Em seu terceiro ano de existência, o Boletim Online apresenta, nesta edição, uma coletânea de notícias sobre vários eventos que foram palco de importantes apresentações, depoimentos e debates. Deles derivam diversos artigos em que se faz patente a implicação política da psicanálise. Se, com Jean Oury, colocarmos em destaque a perspectiva de que uma análise só se completa se for uma análise do saber (Blanchot), entenderemos sua proposição de que a neutralidade só pode ser concebida como um processo ativo, pelo qual o psicanalista busca superar a alienação social, sempre presente, e livrar-se dos preconceitos que atravessam a sociedade.

A recente produção do Departamento de Psicanálise apresenta, em sua maior parte, uma forte percepção das questões éticas e políticas que envolvem o fazer psicanalítico, o que se amplia através da participação de seus membros e alunos em eventos correlatos. Atentos a esta perspectiva teórica, clínica, formativa e institucional anunciamos a criação de uma nova seção - Psicanálise e Política - através da qual pretendemos dar lugar, ao longo das próximas edições, às diversas iniciativas, passadas e futuras, nesta direção.