Instituto Sedes Sapientiae

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Conflito e sintoma: um relato pessoal 

por Lena Hamu Mattar[1]

 

Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós
ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.
Paulo Freire

 

Na minha casa, a psicanálise nunca foi um tema. Sou filha de um médico que é um grande admirador de Charles Darwin[2] e acredita exclusivamente na ciência; que preza pelas coisas que são passíveis de serem comprovadas com números, equações, dados e pesquisas. Já minha mãe, jornalista que sempre esteve muito mais ligada ao universo dinâmico da produção e direção televisiva, nunca esteve muito conectada a este universo um tanto teórico e de desenrolar “lento”.

Em compensação, eu e minha irmã sempre fomos muito incentivadas a fazer qualquer tipo de atividade física, cultural, manual, artística e autoral. Esse era o “espaço” para externalizar e expressar o que havia de mais interior. Até pouco tempo atrás, se alguém me perguntasse, eu diria que o livro dos sonhos deveria se resumir a um agrupamento de símbolos e imagens recorrentes que traduziriam os nossos sonhos, como uma espécie de dicionário de consulta e resposta. Achava que a psicanálise tinha um quê de misticismo ou de esoterismo; era algo que me causava as mesmas impressões que a astrologia. Foi assim, totalmente ignorante sobre o que era e como funcionava a psicanálise, que cheguei ao consultório da minha atual terapeuta. Na verdade, acho que cheguei tarde e num ato de desespero, pois aquele era meu último recurso depois de anos já transbordantes de angústias por conta de um evento traumático que me mantinha numa duradoura ocupação psíquica com o passado.

Cinco anos depois, me dei conta do quanto aquele processo havia sido não só essencial para atravessar o trauma, como seguia me ajudando com elaborações de outros aspectos de minha vida. Mas, apesar de ir tomando consciência sobre o evento traumático e seus efeitos sobre mim, o processo psicanalítico em si me escapava à compreensão. E foi essa constatação que me gerou curiosidade e interesse suficientes para saber mais sobre o processo de formação dos conflitos e sintomas humanos e sua cura. Essa pequena introdução pessoal tem como fim contextualizar o leitor sobre a minha origem e o meu repertório, uma vez que esta monografia é um relato pessoal sobre a minha relação com o curso Conflito e Sintoma, sendo uma pequena análise sobre os impactos dele em minha vida e em meu processo de análise.

 

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Para começar esta reflexão, voltei àqueles que foram minha primeira introdução ao tema: os dois textos inaugurais escritos por Lucía Barbero Fuks e Ana Maria Sigal. Lembrei-me do incômodo inicial que senti ao entrar em contato com tantos termos e afirmações que naquela época não fizeram muito sentido para mim. Não à toa, os textos estão grifados, com interrogações ao lado de diversos parágrafos, bem como ganharam um post-it com uma lista de termos que me pareceram ser essenciais na psicanálise e que, para mim, ainda não diziam nada: processo primário, condensação, deslocamento, pulsão e chistes, entre outros. Recordo-me de ler esses textos e duas coisas virem à minha mente: as minhas aulas de lógica, durante a faculdade de comunicação social, e as pegadinhas que meu pai nos fazia quando éramos crianças: “quem não quer chocolate não pode não levantar a mão”, ao que ficávamos repetindo aquela frase um tanto curta, mas um tanto capciosa, na tentativa de decifrá-la para ganhar um chocolate. A sensação tem sido a mesma com os textos de Freud que me obrigaram, ao longo do semestre, a ler e reler alguns parágrafos diversas vezes até que seu sentido fosse revelado – e, muitas vezes, apenas parcialmente.

Hoje vejo como a psicanálise tem não só um vocabulário próprio, mas uma sintaxe e uma semântica próprias. E, apesar de conseguir navegar por tais textos com muito mais facilidade e algum entendimento, não posso deixar de lembrar e de concordar com o que me disse a professora Tide Setúbal durante a minha entrevista de admissão no curso: “na psicanálise, a gente apreende os conceitos e depois os perde, os apreende e depois os perde. Voltamos o tempo todo às suas definições”. É exatamente o que sinto hoje em dia, pois apesar de já conhecer boa parte dos termos e conceitos e conseguir navegar pelo conteúdo, sigo sentindo necessidade de voltar ao Vocabulário com muita frequência.

