boletim

INFORMATIVO ONLINE SOBRE AS ATIVIDADES DO DEPARTAMENTO
PSICANÁLISE COM CRIANÇAS DO INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE

 
ANO VII | Número 13 | edição agosto a dezembro de 2020  
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  Sobre Cotas Raciais na Instituição
Sthefânia Carvalho1
   

 

Durante o encontro promovido pelo Sustentar, pudemos escutar e conversar sobre diversos aspectos das questões raciais e do racismo no Brasil, além de suas incidências em múltiplos âmbitos: na infância, na produção de violências e sofrimento, nos serviços públicos, nas universidades, nas epistemologias, na clínica psicanalítica.

Alguns participantes do evento evocaram as cotas raciais enquanto um assunto pertinente à discussão que ali se desenvolvia.  As cotas raciais, amplamente implementadas em instituições de ensino pelo país, são uma das estratégias que fazem parte da política de ações afirmativas. Essa política pretende promover a reparação de situações provocadas pela discriminação racial, atuando no sentido da diminuição das disparidades socioeconômicas e educacionais entre pessoas de diferentes raças/etnias que foram sendo acumuladas na história do Brasil.

No Instituto Sedes Sapientiae, o debate sobre as questões raciais e sobre a possibilidade da criação de cotas raciais atreladas a bolsas de permanência vem há algum tempo sendo pautado por diferentes membros e grupos de trabalho, e vem ganhando cada vez mais corpo. Seria importante pensarmos de que maneira podemos dar entrada e composição a esta discussão também aqui, no Departamento de Psicanálise com Crianças.

Implementar uma política de cotas raciais e de bolsas de permanência no Instituto seria uma maneira de garantir maior acesso de estudantes negros(as) aos cursos, o que, além de sua significância em si, promoveria maior diversificação de vozes, discursos, experiências, problematizações, encontros, colaborando no sentido de um desejável adensamento do campo de questões endereçadas às atividades formativas, teóricas e clínicas que o Sedes desenvolve.

Entendo que escutar e acolher essa pauta no Instituto Sedes Sapientiae equivale a tomar uma posição contundente frente ao racismo que estrutura nossa sociedade e que alicerça muros - concretos e simbólicos - que estão reproduzidos em todas as instituições. Nesse sentido, implementar uma política de cotas seria um passo na direção de contribuir efetivamente com a construção micropolítica da luta antirracista em nosso país, a qual, por sua vez, é indissociável da luta em defesa da democracia.

 

1 Sthefânia Carvalho, trabalhadora do SUS, psicanalista, acompanhante terapêutica, integrante do Sustentar, aluna do curso Psicanálise com Crianças.
 
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