Trabalhos
 

 

Resumo

ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO: EM BUSCA DE UM LUGAR

Autoras:

Simone Pantaleão Macedo
Psicóloga, coordenadora e supervisora do Grupo Essência de Acompanhamento Terapêutico (Araçatuba), especialista em Psicologia Hospitalar pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, mestranda em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem na UNESP/BAURU. Professora da UNIP (Araçatuba).

Nilva Sanches Grecco
Psicóloga clínica, acompanhante terapêutica, membro do grupo essência, curso de formação em psicoterapia breve (UNESP/BAURU), formação em gestalt terapia.

Magali Ferreira Pinto
Psicóloga, acompanhante terapêutica, membro do grupo essência.

Este trabalho inserido no eixo temático, clínico, refere-se a um relato de caso atendido na modalidade clínica, Acompanhamento Terapêutico (AT), com um paciente de 11 anos de idade, portador de doença degenerativa, Distrofia Muscular do Tipo Duchenne (DMD), doença genética de herança recessiva ligada ao cromossomo X que afeta indivíduos do sexo masculino. O acompanhamento foi realizado por ATs, membros do  Essência  Grupo de Acompanhamento terapêutico  na cidade de Araçatuba/SP. Acompanhamento terapêutico é um dispositivo clínico que visa restaurar a integridade da pessoa através da oferta de um lugar que permita o processo de constituição e preservação do self. Esta modalidade clínica de intervenção permite a abertura para um campo de produção de novos modos de existir, construído através da arte de acompanhar, palavra que vem do latim, cum: comer; e panis: pão, o qual segundo Barreto (2000) evidencia uma importante função exercida por aquele que acompanha, comer do mesmo pão. Enfocamos neste trabalho como comemos e repartimos o pão com nosso paciente através da contribuição preciosa de Gilberto Safra quando enfoca o modelo de trabalho clínico proposto por Winnicott, denominado placement. Safra (2006) considera que o placement constitui um excelente paradigma para o acompanhamento terapêutico, na medida em que oferece a seu paciente um lugar. A palavra placement é derivada da palavra place, que significa lugar, dimensão fundamental na constituição do self e no processo de trabalho clínico. Safra (2004) refere que além da possibilidade de auxiliar os pacientes no estabelecimento de funções psíquicas e em seu trânsito em meio da realidade compartilhada, o profissional acompanhante terapêutico, lhe oferta um lugar ético constitutivo. Este trabalho é marcado pelo acompanhamento e compartilhamento da realidade vivida por nosso paciente, do constante re-significar da existência e da busca de lugares capazes de ancorar a nossa angústia frente ao final da existência.