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INFORMATIVO ONLINE SOBRE AS ATIVIDADES DO DEPARTAMENTO
PSICANÁLISE COM CRIANÇAS DO INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE

 
ANO VII | Número 13 | edição agosto a dezembro de 2020  
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  Assembleia do Departamento Psicanálise com Crianças
Vanessa Freitas
   

 

Em vinte e cinco de novembro aconteceu a Assembleia do Departamento Psicanálise com Crianças, a qual contou com a presença de membros, docentes dos cursos, alunos do curso de formação e coordenadores dos setores que integram o Departamento.

A pauta da Assembleia teve como norte as repostas ao questionário elaborado por Maria Dias, encaminhado previamente aos coordenadores dos setores:  Curso, Comunicação, Eventos, Extensão, e Clínica e Pesquisa. Os resumos das respostas de cada setor foram apresentados para a discussão sobre os pontos em comum e as principais diferenças, bem como a definição de questões que precisarão ser debatidas em 2021 tendo em vista uma avaliação sobre a necessidade de reformulações no regimento do Departamento Psicanálise com Crianças

O questionário foi comporto pelas seguintes perguntas:

1. Que lugar queremos dar à infância/criança no departamento?

2. Qual é a relação do curso de formação com os outros espaços de formação/pesquisa/cursos/grupos de estudos do departamento? O curso de formação é entendido como a alma do departamento ou não?

2.1 Em função disso quais serão os critérios para entrada de novos membros?  

2.2 Como entendemos a formação? como algo mais orgânico/integrado? ou algo mais disperso?

2.3 Entendemos o departamento como um lugar de formação ou de reunião e interlocução de pares (congrega diversos grupos que se reúnem)?

3. Como pensar a articulação do departamento com os espaços externos a ele, tais como a comunidade Sedes, outros departamentos, o Instituto e a sociedade de um modo geral?

3.1 Que visibilidade queremos que o departamento tenha?

4. Em função dos tópicos anteriores, qual política financeira pensamos para o departamento? isso incluiria  decidir se queremos distribuir bolsas de estudo para fazer curso ou participar em congressos

A proposta deste questionário visou estimular a implicação mais ativa dos membros com o Departamento. Com a dissolução do Núcleo de Cursos do Sedes, as propostas de novos cursos começaram a ser encaminhadas diretamente para a diretoria do Instituto, a qual passou a convocar os Departamentos para tratar a respeito com membros. Nesse ínterim, surgiram questionamentos sobre os critérios para aprovação ou não de um curso, o que levou a CG a considerar importante um respaldo dos membros do Departamento para o delineamento de tais regras e critérios. Entendeu-se que a proposta de uma construção conjunta quanto ao que podemos e o que queremos nesse momento esmera o sonho que orienta a consistência deste Departamento.

Quem são membros do Departamento? São pessoas que finalizam o curso de formação, realizam o cadastro e pagam o valor de a anuidade. Vale salientar que, nesse ano, em função da pandemia, a CG estipulou a isenção desta taxa. 

No decorrer das apresentações dos setores, no que se refere às respostas do questionário, surgiu o debate sobre o espaço dedicado ao estudo de um autor específico e a relação desse espaço com o curso de formação, no sentido de não se tornarem concorrentes, nem dissonantes, para que o Departamento forme um todo harmônico.

O tema dessa discussão trata-se, sobretudo, da proposta de um segundo ano do curso de aperfeiçoamento “Winnicott: Experiência e Pensamento”. Quando inaugurou-se o Espaço Potencial, foram abertas 20 vagas. Surpreendentemente, inscreveram-se 60 candidatos, a maior parte formada por pessoas que não haviam feito o curso de formação em Psicanálise com Crianças. Com o tempo, levantou-se um problema  no tocante a necessidade de acolher as pessoas que se interessavam pelo estudo de Winnicott e que não podiam mais entrar no espaço Potencial. Foi nesse contexto que se desenvolveu o curso de Winnicott.

O debate deste assunto contempla a possibilidade ou não de o curso de Winnicott se converter em uma formação paralela ao curso de formação em Psicanálise com Crianças, tendo ele um segundo ano em sua estrutura, conforme solicitado por seus coordenadores. Isso porque, há o entendimento comum de que o curso de formação é o eixo do Departamento, bem como os grupos e espaços que o constituem são seleiros de produção aprofundada que podem alimentar o curso. Logo, chega-se à conclusão de que, para que o Espaço Potencial continue integrado ao Departamento, é imprescindível pensar os critérios e as diferenças envolvidas nesta composição.

Uma sugestão apresentada como saída para tal impasse é a criação de um outro curso de aperfeiçoamento sobre Winnicott, também de um ano, com o tema “A Criança e Seu Entorno”.

De todo modo, o principal ponto de investimento deve ser a articulação à questão da criança. Reconheceu-se que o grande tema que orientou a assembleia – “que departamento queremos?” –, necessita ter um olhar para os seguintes pontos: queremos ser um departamento formador por excelência, que forme analistas? Ou um departamento que desenvolva alguns estudos articulados à cultura? Queremos nos constituir como uma associação para fazer as pessoas circularem? O departamento pode fechar com a ideia de uma base fundamental antes que o profissional venha a se colocar como psicanalista? Os cursos de expansão e aperfeiçoamento criam demanda de formação? Queremos deixar de ser um Departamento de Psicanálise com Crianças para nos tornarmos um departamento de pessoas que se ocupam da infância?

É de comum acordo que o trabalho inerente a criança e a infância sejam tratados como política do Departamento, eixo temático e estrutural em torno do qual entende-se que se organiza.