Além disso, sinto que a psicanálise não possui apenas um conjunto gramatical próprio; ela é, em si, uma outra linguagem; uma que estuda e decifra os conflitos e sintomas da psique humana e que nos permite, com uma investigação feita por meio da fala em transferência, elaborar e entender suas causas e assim diminuir sua intensidade e, quem sabe, até curá-los. Chegando ao fim desse curso, e tendo passado por alguns dos conceitos básicos da obra freudiana, sinto que começo a aprender essa nova língua, e que ela me permite ver tudo com outros olhos e ter um outro entendimento do mundo. Situações cotidianas ganham novas camadas de significado, as minhas sessões de análise mudaram para melhor e expressões populares como “fulana é muito recalcada” ou a famosa “Freud explica” ganharam outro sentido – e, muitas vezes, um quê de humor.

Se antes acreditava que as histéricas eram loucas, hoje sei que eram apenas vítimas de acontecimentos da infância que por algum motivo não haviam sido assimilados e elaborados, tendo assim sido recalcados e, posteriormente, encontrado formas de retornar como sintomas – muitas vezes somáticos. Mudei, inclusive, minha visão sobre “normalidade” e gosto muito do parâmetro utilizado por Freud para definir essa tal condição: sermos seres capazes de amar e de trabalhar.

Se por um lado passei a me empenhar mais em minhas sessões de análise, fazendo mais esforços para me lembrar de meus sonhos ou para me lembrar de situações esquecidas de minha infância e trazê-los às consultas, e isso provocar todo um desenrolar de reflexões, dificuldades e sentimentos, por outro lado sinto que a psicanálise me muniu de resiliência e empatia para aceitar minha humanidade – humanidade essa que traz consigo todo este complexo aparato da psique. Achamos que somos únicos em nossos conflitos e sofrimentos quando, na verdade, Freud nos mostra que temos mais em comum do que podemos imaginar.

 

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James Baldwin[3] disse que “nada é mais desejável do que se livrar de uma aflição, mas nada é mais assustador do que ser privado de uma muleta” e, para mim, ela é um belo resumo da mecânica de nossa psique e sobre como nela atua a psicanálise. A batalha que se dá entre inconsciente e consciente, entre analista e analisando, traz essa dinâmica contraditória de querermos resolver nossas aflições ao passo que os recalques, e até mesmo os sonhos, nos servem de muletas ao nos satisfazerem momentaneamente. Esses, juntamente com a resistência, nos distanciam das reais causas de tais aflições – e que hoje, graças à Freud, sabemos que residem em desejos não realizados, que quase sempre surgem à época da infância. Apesar de nos submetermos ao processo da psicanálise na esperança de nos livrarmos de tais angústias, travamos uma batalha com o profissional em questão. Este, por mais que se dê conta das características e problemas de seu paciente, não pode simplesmente “jogar” as cartas na mesa; ele dialoga através dos silêncios e indagações na esperança de que seu paciente, através da fala, chegue às conclusões ao passar pelo processo de elaboração e/ou resolução de seus problemas.

E esse processo não acontece sem um tanto de resistência e transferência: resistimos ao acesso dos conteúdos do inconsciente uma vez que eles nos colocam cara a cara com nossos desejos que, por sua vez, nos infligem “vexames psicológicos”. Ou seja, seríamos obrigados a lidar com desejos incompatíveis com a moral que habita nosso consciente. Quanto à transferência, ela seria o deslocamento dos conteúdos desses tais desejos inconscientes de seus objetos originais para a figura do analista.

O conhecimento de tais conceitos me mostrou a importância central da palavra na obra freudiana. Assim, compreendo como o meu processo psicanalítico depende não só de vencer as resistências e os recalques, mas da escolha de palavras que darão significado ao conteúdo compartilhado. Porém, não estaria o próprio processo de escolha das palavras sob influência de tais forças? A cura através da fala passa pela seleção e edição dessas que vêm carregadas de afetos e sentidos. No início do curso, olhava para esse conceito de cura através da fala e, muitas vezes, pensava na reflexão de Vitângelo Moscarda, personagem principal do livro Um, nenhum, cem mil do escritor italiano Luigi Pirandello[4] que, durante um processo de crise e investigação identitária, diz:

“Mas o problema é que você, meu caro, nunca saberá nem eu lhe poderei nunca dizer como se traduz, em mim, aquilo que você me disse. Não falou turco, não. Eu e você usamos a mesma língua, as mesmas palavras. Mas que culpa temos nós de que as palavras, em si, sejam vazias? Vazias, meu caro. (…) Ao dizê-las a mim, você preenche-as com o seu sentido; e eu, ao recebê-las, inevitavelmente preencho-as com o meu sentido. Pensávamos que nos entendíamos; de fato, não nos entendemos”.

