Instituto Sedes Sapientiae

boletim online

jornal de membros, alunos, ex-alunos e amigos de psicanálise

CAOS-CAPS Reflexões de corpo e afeto sobre o cotidiano de trabalho com jovens usuários de substância

por Carolina Lanzoni Tambellini[1]

 

a morte
sem fazer alarde
se esconde mais na vida do que na própria morte
seria justo dizer
só morre quem um dia já viveu
mas a recíproca é verdadeira
só vive quem um dia já morreu

Mirê Barbosa, 2023

 

No autocorretor do celular, CAPS[2] muitas vezes é trocado automaticamente pela palavra CAOS e com certa facilidade não corrijo o erro, mas apenas acrescento em seguida a palavra correta, formando assim a mensagem: caos caps. Um pequeno chiste a respeito do meu cotidiano em um serviço de saúde mental. Nunca foi uma escolha desavisada a do combo caos-caps, sendo (re)feita com certa intencionalidade no dia-a-dia. Contudo, essa escolha tem sido permeada por dúvidas, angústias e incertezas, sendo necessário ventilá-las de tempos em tempos.

O CAPS é um caos, seja por lidarmos com a loucura – em sua grande variedade de apresentações e formas –, seja pela dinâmica do serviço, pela abertura ao acaso e ao encontro; seja porque o território pode adentrar o espaço de cuidado ou por sermos requisitados constantemente a sair da instituição, estar na rua; seja porque as dinâmicas da pobreza e da desigualdade são convidadas para dentro do serviço, sendo escancaradas, passando a ter um espaço, um contorno. As paredes do CAPS contornam os sofrimentos em sua forma mais crua, a forma não nomeada, não simbolizada, não fantasiada.

Entre colegas, brincamos que alguns territórios – normalmente os mais complexos e vulneráveis – possuem um diferencial em como o sofrimento e os problemas se alastram: “esse é pela água”, “esse é pelo ar”. É necessário que seja algo corriqueiro, comum, compartilhado, que compreenda e se espalhe pelo território. Há como existir sem o ar? Como sobreviver sem água? E por conseguinte: há como esse território existir sem sofrer com as marcas da realidade?

O CAPS é requisitado a estar em lugares distantes da ‘civilização’, nas periferias e margens da metrópole. Requisitado a estar onde as pessoas vivem os efeitos da desigualdade e da desumanização de forma inimagináveis, onde os sofrimentos psíquicos singulares são diretamente marcados pela condição de vida, pelo contexto histórico-econômico-político-social, pelas estruturas patriarcais, classistas, coloniais e racistas de exclusão. Somos convocados enquanto SUS, junto aos seus princípios de universalidade, equidade e integralidade. Enquanto luta antimanicomial e reforma psiquiátrica, questionando a lógica capacitista de funcionalidade e normalidade, resgatando o direito à cidade, circulação, autonomia e desejo.

Além disso, também sou convocada enquanto sujeito. Convocada a estar com o corpo, afeto, presença, palavra. E nessa convocação, escolho estar por inteiro, implicada, eticamente comprometida – não só como profissional, mas enquanto pessoa, enquanto eu mesma. Dada esta escolha, não à toa surgem angústias, dúvidas, questionamentos. Estes são motores propulsores de meu trabalho, permitem que não me cristalize e assossegue no cotidiano maçante do serviço público. Permitem que de fato encontre com o outro – do qual digo cuidar –, na tentativa de reconhecê-lo enquanto sujeito singular, mas também de (re)conhecer as marcas históricas coletivas que seus corpos, seus atos, sintomas e inconscientes carregam. Estar por inteiro também significa embarcar na experiência, viver intensamente o cotidiano. Deposito energia, libido. Tiro de mim e coloco naquele momento. Quando me questiono é como gente, não apenas trabalhadora. Se me permite a não-acomodação, também me traz sofrimento na mobilização, me retira dos lugares de conforto, dos lugares recalcados onde se acobertam e escondem profundamente meus conflitos internos. Me comove e me move junto.

