Instituto Sedes Sapientiae

boletim online

jornal de membros, alunos, ex-alunos e amigos de psicanálise

a COR da PELE do CORPO que (Eu)habito[1]

por Fernanda Almeida[2]

 

Ela quis ser chamada de morena
Que isso camufla o abismo entre si e a humanidade plena
A raiva insufla, pensa nesse esquema’
A ideia imunda, tudo inunda
A dor profunda é que todo mundo é meu tema[3]

 

Descida aos infernos: a motivação da escrita 

Em 2017 eu assisti à peça de teatro “OBÌNRIN ALÁGBÁRA – MULHERES FORTES”, da diretora Miriam Selma. Me recordo que saí do teatro completamente atordoada. Não sabia explicar exatamente o que eu sentia, a emoção era de uma força inexplicável. Confesso que ainda busco elaboração para os vários significados daquela sensação tão disruptiva, foi como se algo tivesse emergido naquele dia. O elenco da peça era composto, majoritariamente, por mulheres negras. Tambores e atabaques marcavam o compasso de cânticos africanos. Em uma das cenas mais marcantes, uma das personagens entoava: minha mãe foi uma mulher preta! Ela repetia a frase entre um choro bramido e gemidos murmurantes: minha mãe foi uma mulher preta… Na cena, a filha denunciava a violência à qual sua mãe – África – havia sido submetida, e com esse grito ela evocava toda a diáspora negra brasileira. Aquilo me arrebatou. Foi no divã, em minha análise pessoal, dias depois que eu escutei da minha analista: “Quando você vai falar sobre a cor preta da sua mãe, Fernanda!”. Desde então, a questão da racialidade e do racismo que sempre foram para mim objetos de estudo e fenômenos antropológicos, sociológicos e políticos, tornaram-se também uma questão mais profunda de análise, e que aos poucos tenho buscado nomear e analisar. Percebo que até então, minha “máscara branca” havia me “protegido” de identificar um trauma inconsciente não reconhecido e, portanto, não nomeado e elaborado. Com o tempo, fui entendendo que o silenciamento da racialidade que origina a minha existência[4] não é uma condição individual – ainda que seja permeada por diversas singularidades – o “silêncio” é também, parte importante da engrenagem ideológica e política que funda o mito da democracia racial brasileira, sem que a sua estrutura de poder e de dominação sejam questionadas e, dessa maneira, o racismo estrutural no Brasil se perpetua como projeto político, econômico, ideológico e social até os dias de hoje[5].

Há momentos em que escolhemos um tema para escrever, em outras ocasiões parece que o tema nos escolhe. Foi depois da leitura e imersão nos textos de Frantz Fanon – especialmente em Pele negra, máscaras brancas e de Grada Kilomba – em Memórias da plantação – que percebi que existem “assuntos” dos quais não temos (ou não devemos) escapar. Nesse caso, o tema do racismo e seus desdobramentos – objetivos e subjetivos – me perseguem, me encurralam, me provocam e sobretudo me convocam. O preâmbulo aqui é para demonstrar as amarrações dos fios associativos que inauguram minha formação como psicanalista, as quais coincidem (não por acaso, como busquei demonstrar) com meu processo mais intenso de me racializar. Ou ainda, como lembrou Paim Filho (2021), citando Freud (1910), no prefácio do livro Relações raciais na escuta psicanalítica: “Nenhum psicanalista avança além do quanto permitem seus próprios complexos e resistências internas”. Neste caso, minha racialização tem relação direta com a construção da minha clínica, bem como com o meu percurso formativo.