Entre os membros, para contemplar este sonho, há os que entendem que o Departamento deve fomentar o funcionamento de grupos de estudo e de pesquisa teórica/clínica, horizontais e verticais, priorizando a infância, organizados em torno de pensadores (da psicanálise, da filosofia etc.), em torno de problemáticas (adicções, suicídio, psicossomática, etc.), de campos de trabalho (direito, educação, saúde mental, saúde física, etc.) ou mesmo de dispositivos de reflexão (cinema e psicanálise, literatura, arte em geral). Cabe ressaltar que este posicionamento não é unânime ao setor, havendo para alguns uma preocupação em preservar sempre a identidade do Departamento no que diz respeito ao estudo de criança.

Também foi elucidado que o pensamento relativo à questão da criança e o atendimento a esta etapa de vida é o eixo vertical do Departamento. Como eixo horizontal estaria situada a importância da interlocução com outras áreas do conhecimento: medicina, educação, justiça, linguagem, ciências sociais, antropologia, filosofia.

Desta forma, o foco deve estar na formação e na transmissão da Psicanálise com crianças e seu entorno (escola, pais, profissionais da saúde que porventura se dediquem às questões da infância), paralelamente a uma Psicanálise atravessada pelas questões que se dão nos nossos tempos, bem como relacionadas ao lugar em que vivemos.

Sendo assim, considerou-se essencial fomentar movimentos de maior inclusão dos estudantes nos espaços do Departamento, salientando que os critérios para a entrada de novos membros têm que levar em conta percursos de formação semelhantes ao percurso que contempla a referência do Curso de Formação em Psicanálise com Crianças.

Portanto, é primordial a articulação do Departamento com a comunidade Sedes, outros Institutos de Psicanálise e a sociedade em geral, um dos meios pelo que isso pode se dar é através da organização de eventos em parceria com outros Departamentos/Instituições.

É evidente que o Departamento ocupa lugar de referência dentro do campo da Psicanálise com crianças, visto o alto índice de participação nos eventos, presenciais e nessa série de encontros online realizados durante o período de pandemia. Esta visibilidade reflete um Departamento que cresce para dentro e para fora, estabelecendo trocas, fazendo ressoar os seus saberes de maneira geral.

O Departamento Psicanálise com Crianças visa ser uma voz de referência/reflexão/questionamento no âmbito social em relação a questões da infância, a fim de marcar, inclusive, sua posição política.

A sociedade cada vez mais carece de referências que são do conhecimento psicanalítico para nortear a família, a escola, etc. A preocupação com a qualidade da formação do psicanalista não deve invalidar a importância do trabalho extramuros.

É neste âmbito da discussão que tratou-se sobre a importância da regularização de uma Política de bolsas do Departamento, assunto validado pelos 4 setores, a qual engloba, igualmente, investimentos em participações de eventos e, concomitantemente, investimentos na visibilidade do trabalho realizado.

Conclui-se que no ano de 2021 o regimento seja reescrito de modo a contemplar as questões formuladas na presente Assembleia e que serão aprofundadas nos setores.

A SEGUIR, REPRODUZIMOS A CONVOCATORIA PARA A ASSEMBLEIA, ENVIADA AOS MEMBROS DO DEPARTAMENTO:



 


São Paulo, 12 de novembro de 2020 

CONVOCATÓRIA

A Comissão Coordenadora Geral (CG) do Departamento Psicanálise com Crianças convoca todos os seus membros para a assembléia ordinária, a ser realizada em 25 de novembro de 2020, quarta-feira, às 20:00h, no link: https://meet.google.com/ygb-pkqf-kdb

Ao longo de sua gestão 2019/2020, a CG procurou fomentar uma discussão em todos os setores, em torno da seguinte temática: que departamento queremos construir?

Para levar adiante essa iniciativa, a CG discutiu e distribuiu entre os setores um questionário escrito por Maria Dias, fruto exatamente dessa pergunta. As respostas produzidas nesses espaços serão enviadas a vocês, nos próximos dias, com o intuito de inspirar e organizar nossa conversa durante a assembleia. Reproduzimos aqui as questões que compõem esse documento:

1. Que lugar queremos dar para a infância/criança no Departamento?

2. Qual é a relação do curso de formação com os outros espaços de formação/pesquisa/cursos/ grupos de estudos do departamento? O curso de formação é entendido como a alma do departamento ou não?

2.1 Em função disso quais serão os critérios para entrada de novos membros?

2.2 Como entendemos a formação? Como algo mais orgânico/integrado? Ou algo mais disperso?

2.3 Entendemos o departamento como um lugar de formação ou de reunião e interlocução de pares (congrega diversos grupos que se reúnem)?

3. Como pensar a articulação do departamento com os espaços externos a ele, tais como a comunidade Sedes, outros departamentos, o instituto e a sociedade de um modo geral?

3.1 Que visibilidade queremos que o departamento tenha?

4. Em função dos tópicos anteriores, qual política financeira pensamos para o departamento? Isso inclui decidir se queremos distribuir bolsas de estudo para o curso de formação e para a participação em congressos.

Funcionamento da assembleia: leitura de texto produzido pela CG sobre a pauta do encontro, seguida de breve apresentação das discussões realizadas nos setores. Logo após, teremos a discussão e deliberação sobre a pauta do encontro com os membros presentes na reunião. 

Aguardamos vocês para pensarmos e construirmos juntos o nosso Departamento!

Coordenação Geral do Departamento


 
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