O Coringa como personificação da pulsão de morte na cultura
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Introdução
Escrever um artigo sobre a teoria das pulsões em Freud não é tarefa fácil. Já não o seria se estivéssemos falando de uma retomada teórica desse conceito-chave para a teoria psicanalítica; fica ainda mais inquietante quando a proposta excede os limites da teoria e articula-se com uma ilustração vinda da cultura.
E porque inquietante? O próprio Freud já nos coloca: “a doutrina das pulsões é um campo obscuro, até mesmo para a psicanálise” (In Roudinesco e Plon, 1998, p. 631). Essa opacidade da doutrina parece refletir uma característica da própria noção de pulsão. Ele chega afirmar mais à frente em sua obra, que “a teoria das pulsões é, por assim dizer, a nossa mitologia” (Ibidem).
Então qual ilustração da nossa cultura pode servir de ferramenta para ilustrar um conceito tão desafiador? Quando me coloquei a pensar sobre isso, uma “mitologia” de nossos tempos me veio à mente: seria o vilão Coringa, além de representante de uma visão maniqueísta típica de nossa cultura ocidental, personificação da pulsão de morte na cultura?
Sempre me inquietou essa transposição da teoria psicanalítica para além do setting. Acredito que a teoria freudiana tenha um grande potencial investigativo para além dos limites do consultório: assim como somos “detetives” trabalhando com a história contada e não contada de nossos pacientes, podemos também – até certo ponto – pensar a cultura, sem que isso signifique uma simplificação teórica, psicanálise aplicada ou uma exigência de que a expliquemos – deixemos esse encargo para a Sociologia. No entanto, a meu ver, Freud conseguiu de maneira magistral capturar aspectos da condição humana e, sendo seres sociais, encontraremos na cultura as suas manifestações. Elas batem nas nossas portas sem intervalos, assim como a pulsão que, incessantemente, invade nosso aparelho; é uma questão de sob qual lente, sob qual embasamento teórico as enxergar.
Escolho falar das pulsões através de anti-herói bastante conhecido das massas, o Coringa, especialmente em O Cavaleiro das Trevas (2008), cuja atuação de Heath Ledger como o vilão entrou para a história do cinema.
Será, acima de tudo, um exercício teórico de articulação de conceitos no sentido de discutir em que medida o personagem vilão personifica na cultura a pulsão de morte. Não tenho o objetivo de assegurar que toda a teoria das pulsões esteja presente nessa figura; será, portanto, um recorte e uma transposição dela que nortearão as linhas que seguem, sem a pretensão de abarcar toda a sua complexidade.
Importante ressaltar que não é a proposta analisar o personagem Coringa como sujeito (dotado de sua própria história e regido por um determinado funcionamento psíquico). Ele será tomado como uma personificação da pulsão de morte. Neste sentido e para os fins propostos neste texto, o Coringa é a pulsão de morte e não um sujeito tomado por ela.
Desenvolvimento
Quando a cidade de Gotham se vê diante dele, alguém o descreve da seguinte maneira: “ele não tem impressão digital, dentária ou DNA. Suas roupas são sob medida, sem etiqueta. Não tem nome verdadeiro ou falso.” Coringa ocupa um outro lugar, assim como a pulsão. “A pulsão ocupa um outro lugar, situado além da ordem e da lei, além do inconsciente e da rede de significantes, além do princípio do prazer e do princípio de realidade, além da linguagem: é o lugar do acaso.” (Garcia Roza, 1986, pag. 127)
O Coringa simplesmente é, simplesmente circula; o filme inteiro é uma busca implacável por esta figura que percorre incessantemente a cidade, numa jornada de excessos praticamente impossível de conter sem a ajuda de um objeto externo.Podemos associar essa descrição da personagem ao conceito de pulsão (trieb). Segundo Laplanche, esse termo conserva a nuance de impulsão, dando menos ênfase a alguma finalidade definida (em termos de meta ou objeto) do que ao caráter irreprimível da carga energética.