Como poderiam analista e analisando se entenderem, dado os diferentes repertórios, sentidos e afetos conferidos às palavras?

Recentemente, lendo um texto de Paulina S. Rocha intitulado “O silêncio para a construção de narrativas”, no boletim online nº 60 do Departamento de Psicanálise do Sedes Sapientiae,[5] me deparei com uma frase do psicanalista Julian Ajuriaguerra que parece explicar muito bem o que há por trás dessa dinâmica aparentemente inviável e incompreensível entre analista e analisando, mas da qual depende o tratamento psicanalítico: “endereçando-se ao outro, o sujeito se reconhece e se descobre pelo eco de sua própria voz e encontra, na sua linguagem explicitada, tanto o que está implícito no que diz, quanto o que poderia ser respondido”. Ou seja, apesar do psicanalista estar ali para intermediar uma série de reflexões e elaborações, a conversa do analisando se dá consigo mesmo. São complexidades como essas que me fascinam na psicanálise e na habilidade do analista de ler nas entrelinhas e contornar desvios feitos por seus pacientes.

A tudo isso é essencial, então, somar a importância do conceito de associação livre, a técnica psicanalítica por excelência, criada por Freud para acessar com mais facilidade os conteúdos do inconsciente e que prevê que o paciente apenas diga tudo que lhe vier à mente, sem filtros. É essa fala que o analista busca em seu analisando.

Estudar e entender tudo isso me fez consciente sobre o meu próprio processo de análise. Quantos daqueles meus momentos de silêncio não eram, na verdade, o recalque em ação? Por que minha analista insistia em retomar e falar sobre palavras que eu havia usado, a meu ver, de maneira tão aleatória? Será que minha memória era realmente ruim e eu não me lembrava de recordações da infância, como minha analista algumas vezes me indagou?

Por que eu nunca trazia meus sonhos para as sessões e por que achava tão estranho que, ao relatar um sonho, aquele era o único momento que minha analista anotava algo? Lembro de me perguntar se seriam os sonhos tão importantes assim. Sim, eles são e hoje eu tenho essa certeza. Como resumiu Freud, eles “são a estrada real para o inconsciente”. E foi a partir dos estudos sobre os sonhos que passei a prestar mais atenção pela manhã e a me esforçar para me recordar e levar aquele material que, mesmo tratando de meros cacos de um sonho aparentemente incompleto, era (e é) muito rico para minhas sessões. Hoje, percebo na prática da análise de tais sonhos que eles, assim como sintomas e atos falhos, não são meras casualidades. Eles possuem um sentido e guardam uma relação íntima com a nossa vivência. A despeito dos sintomas, um dos focos do curso (e dos estudos freudianos), entendo não só que possuem um sentido, mas sei que sua formação se dá como um modo substitutivo de certos processos psíquicos que deveriam ter acontecido, a ponto de a consciência ter notícia dele, mas que não aconteceram – ou que foram tremendamente perturbados. Esses acabam permanecendo sob domínio do inconsciente. Assim, o processo de análise, criado por Freud, consiste em transformar o inconsciente em consciente ou, olhando por outra perspectiva, em preencher as lacunas da memória e eliminar as amnésias.

Tento não hiperanalisar minha própria análise ou teorizar tudo, mas sinto que minhas sessões são mais aprofundadas. Ao passo que vou vencendo certas resistências, levando meus sonhos e não medindo minhas palavras, minhas sessões ganham em profundidade e complexidade. Hoje, já sou capaz de identificar reminiscências do dia anterior ou até mesmo distorções em meus próprios sonhos; percebo como minha analista traz um mesmo sonho diversas vezes, mesmo meses depois de ocorrido, tamanha a sua importância; reparo em meus próprios atos falhos e me pergunto seus porquês. Não que eu tenha autonomia, pois a finalidade não é me auto-analisar, mas sinto que estudar psicanálise proporcionou ainda mais curiosidade – e uma boa dose de coragem – para investigar e lidar com meus conflitos e seus sintomas.

