Resumo
Na proposta de intervenção precoce, atende-se ao mesmo tempo crianças pequenas e seus pais, de forma a oferecer um espaço em que as angústias de pais e bebê possam ser expressas e trabalhadas. Nesta modalidade de trabalho as intervenções realizadas se baseiam no discurso verbal dos pais e também no brincar do bebê, integrando ambas as formas de comunicação num rico diálogo entre terapeutas, pais e bebê.
Através da ilustração de um caso clínico atendido no Ambulatório de Pais e bebês da UNIFESP – Hospital São Paulo, buscaremos demonstrar tal trabalho de intervenção precoce e evidenciar dinâmicas da transferência no trabalho das relações iniciais entre pais, bebês e terapeutas.
Apresentaremos o caso de Michael, um bebê de um ano e cinco meses, e seus pais, atendidos em cinco sessões de Intervenção Precoce nas Relações Inicias de Pais e Bebês. Pretendemos apresentar o caso, explicitar o caminho percorrido pela família ao longo das intervenções, apontando a queixa explicita e o trajeto até à compreensão da queixa latente, as relações transferências e contra-transferenciais que foram se construindo durante os atendimentos, as trocas conscientes e inconscientes durante as sessões entre família e terapeutas, buscando refletir sobre o papel da transferência numa modalidade de atendimento em que o terapeuta busca integrar aspectos dos pais e bebês.
Palavras-chave: Relação pais – bebês, transferência , intervenção precoce, integração.
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