Ver Coringa na tela é como ver uma pulsão pura que busca a descarga. Ele personifica o excesso econômico, como num aparelho psíquico em que a energia se acumula e exige vazão. É praticamente impossível contê-lo em sua jornada implacável. Se estamos falando que Coringa é pulsão, a analogia se estende: é como se não houvesse um escudo protetor a priori que barrasse sua atividade, assim como acontece com as excitações provindas do interior que chegam ao nosso aparelho. Neste sentindo, a pulsão, assim como o Coringa, é traumática por natureza: causam distúrbio no aparelho e na cidade. Necessitam de contra-catexias que possam, até certo ponto, dominar e ligar a representações à energia livre que invade o aparelho; para que o distúrbio econômico seja eliminado, é preciso mudar de um fluxo livre para um quiescente.
“No sentido exterior [o aparelho mental], acha-se resguardado contra os estímulos, e as quantidades de excitação que sobre ele incidem possuem apenas efeito reduzido. No sentido do interior, não pode haver esse escudo. As excitações das camadas mais profundas estendem-se para o sistema diretamente e em quantidade não reduzida, até onde algumas de suas características dão origem a sentimentos da série prazer-desprazer.” (Freud [1920], 2006, pag. 39)
Mas o que o Coringa busca? O que existe por trás das suas manifestações? Ao contrário de seu rival Batman, não usa máscaras. Ele é a sua própria máscara e não existe sem a maquiagem que já se tornou intrínseca ao seu rosto. Não tem máscara porque não precisa dela já que não tem uma identidade da qual receia. Zomba das pessoas ao inventar as razões pelas quais teria cicatrizes enormes no rosto. Inventa histórias familiares, calcadas na infância, para ironizar aqueles que se perguntam qual é sua motivação na promoção do caos e da desordem. É como se ele brincasse com a idéia de trauma: não há um trauma, no sentido do concreto, que o motiva a agir. Não existe algo que ocorreu em sua história e que ele foi incapaz de elaborar, o que explicaria suas atitudes na forma de sintoma, de um retorno do recalcado. E é justamente esta ausência de um trauma que justifique seu comportamento caótico que torna Coringa um vilão tão temido. Não há interpretação possível que dê conta dessa energia que tanto queremos conter.
A primeira cena de O Cavaleiro das Trevas mostra Coringa assaltando um banco. Estaria então em busca de dinheiro? Esse seria seu objetivo? Numa cena emblemática, o nosso vilão coloca fogo na pilha de notas que trouxe dessa ação, desconstruindo a idéia de que o que o move é a ambição financeira. Seria movido então por poder, fama? Tampouco essa suposição encontra lugar, na medida em que ele sequer tem uma identidade frente à sociedade da qual ele possa obter qualquer tipo de vantagem e prestigio. Pelo contrário, ele desdenha aqueles que são diferentes dele, aqueles que levam suas rotinas e papéis de cidadãos tão a sério em busca de reconhecimento. Daí que o mordomo de Batman diga que pessoas como o Coringa “não são compráveis, ameaçáveis, razoáveis ou negociáveis”.
Portanto, entendemos que Coringa visa uma coisa somente: a pura descarga. Ele se apresenta como pura passagem ao ato; não há algo de interpretável por detrás de suas ações. Ele próprio se define como agente do caos: “sou um cão atrás de carros. Não saberia o que fazer se pegasse algum. Eu só faço as coisas. A máfia faz planos, os tiras fazem planos. Eu não faço planos.”
Poderíamos entender caos como a energia livre que não consegue se ligar a quaisquer representações: fazer planos seria justamente poder conter em parte essa energia [desenhando uma trajetória que implicaria em pontos de ligação], dar um destino a ela diferente da passagem ao ato; dotá-la de sentido, nomeá-la. Com Coringa, estamos diante de uma força bruta, mais primitiva, cujo único objetivo [apesar de impossível em sua completude] é a descarga total e imediata. A tendência a desinvestir representações sobrepuja a tendência a investir, num movimento regressivo, conservador e que tende ao inorgânico.