 

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Outro impacto deste curso em minha vida se deve ao fato de ele coincidir com uma fase de grande importância e significado para mim: minha primeira gravidez. Hoje, aos quase oito meses de gestação, tive o privilégio de estudar um pouco sobre as teses de sexualidade infantil de Freud. Assim, enquanto participo de grupos de gestantes e aprendo mais sobre como amamentar e as possíveis dificuldades que posso vir a enfrentar, sei que o ato significará mais do que um momento de conexão entre mim e minha filha e sua alimentação. Compreendo que meu seio será o primeiro objeto do componente oral de seu instinto sexual. Quão estranho seria ouvir isso um ano atrás? Talvez até sentisse aquele mesmo incômodo que muitos que estavam na plateia das conferências introdutórias[6] sentiram ao se deparar pela primeira vez com tal ideia. Hoje, consigo me isentar de qualquer tipo de moralidade para olhar para essa tese com outros olhos. Sendo Freud o inventor da psicanálise, uma introdução aos principais conceitos desenvolvidos por ele bem como um entendimento geral de como funciona a dinâmica da nossa psique me possibilitou transitar pelas obras de outros profissionais e por outros cursos de psicanálise. Apesar de ainda não termos estudado diversos conceitos, que só serão ensinados no segundo ano do curso, absorvo os textos da psicanalista Vera Iaconelli de maneira mais clara e prazerosa. Inclusive, após participar do curso Sobre mães e pais: uma visão psicanalítica, vejo que, por mais que o conteúdo tenha sido pensado para leigos, me relacionei com ele de maneira mais desenvolta que meu marido, por exemplo. O desejo de ter filhos, as necessidades psíquicas da mãe e do bebê bem como o que significa exercer a parentalidade hoje em dia foram alguns dos temas abordados.

Compreendi que meu desejo em ter um filho não está só relacionado a uma questão biológica e sociocultural, mas que envolve questões inconscientes, egoístas e narcísicas também. E que entre esses desejos e a realização da maternidade, existe um abismo.

Assim como existe outro abismo entre aquela que imagino que será a minha filha e a bebê que de fato irá nascer. Entre as fantasias de nível manifesto e as de nível latente, vejo como todo o meu relacionamento e conexão com minha bebê nessa fase gestacional é, na verdade, uma conexão comigo mesma e com a minha infância, assim como com os meus desejos e os meus ideais. Afinal de contas, aquela que irá nascer ainda é totalmente estranha para mim.

Lendo Bebês e suas mães, do pediatra e psicanalista Donald Winnicott, passei a olhar os bebês como “humanos de primeira viagem”, pois como disse a psicanalista Maria Rita Kehl em sua introdução ao livro, “ao contrário do que acontece em todo o reino animal, os bebês, destinados a se tornarem seres de linguagem como todos nós, não vêm ao mundo equipados com um conjunto de instintos que lhes indique como ingressar na vida”. Tendo sido devidamente introduzida à psicanálise, consigo não só compreender, mas ficar maravilhada com as observações sobre o início da vida do nenê que envolve tanto sua fusão quanto sua separação da mãe. Como assim um bebê não sabe que nasceu? Como assim ele não sabe que aquele braço que bateu no rosto é seu? Ele também não sabe que aquele peito, no qual mama, é da sua mãe e não dele? O fato de o bebê perceber a separação física da mãe instaura, antes de mais nada, um grande desconforto; um desamparo. Isso porque ela inaugura em sua vida a insatisfação. Fome, frio e gravidade são alguns dos exemplos de tudo de que ele era privado quando se encontrava fundido com a mãe, protegido no útero dela. É partir dessa separação que começa o processo de formação do sujeito.

E essas são algumas das muitas constatações que eu não teria bagagem para absorver há um ano. Se temos nove ou até dez meses para nos prepararmos e irmos elaborando a ideia de ter um filho, assim como de todas as mudanças que isso provocará, o parto é um acontecimento intenso e de difícil elaboração. Como me disse Dulce Amabis, psicoterapeuta que há trinta anos trabalha com gestantes e puérperas, “tudo que acontece de um dia para o outro é um processo de elaboração difícil para a psique humana”.

