31 de agosto e 1 de setembro de 2012
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Trabalhos

Provisoriedade e vínculo na instituição de acolhimento: a potencialidade dos encontros

Cristina Seguim
Psicanalista, Formação pelo Curso de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, membro do Departamento de Psicanálise da Criança e integrante do Grupo Acesso da Clínica Psicológica desse mesmo instituto. Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP.

Cristina Almeida de Souza
Psicanalista, mestre em Psicologia Social pela PUC-SP, psicóloga. Membro do Departamento Formação e m Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, membro do Grupo Acesso – Estudos, Intervenções e Pesquisa sobre Adoção, da Clínica Psicológica do I.S.S.

Flávia Blay Levisky
Psicanalista, mestre em psicologia social (IP/USP), psicóloga (PUC/SP), membro do Departamento de Psicanálise da Criança do Instituto Sedes Sapientiae e membro do Grupo Acesso – Estudos, Intervenções e Pesquisa sobre Adoção, da Clínica Psicológica do I.S.S.

Lia Lima Telles Rudge
Psicóloga formada pela USP, psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise da Criança do Instituto Sedes Sapientiae, membro do Grupo Acesso – Estudos, Intervenções e Pesquisa sobre Adoção, da Clínica Psicológica do I.S.S.

Sandra Ungaretti
Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise da Criança do Instituto Sedes Sapientiae e integrante do Grupo Acesso da Clínica Psicológica deste mesmo instituto. Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestranda do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

Resumo

Este trabalho discute a articulação dos termos provisoriedade e vínculo presentes nas relações instituídas no abrigo - acolhimento institucional para crianças e adolescentes privados do convívio familiar – e suas ressonâncias na subjetivação dos que aí vivem. Tomamos como referência contribuições de Freud, Winnicott, Boris Cirulnik e outros.
Considera, por um lado, que estudos sobre instituições totais contribuíram para a inclusão de novos paradigmas no Estatuto da Criança e do Adolescente, entre eles, a condição de provisoriedade da medida de abrigamento. Por outro lado, apontamos que o trabalho no abrigo poderia contemplar necessidades de pertencimento, vínculo e separação. Contudo, para os profissionais dos abrigos, essas possibilidades costumam ficar associadas ao tempo de permanência da criança na instituição.
O abrigo é visto, sobretudo, como lugar de falta e abandono, ao mesmo tempo em que a família ocupa o lugar idealizado onde todas as faltas serão preenchidas. Estes aspectos tendem a produzir nos profissionais uma desvalorização das potencialidades e do alcance de suas atuações.

Finalmente, através da análise de vinhetas clínicas este trabalho aponta perspectivas que ultrapassam a dicotomia entre provisoriedade e vínculo, abrindo novas vias para pensar o abrigo como lugar de encontros significativos, capaz de possibilitar o vir-a-ser da criança no percurso de novos trajetos.


Palavras-chave: Abrigo, provisoriedade, vínculos, separações.