre o parecer e procederá à identificação do autor ou autores.

Data de entrega dos trabalhos até 20 de julho de 2025

Data de expedição da decisão do júri: 30 de agosto de 2025

 

E. PRÊMIOS

1° Prêmio:

Passagem, hospedagem e inscrição para o Congresso.

Apresentação do trabalho vencedor no âmbito do Congresso.

Publicação do trabalho vencedor na Revista "Intercâmbio Psicanalítico".

Uma seleção de livros psicanalíticos.

No caso de o trabalho vencedor ser em grupo, o usufruto do prémio corresponderá a apenas um dos autores.

Menções:

Se julgar conveniente, o júri poderá atribuir até 2 (duas) menções a outros trabalhos que sejam meritórios. Também serão publicados na Revista Virtual da FLAPPSIP.

 

F. CONSULTAS

Dúvidas sobre o procedimento de apresentação e envio podem ser enviadas à Diretoria da FLAPPSIP no endereço eletrônico: flappsip@flappsip.net com o assunto: dúvidas sobre o Concurso Dr. Jorge Rosa

 

Comissão Diretiva FLAPPSIP 2023- 2025

Sara Oxenstein - Presidenta – ADPP, Peru

Silvia Alonso - Secretária Científica - DPISedes, Brasil

Rosa Puente - Secretaria Geral - APPPNA, Peru

Jorge Gorriti - Tesoureiro - CPPL, Peru

Liliana Messina - Vocal - ICHPA, Chile

 

Associações membros de Flappsip:

Asociación Escuela Argentina de Psicoterapia para Graduados, AEAPG, Argentina

Asociación Argentina de Psiquiatría y Psicología de la Infancia y la Adolescencia, ASAPPIA, Argentina

Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre, CEPdePA, Brasil

Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro, CPRJ, Brasil

Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, DPISedes, Brasil

Sociedad Chilena de Psicoanálisis, ICHPA, Chile

Asociación de Psicoterapia Psicoanalítica, ADPP, Peru

Asociación Peruana de Psicoterapia Psicoanalítica de Niños y Adolescentes, APPPNA, Peru

Centro de Psicoterapia Psicoanalítica de Lima, CPPL, Peru

Asociación Uruguaya de Psicoterapia Psicoanalítica, AUDEPP, Uruguay

 

 

 



 


 

   
Departamento de Psicanálise - Sedes Sapientiae
Rua Ministro Godoi, 1484 - 05015-900 - Perdizes - São Paulo - Tel:(11) 3866-2753
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