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Resumo
INIBIÇÃO E SINTOMA COMO TRATAMENTOS À
ANGÚSTIA
Autora: Ilana Katz Zagury Fragelli NEPPC (Núcleo de Estudos
e Pesquisa em Psicanálise com Crianças).
Psicanalista. Mestre no IP/USP, 2002. (escreveu não leu& a escrita na
clínica das psicoses infantis), doutoranda na FE/USP, 2007-2011 (sintomas na
escrita), pesquisadora do LEPSI, membro do NEPPC (Núcleo de Estudos e Pesquisa
em Psicanálise com Crianças).
Do
ponto de vista da experiência analítica todos os sujeitos estão em pé de igualdade,
tanto a criança quanto o adulto. De um lado, todos nos relacionamos com aquilo
que, do sexual, passa para as redes do significante, e de outro, a sexualidade
no humano só se realiza pela operação da pulsão enquanto parcial. Esse caráter
parcial da satisfação pulsional é fundamental porque faz referência ao não
total da finalidade biológica da sexualidade, e se distancia radicalmente da
idéia de que um adulto seria diferente da criança porque alcançou a
genitalidade. Assim, aprendemos com Lacan que, como não há programação
instintual para o encontro sexual, o corpo não poderá se emparelhar
precisaremos calcular uma descontinuidade, um desencaixe. E, porque o resultado
desse desencaixe pode produzir desejo, mas também angústia, o sujeito precisará
se aparelhar. No que diz respeito à criança será à inexistência da relação
sexual, à descontinuidade, ao desencontro ali marcado naquilo que foi pensado
como encontro por seus pais, que a criança vai responder. Responde com seu
sintoma, referência a uma verdade que está relacionada com o casal parental
enquanto homem e mulher; ou com a inibição, no sentido dado por Lacan, em que
essa é um sintoma posto no museu.
O sintoma pode ser entendido como um aparelho que, a partir do funcionamento do
recalque, arma condição de cercar no campo significante o que não tem sentido,
e assim funciona como tratamento dado pelo sujeito à angústia, que é sempre de
castração.
A
inibição, por sua vez, apresenta-se como um mecanismo de suplência que o
sujeito faz uso quando o recalque não opera, e que também tem como finalidade o
tratamento da angústia. Nesse sentido, ambos são tratamentos possíveis que o
sujeito pode dar ao real, que comparece por meio da angústia no aparato
psíquico.
O trabalho pretende discutir a construção em jogo em cada um desses mecanismos
para, a partir disso, problematizar no dispositivo clínico com a criança os
modos de abordagem e tratamento do sintoma e da inibição.
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