Apesar de Coringa circular incessantemente, como um rato da cidade, ele é – de certa maneira – silencioso: ficamos com a sensação de que ele está em todos os lugares, mas não conseguimos isolá-lo, definir seus próximos passos. Ao contrário da pulsão de vida que se faz ruidosa ao se ligar às representações, ele só se faz perceber, assim como a pulsão de morte, através de suas manifestações, suas produções, que podemos pensar serem de duas ordens: da compulsão à repetição e da agressividade/destrutividade.
No que tange a compulsão à repetição, Freud diferencia aquelas brutas, mais primitivas, que estão a serviço a pulsão de morte daquelas que podem se colocar no âmbito do princípio do prazer, no sentido do retorno do recalcado onde há, portanto, uma repetição simbolizada, como nos sintomas. Com Coringa, temos as primeiras em questão: assim como a pulsão de morte pode manifestar-se no sujeito como compulsão à repetição, Coringa manifesta-se em Gotham da mesma forma.
Não conseguimos reduzir seu jogo – interminável e repetitivo a exaustão – de gato e rato com Batman a algo que busca satisfação libidinal ou domar experiências desagradáveis do passado. Estamos diante do que Freud nomeia como “demoníaco”, uma forma irreprimível, independente do principio de prazer e tendendo a opor-se a ele. Quando Batman finalmente tem a oportunidade de matar Coringa, ele não o faz. Coringa ironiza seu rival dizendo que ele [Batman] segue demais as normas para permitir-se matá-lo. O Coringa, por sua vez, diz achá-lo divertido demais para acabar com ele. Eles estariam, portanto, condenados a repetirem infinitamente o seu jogo de perseguição, compulsivamente. Daí o caráter tão repetitivo de suas histórias.
Esse carrossel denotaria que Coringa e Batman não podem existir um sem o outro? Batman, em seus filmes, desempenha o papel do restabelecimento da ordem, da coesão, uma força no sentido de manter as coisas como estão: a vigência da civilização, Eros. Seu rival, por sua vez, vai no sentido oposto: quer destruir a ordem estabelecida, transgredir a lei e incitar o caos: é anti-cultural. Ele próprio diz: “se você introduz um pouco de anarquia, perturba a ordem vigente, tudo se torna um caos, eu sou o agente do caos”.
Existiria, neste sentido, uma co-dependência entre estas personagens? Para refletirmos sobre esta questão, podemos retomar a discussão do caráter fusional ou autônomo das pulsões.
Em O Ego e o Id (1923), Freud acentua o caráter fusional das pulsões e, valendo-se do exemplo do sadismo, exemplifica a manifestação da pulsão de morte colocada a serviço de Eros:
“Ainda não temos uma idéia de que maneira os dois tipos de pulsão se interligam, mesclam-se e se amalgamam, porém não há dúvida que no contexto em que estamos examinando, isso ocorra regularmente e em grande escala. (…) Uma vez aceita a idéia de que haja mescla ou fusão, desses dois tipos de pulsão, coloca-se também a pergunta sobre a possibilidade de ocorrer em maior ou menor grau, uma defusão de pulsões. Podemos responder dizendo que o exemplo clássico de uma fusão perfeitamente adequada à meta é a existência de componentes sádicos incorporados à pulsão sexual. O modelo típico de uma defusão, ainda que parcial, é oferecido pelo sadismo autonomizado e transformado em perversão.” (Freud [1923], 2007, pag. 50)
Somente em 1930, em O Mal Estar na Civilização, Freud acentua o caráter não erótico e autônomo da pulsão de agressividade. A barbárie na civilização passa a ser explicada sob uma nova ótica, como fruto da pulsão de morte pura.