Durante o curso Conflito e Sintoma, articulava mentalmente os conceitos apresentados com a realidade que vivia em meu trabalho, tecendo alguns pontos de encontro, mas principalmente, tentando assimilar e me contaminar pela ética com a qual a psicanálise se sustenta. A postura de escutar o estrangeiro em cada um, daquilo que escapa entre as frestas da consciência, apareceu como apaziguadora das angústias do encontro com o diferente. Encontro este sempre conflituoso, afinal, são necessárias concessões para que estejamos em relação com o outro. Um encontro que não capturo, não compreendo, que me foge, e que não deveria ser diferente. Poder sustentar a indagação, o não saber, a minha própria estranheza e ignorância são ferramentas que preciso ser constantemente lembrada de fazer. Ao longo do curso, nos utilizamos da metáfora do pêndulo entre o narcisismo e a alteridade, entre a libido do eu e a objetal, para adentrar e percorrer os conceitos apresentados por Freud em parte de sua obra. Pêndulo que pode ser usado das idas e vindas entre teoria e prática, entre clínica individual e CAPS, entre os encontros e os desencontros.

Os textos comumente nomeados de “sociais”, chamaram-me a atenção ao darem ferramentas para observar a realidade, possibilitando questionamentos a respeito de como as diferenças, a alteridade, o enigmático e a relação com o outro se dão. Freud afirma, em Psicologia das massas (1921), que a psicologia individual é uma psicologia social, já que o sujeito se encontra no coletivo, numa sociedade e em relação com um outro, do qual depende para se constituir. Sendo assim, tudo que nos é apresentado enquanto sintoma pelo sujeito, enquanto caminhos de satisfação, enquanto amarrações de sentido tem conexão com a sociedade na qual vivemos. No Brasil, isso significa fazer pontes com um passado colonial e escravagista que é, muitas vezes, propositalmente esquecido. Significa olhar para os atravessamentos que compõem a história e os lugares discursivos que estruturam o laço social.

Recentemente, uma das principais demandas que CAPS IJ tem se deparado é a do uso de substâncias, especificamente da K2. Apesar de circular pelos territórios periféricos já há alguns anos, é recente sua aparição para os serviços de saúde. As “drogas K” – K2 e K9 – são consideradas canabinóides sintéticos, pois tentam imitar o princípio ativo da canabis (THC) e se ligam aos mesmos receptores que estas no nosso organismo (LEI, 2023). Contudo, é uma substância distinta da maconha, possuindo uma grande variação na sua composição devido à produção ilegal e irregular. Isso torna seus efeitos diversos e imprevisíveis, variando entre sensações de: euforia, relaxamento, alterações motoras, sedação, ansiedade, hipersensibilidade corporal, risos, sintomas psicóticos, alucinatórios ou de paranóia, alterações na memória, atenção, confusão mental, etc. (idem). Sua potência é intensificada, o que é constatado com unanimidade pelos jovens, que logo relatam abandonarem o uso de outras substâncias por não terem um efeito tão rápido ou forte quanto a K2.

Desde o final de 2022, o número de jovens que chegam ao CAPS tem aumentado de forma evidente. São, principalmente, trazidos pelos familiares devido ao uso importante, abusivo, prejudicial de K2, colocando-se constantemente em risco. Os usuários[3] têm estado mais presentes no serviço – resultado de um movimento mútuo entre busca por esses jovens e abertura para sua chegada, e de disseminação da informação de que o CAPS é um dos espaços de cuidado para essa população.

Entretanto, esta presença nem sempre é bem-vinda por parte da equipe, evidenciando um conflito recorrente – mas nem sempre falado – entre os moralismos pessoais e o fato de estarem em um serviço público, gratuito e de direito de todos. Ou seja, um serviço que tem como premissa o direito ao acesso, acolhimento e cuidado, independentemente de quem seja a pessoa. Tem sido um movimento duro e lento o da equipe em olhar para estes corpos enquanto sujeitos – antes ocultos e escondidos nas margens das margens da sociedade, mas que vêm se fazendo aparecer lentamente e de forma barulhenta.

Sem me eximir, tenho me visto profundamente afetada pela chegada, permanência e circulação destes usuários no CAPS. Não à toa a escolha de finalizar o curso com a produção de um trabalho que pudesse, de forma incipiente, permitir a circulação destes afetos. Talvez nomeando-os e circunscrevendo-os entre os quatro cantos das folhas do papel, da mesma forma que as paredes do CAPS contornam os sofrimentos daqueles que atendemos.

Rosana, Roberta, Luana, Manuela, Iara, Ivana, Yanna, Gabriela, Mariana, Carlos, Luiz, Henrique, Gustavo, Pedro, Victor, Rafael, Alberto, Rodrigo, Thomas.

