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Resumo

QUAL PAI CLAUDICA? DAS FOBIAS ÀS HIPERATIVIDADES

Autora: Renata De Luca
Psicanalista, mestre em psicologia da educação pela FE-USP, membro do departamento de saúde mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo e do núcleo de pesquisa em psicanálise de crianças.


Na atualidade, o papel do pai tem sido objeto de várias discussões que apontam para uma mudança em sua função de agente da castração.

Mas, esse pai que se modificou por fenômenos culturais e sociais é apenas uma face do Pai Imaginário. Pois o Pai Imaginário traz de um lado o pai do nome (aquele que traz a lei e introduz o sujeito na linguagem) e do outro lado o Nome-do-Pai (onde ele se nomeia e enlaça o Imaginário com o Real). Esse lado aponta para uma das funções do pai: a de colocar uma mulher como objeto causa de desejo. Assim denominado Pai-Real.

Trata-se desse pai denunciado pela fobia e sua falha já era apontada por Freud no Caso Hans. Ou seja, o pai que claudica é o mesmo nas fobias: o Pai-Real.

No entanto, a face que se modificou no pai atual não poderia deixar de trazer conseqüências. Essas não estão nas fobias, mas podem apontar para outras sintomatologias.

Nesse trabalho, gostaríamos de discutir essas outras sintomatologias que podem ser da ordem das, assim nomeadas pelo discurso médico, hiperatividades. Essas angústias exteriorizadas no corpo podem ter uma relação com falhas em uma das vertentes do pai imaginário; a saber, aquela que parecer ter se modificado na atualidade.