
Foto de Silvia Nogueira
Em 19 de novembro de 2023 Isabel partiu.
Nascida em 1949 na Argentina, Isabel Mainetti de Vilutis foi professora e supervisora no Curso de Psicanálise a partir de 1988, por 28 anos de participação ativa em nosso Departamento, que incluíram a articulação da Área de Relações Internas no Conselho de Direção 2011-2012 e a coautoria do projeto Clínicas do testemunho do Instituto Sedes Sapientiae.
Coorganizadora, com Ana Maria Sigal, do livro Colóquio freudiano: teoria e prática da psicanálise (São Paulo: Via lettera, 2001) e autora do livro Ecos da clínica (São Paulo: Casa do Psicólogo, 2013), Isabel publicou resenha e artigos na revista Percurso: Da paixão à "loucura” de tornar-se analista (resenha de Maud Mannoni, Da paixão do ser à “loucura” de saber: Freud, os anglo-saxões e Lacan, na Percurso 12, A formação do analista, 1º semestre 1994), O sexual-infantil na clínica psicanalítica (artigo que parte de uma vinheta clínica e de um fragmento literário, na Percurso 13, Psicanálise e questões culturais, 2o semestre 1994), A construção do dispositivo analítico (artigo em torno do objeto que se instala como repetição na transferência, na Percurso 29, Aspectos da clínica, 2o semestre 2002) e O homem que ia ao bairro escuro (coautoria no Debate clínico com Rodolfo Moguillansky e Bernardo Tanis, na Percurso 55, Tempo, narração e política, dezembro 2015); no jornal digital Boletim online: Projeto Clínicas do testemunho do Instituto Sedes Sapientiae: testemunho de uma experiência , edição 22, setembro 2012; em quatro dos livros dos Ciclos de debates do Curso de Psicanálise: Culpa e identificação na clínica da melancolia (in Freud: um ciclo de leituras, Escuta, 1997), Dor psíquica e adolescência (in A clínica conta histórias, Escuta, 2000), A construção do dispositivo analítico (in Desafios para a psicanálise contemporânea, Escuta, 2003); O conceito de luto normal: imaginários culturais e clínica contemporânea (in Psicanálise em trabalho, Escuta, 2012) e no livro Psicossoma V - integração, desintegração e limites (Casa do Psicólogo, 2014) o artigo Função integradora da neurose.
Seu amor pela escrita e pela literatura, pela psicanálise e por sua transmissão manifestou-se também ao final de sua vida, quando Isabel se ocupou de pensar um destino para sua biblioteca pessoal e expressou o desejo de que os livros de seu acervo fossem depositados na Biblioteca Madre Cristina, a fim de permanecerem ao alcance de todas e todos. Assim, por iniciativa de sua filha e em ação intermediada pelo Departamento de Psicanálise através de Marta Azzolini e de Cristina Petry, cerca de 600 livros que pertenceram a Isabel foram generosamente trazidos ao Sedes por seus filhos Luana e Damian Vilutis em 30 de novembro.
Sob os cuidados de Selma Dias da Cruz, nossa bibliotecária, esses livros receberão um carimbo com o nome completo de Isabel, registrando a procedência de cada doação em delicada homenagem. Desta forma, passarão a materializar algo da gratidão pelo legado de nossa querida amiga, colega e professora, que fica para nossa comunidade. Isabel Dora Mainetti de Vilutis presente!
Conselho de Direção
Gestão 2021-2023