Em Pele negra, máscaras brancas, Fanon afirma que a vida humana é ontologicamente conflitante e que cabe aos sujeitos empreender e encarar seus dilemas e conflitos, no entanto, ele lamenta que: “o homem negro não goza da regalia de empreender essa descida ao verdadeiro inferno”, pois a colonização e a escravização dos corpos negros lhe retiraram as condições próprias de humanização ao escravizar e dessubjetivar homens e mulheres. Davison Faustino, estudioso de Fanon, defende que a própria leitura e apropriação do conteúdo da obra Pele negra, máscaras brancas por sujeitos negros pode contribuir e oferecer as condições para a dificultosa empreitada, pois: “Não é possível viver sem conflitos e somente aqueles que ousam encará-los de frente, descendo aos verdadeiros infernos, podem assumir a responsabilidade pela própria existência.

Me pareceu oportuno apresentar este trabalho no XII CONGRESSO FLAPPSIP em virtude da pergunta que convoca os psicanalistas ao congresso: Como se constrói a subjetividade nestes tempos de incertezas e imprevisibilidade? Diante desta pergunta tão sugestiva eu acrescentaria: A Psicanálise e os psicanalistas latino-americanos estão em condições de escutar as dores e os sofrimentos conscientes e inconscientes atravessados pelo racismo em tempos de resistências e pactos narcísicos por parte da branquitude, e por outro lado, das insurgências disruptivas por parte de sujeitos racializados?

Em 1988, Lélia González, intelectual negra, escritora de diversas obras, atuante no movimento político, professora, filósofa e antropóloga brasileira cunhou o conceito Amefricanidade[6]. Em uma interpretação mais simplista poderíamos limitá-lo à condição geográfica dos povos negros nas Américas. Contudo a conceituação de González possui camadas mais densas e interessantes para o campo psicanalítico. Apoiada nos conceitos de Freud da denegação (Verneinung) e de objeto parcial (Partialobjekt) ela desnuda as formas de objetivação do racismo em toda a América, seja nas sociedades de origem colonial latina e nas anglo-saxônicas, diferenciando-as e nomeando que elas são muito mais ameríndias e amefricanas do que europeias. No que tange ao Brasil, González afirma que o racismo é a manifestação sintomática da neurose cultural brasileira, e o mito da democracia racial, que “permitiu” a miscigenação entre negros e brancos (política do branqueamento), seria a manifestação daquilo que ela nomeou como racismo por denegação”.

Sem qualquer pretensão de esgotar (bem longe disso), tampouco abarcar todo amplo campo necessário ao letramento racial, o objetivo deste texto, além da questão já exposta, é sublinhar o momento vultuoso no interior da própria psicanálise, sobretudo a brasileira, ao longo dos últimos anos, fundamentalmente após 2020, no que tange às questões raciais. O mal-estar faz emergir tensionamentos que explicitam a necessidade de identificar os sintomas. Ao mesmo tempo a “cristalização” e a “sedimentação” dos traumas decorrentes do processo de colonização, não só no Brasil, mas em todos os países do continente americano, são seculares e moldam o tecido social; demover o terreno no qual estão assentados não é uma tarefa única da psicanálise, mas de toda sociedade, contudo, não há abalo em terreno sedimentado sem que haja movimento.

De saída, é importante apontar que já havia um pioneirismo negro na produção teórica no campo psicanalítico. A própria Lelia González[7] e, mais especificamente, as psicanalistas negras: as pioneiras Virgínia Leone Bicudo[8] e Neusa Souza Santos, já falecidas. As mais contemporâneas, e que seguem em franca produção: Isildinha Baptista Nogueira, Maria Lucia da Silva e Cida Bento, todas com construções acerca das elaborações metapsicológicas e ético-políticas em torno do fenômeno do racismo, do seu impacto na constituição dos sujeitos, e de como a psicanálise pode contribuir neste processo. Significativo ressaltar que outros autores psicanalistas, sobretudo negros, vêm produzindo um rico referencial teórico-clinico em torno das questões que circunscrevem os impactos do racismo na subjetividade não só de negros, mas também de brancos, pois os efeitos da colonização não recaem somente sobre o povo preto, mas asseguram, acima de tudo, um ideal de brancura que os psicanalista David, Villas-Bôas e Moreira vão problematizar a partir da imagem de que a psicanálise foi levada para uma encruzilhada.