“Sei que no sadismo e no masoquismo sempre vimos diante de nós manifestações do instinto destrutivo (dirigidas para fora e para dentro), fortemente mesclados ao erotismo, mas não posso mais entender como foi que pudemos ter desprezado a ubiqüidade da agressividade e da destrutividade não eróticas e falhado em conceder-lhes o devido lugar em nossa interpretação da vida.” (Freud [1930], 1997, pag. 78).
Qual das duas perspectivas a respeito da teoria das pulsões melhor explica o Coringa enquanto personificação da pulsão de morte?
Por um lado, Coringa diz a Batman: “Você me completa. O que eu faria sem você?”, algo próximo de uma declaração (irônica) de amor, em uma postura que parece apontar na direção de uma fusão pulsional. Haveria neste sentido componentes eróticos na destruição promovida por Coringa, denotando uma possível ambivalência na relação entre os dois: estariam presentes, simultaneamente, amor e ódio.
Por outro lado, talvez Coringa represente exatamente aquilo que no trecho acima Freud chama de “modelo típico de uma defusão [entre as pulsões]”, ou seja, “o sadismo autonomizado e transformado em perversão”. Nesse sentido, a pulsão de agressividade personificada por Coringa seria pura, autônoma e não erótica.
Preferimos deixar em aberto a reposta a esta questão já que se trata de uma grande discussão na teoria psicanalítica a que caberia maior aprofundamento: a fusão ou defusão das pulsões. Isso porque não se trata apenas de rumos teóricos distintos. Inclui uma questão mais ampla, determinante no desacordo entre Freud e Jung. Falar em fusão significa atribuir um caráter libidinal a todas as pulsões e, portanto, em última instância, reduzi-las a uma só, como propunha a teoria monista de Jung. Teorizar a autonomização da pulsão de morte era não apenas repensar a posição anteriormente tomada, mas acima de tudo retirar quaisquer brechas teóricas que pudessem contradizer a insistente posição dualista proposta por Freud.
Até aqui colocamos em questão a pulsão de morte no seu caráter destrutivo. Eros é quem seria responsável pela reunião de indivíduos necessária para o estabelecimento da cultura (civilização). A pulsão de morte agiria exatamente no sentido contrário, da disjunção. Mas seria a pulsão de morte e, conseqüentemente o Coringa, apenas destrutividade, tida como anti-cultural?
Penso caber uma menção da reflexão de Garcia-Roza sobre o caráter criador da pulsão de morte. Segundo o autor, se a pulsão de morte tende à disjunção, ela recusa a permanência do mesmo e, portanto, é responsável por promover a emergência de novas formas. Seu caráter disjuntivo é justamente o que permite a produção das diferenças, indo na contramão de Eros que precisa barrá-las para possibilitar a civilização tal como a entendemos. A partir desse ponto de vista, a pulsão de morte adquire um novo caráter: o de possibilitar a criação. O próprio Coringa assim o coloca: “Não sou um monstro, sou só a vanguarda”.
Neste sentido, podemos pensar até no nome Coringa, uma tradução da palavra inglesa Joker. Esta abarca um significado um pouco mais amplo: não se restringe apenas a carta Coringa do baralho. Pode também ser usada no sentido de brincalhão, palhaço. Este sentido extrapola a palavra e compõe a concepção do personagem: suas cicatrizes formam um sorriso permanente, irônico no rosto. Daí seu jargão “why so serious?” (por que tão sério?)
É ele quem abre espaço para o brincar, para o lúdico, para a criação. Coringa se apresenta como o agente do caos, da disjunção. Não está submetido às leis e normas que regem uma sociedade; assim como a pulsão, ele ocupa um lugar para além da ordem e da lei. É isso que permite que o personagem seja visto também como um criador: é a sua aparição que traz Batman ao trabalho. Em ultima instância, ele é o responsável pelo enredo do filme: ele é quem cria as situações, quem apresenta novas possibilidades para a cidade. Se não existisse, podemos pensar que Gotham seria a mesma, em sua monotonia.
