Num tempo brasileiro em que precisamos fazer frente à voraz deterioração de conquistas civilizatórias fundamentais, nos percebemos comemorando cada pequeno gesto, cada encontro possível com a sensibilidade que o humano também consente.
Conversamos com pessoas, festejamos a vista dos amigos - em casa, no trabalho, no Sedes, nas ruas. Lemos muito. Escrevemos. E por tudo isso nos encantamos diante da economia de meios que o artista dispõe para nos ensinar, ainda um pouco mais, sobre as fontes culturais pelas quais a interpretação das vicissitudes do desejo também chega ao psicanalista. Assim escolhemos, para acompanhar este editorial, a charge política em que Laerte Coutinho articulou um dito popular a um conto de Andersen para figurar uma proposição inaudita.
Sabemos que um grande número de grupos e membros do Departamento atendeu à convocatória para apresentar seu olhar atento aos 30 anos de psicanálise e política no evento Entretantos 2, do 2o semestre deste ano. Enquanto isto, também nosso Boletim segue repercutindo as manifestações cotidianas da presença do Departamento de Psicanálise nos acontecimentos ao redor – da defesa da Democracia, da Universidade, da Escola Pública, da Clínica Psicológica do Instituto, dos grupos de trabalho do Departamento e do Sedes, do campo psicanalítico, do começo e do fim da vida. Nosso reconhecimento portanto àqueles que, como fizeram Boris Schnaiderman (1917-2016) e Maria Ângela Santa Cruz (1953-2016), interminavelmente trazem suas experiências pessoais para o centro de sua produção intelectual.
Boas leituras a todos!
Com abraços da
Equipe editorial
Cristina Barczinski, Elaine Armênio, Maria Carolina Accioly,
Mario Pablo Fuks, Nayra Ganhito, Sílvia Nogueira de Carvalho e Tide Setúbal.