Vidas negras importam?

Em 25 de maio de 2020, em plena ascensão da crise pandêmica do coronavírus, enquanto a realidade impunha ao cotidiano a desoladora contabilização macabra de cadáveres humanos, na cidade de Minneapolis (EUA), George Perry Floyd Jr. é estrangulado e morto publicamente por um policial branco que, durante 8 minutos e 46 segundos, permaneceu ajoelhado em seu pescoço e nas suas costas. O crime foi filmado, e as imagens foram compartilhadas no mundo inteiro. Antes de morrer Floyd implorou ao seu algoz: Não consigo respirar! A atrocidade do fato reincide também na “coincidência” de que certamente, naquele mesmo instante, em diversas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no mundo inteiro haviam pessoas morrendo por falta de ar, o principal sintoma das pessoas acometidas pelo vírus SARS-COV2. No entanto, a “dispneia” de Floyd foi ocasionada por um agente fardado do Estado que mesmo com os apelos para que interrompesse, uma vez que o “suspeito” estava imobilizado, não o fez. Floyd morreu antes mesmo de chegar ao hospital.

Se Floyd estava imobilizado e não apresentava perigo, quais foram as motivações para tamanho ato de crueldade por parte de Derek Chauvin[9], seu algoz? Aqui não se trata de construir especulações a respeito das motivações singulares que levaram Chauvin ao ato, mas circunscrever a cena: Um homem negro é estrangulado até a morte por um policial branco em plena praça pública, à luz do dia.

A filósofa Butler (2021), em estudo sobre a violência, problematiza que algumas vidas não possuem valor, por isso precisam ser afirmadas como importantes – vidas negras importam – o que subjaz a tal fenômeno, e que também nos interessa enquanto psicanalistas, é saber quais vidas são dignas de luto e quais não são enlutáveis. A desimportância de uma vida, é, consequentemente, a negação da dor e do sofrimento, incluindo a sua suspensão, seja pela morte natural ou não. Disso decorre a indiferença de parcelas da sociedade para com as mortes e massacres dos povos negros e ameríndios, ou seja, os amefricanos 

COR, PELE, CORPO: A constituição do Eu e o tornar-se negro

O ponto de partida para a reflexão que busquei enfrentar na escrita deste texto foi o seguinte: Se até aqui as formulações históricas, políticas e econômicas nos deram elementos para compreender a determinação social do sofrimento produzido pelo racismo, assim como a reprodução das profundas desigualdades resultantes destas relações, fica em aberto compreender, dentre outros tantos elementos, quais são os impactos do racismo na constituição dos sujeitos.

Em Tornar-se negro ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social, a autora Neusa Souza Santos, ao apresentar os conceitos de ideal de ego e ego ideal faz uma pergunta fundante sobre a constituição narcísica do sujeito negro. Ao afirmar que “o ideal de ego é o domínio do simbólico” e este simbólico sendo instituído pela cultura dominante, ela indaga: Como se constrói o ideal do ego desse negro? 

Na mesma direção, a psicanalista Isildinha Baptista Nogueira, no livro A cor do inconsciente: significações do corpo negro, busca compreender como a realidade sócio-histórico-cultural do racismo e da discriminação se inscreve na psique do negro e produz marcas em seus corpos, ou seja, como se dá o processo de constituição do sujeito negro. Diz ela: “Importante destacar que a imagem do corpo é única e ligada à sua história, bem como é inconsciente e sustentada no narcisismo.” (p. 34)

Damico, Ohnmacht e Souza (2021), no artigo Antinarciso e o devir revolucionário de Franz Fanon: diálogos entre psicanálise, política e racismo, fazem um mergulho nesta tese fanoniana que é bastante caudalosa. “A leitura que estamos propondo é a de apontar que, embora o narcisismo se efetue tanto para negros quanto para brancos, para Fanon são processos radicalmente assimétricos e distintos. (p. 161)

