Algumas especificidades do manejo da transferência na clínica psicanalítica com crianças que sofreram rupturas nos seus laços primordiais
Lia Lima Telles Rudge Cristina Almeida de Souza Cristina Seguim Flávia Blay Levisky Sandra Ungaretti |
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Resumo O objetivo desta apresentação é pensar algumas especificidades do manejo da transferência na clínica psicanalítica com crianças que sofreram rupturas nos seus laços primordiais. Para tratar este tema, tomaremos como ponto de partida aquilo que Freud (1912) desenvolve em Dinâmica da transferência a respeito do papel que a transferência desempenha no tratamento psicanalítico e a releitura que Lacan (1964) faz deste conceito, considerando-o como um paradoxo: ao mesmo tempo em que a transferência é a arma mais forte de resistência, pois nela está em jogo uma compulsão à repetição que substitui o impulso de recordar, ela consiste na via de acesso privilegiada ao inconsciente. Nesse segundo sentido serão introduzidas algumas ideias de Gueller (2005): “as repetições na transferência seriam justamente um modo de presença particular. Elas são a memória do imemorial, daquilo que pertence a estratos mais profundos, do que não tem possibilidade de tradução em representações de palavra”.
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