Possibilidades de análise em uma Instituição em situações de abuso
Christiane Sanches |
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Resumo O atendimento as crianças e adolescentes vítimas de violência e seus familiares tem sido uma preocupação de pesquisadores e de políticas públicas, com projetos governamentais e não governamentais, em virtude do impacto negativo para o desenvolvimento da criança e adolescente. Esse impacto, também é utilizado de forma perversa, mães em situações de conflitos judiciais inventam situações abusivas, com o intuito de afastar o genitor do convívio com a criança, situação denominada como alienação parental. Quando a situação abusiva ocorreu, algumas mães buscam documentos para legitimar a “verdade” em Instituições Especializadas, consideram que a criança será protegida com o afastamento do genitor que se relacionou com a filha de forma abusiva. Em geral, a preocupação inicial não é relacionada com o sofrimento emocional da criança, mas com o documento (laudo psicológico) que legitime o seu êxito no processo jurídico. Neste sentido, a transferência inicial é com o nome da Instituição e o seu papel na relação com o judiciário. Não se trata da falta de cuidado com a criança, mas ao sofrimento por ter se sentido traída e incapaz de proteger sua filha. Neste sentido, surgiram algumas reflexões e questionamentos nos atendimentos realizados que motivaram esse estudo. Na relação transferencial a criança conseguirá estabelecer um vínculo de confiança com o analista? Pois, diante da expectativa materna, confiar no analista poderá despertar um sentimento de culpa insuportável.
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