 PELE NEGRA, MÁSCARAS BRANCAS – Frantz Fanon
O branco está encerrado em sua brancura. O negro, em sua negrura.
Tentaremos delimitar as tendências desse duplo narcisismo e
as motivaçõ
es às quais ele remete. (p. 23)

Ao mesmo tempo, em minha experiência pessoal, e também na escuta clínica, tenho a impressão de que, por vezes, tanto o corpo, a pele, como a cor, aparecem de formas dissociadas na fala das pessoas negras e afrodiaspóricas. Qual o sentido e o que produz tal dissociação? Certamente, não será possível atingir a resposta no âmbito deste escrito, dada a complexidade e o reconhecimento das minhas limitações teórico-conceituais, mas arrisco afirmar que o estudo e a pesquisa para elaboração deste escrito me deslocaram de maneira definitiva.

Setores do movimento negro têm utilizado o termo letramento como processo de tomada de consciência crítica para a desalienação dos efeitos do racismo, bem como da necessidade de reconhecimento do lugar de fala e da racialidade de sujeitos negros e brancos. Sem sombra de dúvidas este é um processo complexo, sendo possível compará-lo com aprender um outro idioma. Desconhecemos o vocabulário, ignoramos a gramática, estranhamos os sentidos. Tal como para apreender outro idioma é necessário: adentrar na cultura, conviver com o diferente e admitir o desconhecimento, o letramento racial exige de quem supõe deter o saber universal – os brancos e sua branquitude – a admissão dos seus privilégios e da sua prepotência e, por parte da negritude, no sentido oposto, é essencial a desalienação da sua subserviência. Em ambos, é necessário o desvelamento do inquietante ou estranho familiar. Ou, nos termos de Fanon, a verdadeira descida aos infernos.

No prefácio da primeira edição da obra de Neusa Santos Souza, publicada originalmente em 1983, Jurandir Freire Costa é certeiro ao demonstrar a brutal violência a que a pessoa negra é subjugada. A desumanidade com que o corpo negro é submetido produz impactos e danos sociais e materiais (o que já seria o bastante) mas não só, ele sustenta que Souza expõe uma formulação inaugural na psicanálise brasileira, qual seja, que o impacto do racismo faz marcas na dinâmica intrapsíquica.

Encerro esse escrito com a imagem de estuário, a força das águas de quando o rio encontra o mar. Sinto-me, depois deste mergulho, navegando em mar aberto: já possuo uma bússola; tenho alguns mapas; carrego relativa experiência de navegação e, o mais importante, perdi o temor do sacolejar das marés e dos ventos. Adentrar ao oceano da psicanálise em intersecção com as questões raciais é meta para se cumprir pouco a pouco, é mais do que aprender um caminho, é acima de tudo experimentar e construir um percurso próprio. Assim, do encontro e dos desencontros entre concepções às quais me confronto vou afinando a escuta que permita tecer novas subjetividades, compor uma interpretação do mundo e dos sujeitos orientada sempre pela busca das singularidades que operam, estando ambas em consonância com uma perspectiva crítica do conhecimento e das práticas que negam a humanidade dos sujeitos e os aprisiona na tirania de padrões alheios aos seus desejos e sonhos.

Referências bibliográficas
*sinalização que indica autoras e autores negros nesta bibliografia

*ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.

*BENTO, Cida. O pacto narcísico da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

BUTLER, Judith. A força da não violência: um vínculo ético-político. São Paulo: Boitempo, 2021.

*DAVID, Emiliano de Camargo; Assuar, Gisele. A psicanálise na encruzilhada: Desafios e paradoxos perante o racismo no Brasil. São Paulo: Hucitec, 2021.

*FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. São Paulo: Ubu, 2020.