A luta entre o bem e o mal pode ser vista como a luta entre a obediência às regras da civilização e as pulsões agressivas. As leis só existem porque os homens sentem-se tentados em quebrá-las. E quebrá-las também não seria uma forma de brincar com novas possibilidades? Coringa parece nos provar que sim.
Considerações Finais
O Coringa é um personagem que fascina multidões. Talvez porque vivemos através dele o estranho em nós. Em 1919, no texto O Estranho, Freud fala sobre o termo Heimlich, uma palavra que se desenvolve numa ambivalência até que coincide com o seu exato oposto, Unheimlich. Estamos diante de algo que nos é estranhamente familiar, por mais contraditório que isso possa parecer à primeira vista. A angústia e o prazer despertados ao ver esse vilão parecem reativar algo mais primitivo que a civilização precisa e insiste em nos fazer esquecer: que temos um lado “demoníaco” que ultrapassa as fronteiras do manicômio e se faz presente até no cidadão mais exemplar. Trata-se do medo que temos frente ao desconhecido, capaz [e que anseia] de destruir a nós mesmos e aos outros.
É angustiante entrar em contato com Coringa, mas ao mesmo tempo nos traz um certo conforto. Saímos do cinema certos de que o agente do caos faz parte de uma ficção de Hollywood, criada por roteiristas plenos de imaginação. É um perigo externo a nós e, assim sendo, temos como fugir, nos proteger de seus ataques. Assim como a figura do Demônio, desempenha o papel de um agente de descarga econômica: exteriorizamos questões que não gostamos de pensar serem de todos nós.
“Deus nos criou à imagem de Sua própria perfeição; ninguém deseja que lhe lembrem como é difícil reconciliar a inegável existência do mal (…) com o Seu poder e a Sua bondade. O Demônio seria a melhor saída como desculpa para Deus; dessa maneira, ele estaria desempenhando o mesmo papel, como agente de descarga econômica, que o judeu desempenha no mundo do ideal ariano” (Freud [1930], 1997, pag. 79)
Fica mais confortável pensar na existência da pulsão de vida, tão ruidosa quanto bela. Ela encaixa perfeitamente no conceito de civilização, trabalha a favor dele. Mas há algo que incomoda: ela também domestica. Há sempre em nós algo que quer romper com as normas estabelecidas, questionar o status quo, passar ao ato pelo puro prazer de descarregar.
Com a falência do poder divino, do rei, do Estado e do pai na modernidade, precisamos criar os nossos próprios heróis, a nossa própria mitologia. Um mito não se faz apenas de mocinhos, heróis; ele precisa de vilões para dar cor ao enredo, quebrar com a monotonia, brincar com as possibilidades que muitas vezes sequer ousamos pensar. Neste sentido, precisamos do Coringa para personificar no outro o estranho em mim.
Referências
FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago Editora, 2006.
(1919). O Estranho, v. XVII
(1920). Além do Princípio do Prazer, v. XVIII
______. O Eu e o Id [1923]. In: Escritos sobre a Psicologia do Inconsciente. Vol. III, Rio de Janeiro: Imago Editora, 2007.
______. O Problema Econômico do Masoquismo [1924]. In: Escritos sobre a Psicologia do Inconsciente. Vol. III, Rio de Janeiro: Imago Editora, 2007.
______. O Mal Estar na Civilização [1930]. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1997.
GARCIA-ROZA, A. Uma Introdução à teoria das pulsões. In: Acaso e Repetição em Psicanálise. São Paulo: Editora Zahar, 1986.
LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J.B. Vocabulário da Psicanálise. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000.
PLON, M; ROUNDINESCO, E. Dicionário de Psicanálise. São Paulo: Jorge Zahar Editor, 1998.