
“A capacidade mental dos negros é discutida a priori, e a dos brancos a posteriori” (L. Barreto)
Psicanálise na encruzilhada vem ao encontro do desejo – eminente no mundo psicanalítico – de exercitar um pensar que possibilite um diálogo com as demais áreas do conhecimento, correlacionadas com a problemática do racismo no Brasil, mas sobretudo, desenvolve ideias que visam trabalhar as especificidades do saber desse campo – entre desafios, e paradoxos. Nessa encruzilhada – a posteriori e não a priori – que remete ao saber criativo da ancestralidade africana, encontramo-nos com uma psicanálise que não se exime de seu lugar de levantar interrogações e propor direções que sinalizem cruzos para a resolução do racismo à brasileira: perlaboração de uma perspectiva antirracista para a psicologia das profundezas. Perante essa condição de subversão, o pulsional entre disjunção e conjunção, produz, via palavra escrita, novos roteiros que afetam e convocam para uma leitura implicada sobre o racismo e seu fator originário – a branquitude estrutural.
Ignácio A. Paim Filho