*FAUSTINO, Deivison. Notas sobre a sociogenia, o racismo e o sofrimento psicossocial no pensamento de Frantz Fanon. Revista Eletrônica Interações Sociais – REIS. Rio Grande do Sul, v. 4, n. 2, jul.-dez. 2020, p. 10 – 21. Disponível em: https://periodicos.furg.br/reis/article/view/12211/8585

*FAUSTINO, Deivison. Frantz Fanon e as encruzilhadas: Teoria, política e subjetividade. São Paulo: Ubu, 2022.

FERNANDES, Florestan. Significado do protesto negro. São Paulo: Expressão popular, 2017.

*GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

*hooks, bell. Tudo sobre o amor: novas perceptivas. São Paulo: Elefante, 2021.

IANNI, Octavio. A racialização do mundo. Revista tempo social. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ts/a/5BfDK86BdD6MthW9Hb9DwwL/?lang=pt&format=pdf

*KILOMBA, Grada. Memórias da plantação – Episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

*MOURA, Clovis. O negro, de bom escravo a mau cidadão. São Paulo: Dandara, 2021.

*MOURA, Clovis. Os quilombos e a rebelião negra. São Paulo: Dandara, 2022.

*NOGUEIRA, Isildinha Baptista. A cor do inconsciente: Significações do corpo negro. São Paulo: Perspectiva, 2021.

*RAVEN, Leilani. Luxúria. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.

SCHUCMAN, Lia Vainer. Famílias inter-raciais: tensões entre cor e amor. Salvador: EDUFBA, 2018.

SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo. São Paulo: Veneta, 2020.

*SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.

_______________

[1] Trabalho apresentado como monografia do 3o ano do Curso de Psicanálise, no seminário sobre Narcisismo, coordenado por Soraia Bento. Vencedor do 3o lugar no concurso Jorge Rosa, FLAPPSIP, 2023.

[2] Assistente social. Psicanalista, aluna do 4o ano do Curso de Psicanálise, aspirante a membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, membro da equipe editorial deste boletim online e da Comissão de Reparação e Ações Afirmativas. Integrante do projeto Territórios clínicos da Fundação Tide Setubal.

[3] Trecho da canção Ismália do rapper, cantor, compositor e apresentador brasileiro Emicida, no álbum AmarElo.

[4] Sou filha de um casal interracial: pai branco e mãe negra retinta.

[5] Compartilho das concepções de que o racismo não é um fenômeno social episódico ou patológico, o racismo na sociedade moderna contemporânea é constitutivo do modo de produção capitalista. Tomo como referência para tal afirmação dois autores clássicos, Clovis Moura e Florestam Fernandes. Na mesma esteira, Silvio Almeida por meio de seus estudos tem popularizado o conceito de racismo estrutural.

[6] GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. In: Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, Nº. 92/93 (jan./jun.). 1988b, p. 69-82.

[7] Embora não seja psicanalista, Gonzalez tem seus trabalhos atravessados pelos conceitos de Freud e Lacan.

[8] Virgínia Leone Bicudo (1915 – 2003) é reconhecida como a pioneira do debate do racismo na academia. Psicanalista negra, foi a primeira brasileira a ser credenciada pela Associação Internacional de Psicanálise. Em 1945, defendeu a tese “Estudo das Atitudes Raciais de Pretos e Mulatos” em São Paulo, na Escola Livre de Sociologia e Política. Em 1953, redigiu o relatório “Atitudes dos Alunos dos Grupos Escolares em Relação à Cor de Seus Colegas”, publicado na Revista Anhembi. Foi presidenta do Instituto de Psicanálise e uma das criadoras do Jornal da Psicanálise e da Revista Brasileira de Psicanálise. Reconhecida também como socióloga, Virgínia foi essencial para a difusão social da psicanálise no Brasil.” http://www.sindypsipr.com.br/site/10-psicologas-negras-que-lutam-por-um-mundo-livre-do-racismo/

[9] Todo processo de condenação foi amplamente divulgado nas redes sociais, sendo possível acessar um vasto material sobre todo processo jurídico.

uma palavra, um nome, uma frase e pressione ENTER para realizar sua busca.