Trabalhos
 

 

Resumo

ONDE FICA O LUGAR DO ANALISTA E DOS PAIS NUM TRABALHO COM CRIANÇAS? REFLEXÕES SOBRE COGNIÇÃO E AFETO NA CLÍNICA

Autoras:

Maria Vitoria Campos Mamede Maia (UFRJ)
Professora Adjunto da UFRJ, Doutora em Psicologia clínica PUC-Rio, Mestre em Literatura PUC-Rio Brasileira, Psicopedagoga clínica UNICEUB-CEPEREJ, Pesquisadora convidada da UFRP, Pesquisadora convidada LIPIS, Pós-doc em curso no Instituto de Psicologia USP com Prof.Dr. Lino de Macedo, autora do livro "Rios sem discurso": reflexões sobre a agressividade da infância na contemporaneidade. SP: Vetor, 2007

Nadja Nara Barbosa Pinheiro (UFPR)


Professora Adjunto da UFPR, Doutora em Psicologia clínica PUC-Rio, Mestre em Psicologia Clínica, Departamento de Psicologia (DEPSI-UFPR).


Utilizando-nos de um caso clássico relatado por Freud, o caso Hans, queremos, neste trabalho, levantar questões importantes quanto ao papel a ser ocupado pelo profissional no atendimento de uma criança. Tentaremos demonstrar como o pai de Hans, ao tentar operar a função de analista de seu filho, falhou em exercer a função paterna, ou seja, deixou de ocupar o lugar  daquele que insere a separação entre o bebê e sua mãe,  não permitindo, com isso, que a criança pudesse ir se tornando, paulatinamente, um sujeito ativo na construção de seu mundo interno/externo. Em Hans, a falha no exercício da função paterna dificultou a possibilidade deste utilizar o campo lúdico oferecido pelo espaço transicional, abrindo lugar para a angústia e para a fobia. Quantas de nossas crianças, hoje em dia, devido a falha da função paterna, não abre um não aprender posto que na possibilidade de criação há, efetivamente , um turvamento causado pela angústia? Com o caso Hans queremos, neste trabalho, colocar como questão até onde vai o trabalho do profissional como ele pode chamar os pais para que ocupem o lugar que muitas vezes é delegado a ele, para que haja, efetivamente, um trabalho de re-criação e re-elaboração das separações que acabam ocorrendo entre cognição e afeto no ato de aprender, seja na escola ou na família, quando o espaço transicional fica comprometido.