Enquanto o parto não chega, foco nesse processo de elaboração mais “lento” e vejo que ele não impacta apenas a mim, mas meu marido também. Para dar um exemplo, certo dia relatou um sonho que, segundo ele, era “engraçado”. Contextualizo o leitor antes de mais nada: meu marido é formado em arquitetura, mas trabalha como ilustrador e designer. Meu sogro, por sua vez, foi médico ginecologista-obstetra e faleceu quando meu marido tinha apenas dezoito anos.

O pedaço do sonho de que ele se lembrava consistia em uma ultrassonografia feita pelo seu pai em mim. Porém, ela não era uma ultrassonografia por vídeo e imagem como fazemos hoje, mas um desenho que ele fazia numa espécie de decalque.

Eu, que ao longo dos últimos meses sempre me perguntei como seria o processo de se tornar pai tendo perdido o seu tão cedo, me maravilhei com aquilo que interpretei como uma condensação das paternidades – a dele e a do pai. A cena consistia no meu sogro exercendo seu ofício – me examinar enquanto médico -, ao passo que cuidava de mim e de nossa bebê – porém, através do ofício do meu marido: o desenho. Penso que o sonho também poderia ser uma manifestação do desejo de que o pai estivesse vivo para vê-lo tornar-se pai, bem como o de que ele fosse o médico a nos acompanhar na gestação. Enquanto meu marido achou o sonho engraçado, eu achei lindo e fiquei grata por ter ferramentas para interpretá-lo e apreciá-lo ao passo que me dou conta de seu processo de elaboração em função da chegada de nossa bebê.

 

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Paulo Freire disse lindamente que “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos algumas coisas. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre”. Por um lado, vejo que ele, como educador, fala de maneira direta sobre nossa capacidade de aprendizado constante sobre as mais diversas formas de conteúdo que estão à disposição. Nesse sentido, a introdução à obra freudiana proposta pelo curso Conflito e Sintoma, que eu ignorava por completo até então, é exemplo de um grande aprendizado meu. Por outro lado, vejo um paralelo com a psicanálise, pois todos temos um inconsciente que guarda diversos conteúdos que ignoramos. E nunca saberemos tudo que nosso inconsciente guarda. Porém, por conta da dinâmica que acontece entre as forças dessas instâncias, os conteúdos recalcados estão o tempo todo fazendo força para se fazerem conhecidos. São sonhos, atos-falho e sintomas, sobretudo quando analisados em sessões com um profissional, que vão trazendo tais conteúdos para o consciente. Na psicanálise, estamos em um processo constante de aprendizado sobre nós mesmos.

 

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[1] Ex-aluna do 1º ano do curso Conflito e Sintoma, publicitária e consultora gastronômica.

[2] Charles Robert Darwin foi um importante naturalista inglês. Ficou conhecido por sua obra A origem das espécies, que contribuiu para o entendimento da evolução e, atualmente, é considerada um dos livros acadêmicos de maior influência na história. Fonte: Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/biologia/charles-darwin.htm>. Acesso em 18 jul. 2022.

[3] James Baldwin nasceu em Nova York, em 1924, e foi um dos nomes mais destacados da literatura americana do século XX. É autor de uma vasta obra de ficção e não ficção. Entre seus principais temas, sobressaem a luta racial e as questões de sexualidade e identidade. Morreu em 1987. Fonte: Editora Companhia das Letras. Disponível em: https://bityli.com/zejBqz. Acesso em 18 jul. 2022.

[4] Luigi Pirandello (1867-1936) foi um dramaturgo, poeta e romancista italiano. É considerado o principal renovador do teatro italiano moderno e recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1934. Estimulou de forma decisiva o desenvolvimento do teatro do absurdo e o drama de caráter existencialista também tem suas origens na obra de Pirandello. Fonte: Uol Educação. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/biografias/luigi-pirandello.htm>. Acesso em 18 jul. 2022.

[5] Cf. Em <https://www.sedes.org.br/Departamentos/Psicanalise/index.php?apg=b_visor&pub=60&ordem=2>. Acesso em 18 jul. 2022.

[6] Sigmund Freud, Obras completas, v. 13. Conferências introdutórias à psicanálise (1916-1917). Trad. de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

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