Estes são os nomes de alguns dos adolescentes que frequentam o CAPS IJ. Jovens que tem em comum não apenas o uso de substâncias K, mas também o território, a circulação, classe social e, em sua maioria, a mesma raça – negra. Suas histórias individuais possuem pontos em tramas diferentes, alguns têm mães, outros têm o Estado, talvez vizinhos, irmãos, outros andam sozinhos. Alguns são trans, bis, outros são usados, as meninas exploradas, os meninos roubam. Às vezes, já avistaram uns aos outros pelo território. Outros nunca se viram, se conheceram ali. Todos diametralmente diferentes de mim, localizada em um extremo oposto de privilégios: uma adulta, com formação em ensino superior, branca, de classe média alta, que mora na região central de SP, com mãe-pai-irmã, com casa. Alguém que vai embora desta realidade quando acaba o expediente.

De alguma forma, nos encontramos no mesmo espaço, trocamos olhares, palavras, ouvimos música, comemos e conversamos – convivemos. No encontro de singularidades, os nossos contextos se colidem, nossas histórias divergem e ainda assim, se tocam. Em alguns casos, elas se entrelaçam, fazem nós, fazem fissuras, fazem marcas. Não tenho ciência por completo das marcas neles, apenas daquelas que puderam nomear ou expressar em gestos e afetos – por mais tortos, cheios de ódio ou de ternura. É um xingo de ‘vagabunda’, um tapão na testa, um pedido de colo, uma mão que não quer ser soltada. “Tia, quero falar com você”.

Não sei exato quais as marcas em mim.

Logo quando chegam ao CAPS, a dinâmica do serviço muda. A circulação pelos espaços torna-se mais dinâmica. Estes jovens não vão à recepção e esperam sentados como os demais, mas avisam de sua chegada e passam a andar pelos espaços. Sobem para convivência, descem para o ateliê. Não estão dormindo nas camas de acolhimento integral[iv], mas vão direto aos quartos. Abrem portas, procuram. Nem mesmo quando encontram o que ou quem querem, param.

Essa dinâmica caótica combina com a dinâmica CAPS, mas ainda assim, a presença destes jovens pode ser desorganizadora. Estar com eles requer agilidade, saber os tempos rápidos e inconstantes, famintos por algo que nem mesmo eles sabem. O compasso jovem, muitas vezes distante da nossa lentidão adulta. Angustiados com a ‘falta do que fazer’, mesmo recusando nossas propostas. Estranhamente rígidos, insistentes em realizar seus desejos, desconsiderando possibilidades do serviço. Estar com eles é acompanhar o caminhar, o tédio sem bordas – sendo nós, os próprios contornos. Requer dar pausas, se afastar para depois retomar. A dinâmica caos-caps se intensifica de forma específica, talvez pelas construções internas que se externalizam na presença das paredes institucionais e dos corpos dos trabalhadores – já marchando junto à lógica vigente capitalista do trabalho, mas que nos organiza internamente, permitindo começo-meio-fim de uma vida que para eles, permanece constante.

Muitas vezes não sei, não acompanho, me perco. Respiro.

É comum o relato de um uso de substância solitário, de uma caminhada sozinha, sem amigos. Um desejo de esquecer tudo, de ‘baixar’ e não voltar mais. De quando acaba a brisa, voltar imediatamente para ela. Fugir dos problemas, tirá-los da cabeça. Ter apenas um problema. Dormir enquanto se fala, sem terminar frases ou pensamentos. ‘Apagar’ enquanto se existe. Ser alheio ao seu redor. Há um anestesiamento, um entorpecimento. Um vazio. Uma quase morte?

De forma injusta por, às vezes, não considerar os desamparos de diversas ordens aos quais estes jovens foram submetidos, solicito que me expliquem, que coloquem em palavras o que buscam. Como psicóloga, a fala, a palavra, a linguagem, a comunicação, me importa. Gosto e me revigoro na conversa, por mais rala e árida. Cometo injustiças pois solicito algo que nem eles mesmos sabem, e se sim, talvez não tenham recursos para se explicarem. Passar da sensação para o pensamento, do pensamento à palavra. Talvez lhes escape algo e, exatamente por isso, vivem nos corpos aquilo que não conseguem simbolizar. Corpos entorpecidos e anestesiados que permitem que continuem a existir, numa meia vida esquisita. Sem fazer uma amarração de sentido.

Será que solicitar que falem é revitimizar esses sujeitos já violentados ou é possibilitar alguma subjetivação onde não havia espaço para surgir? É abrir possibilidade para refletir? Assumir que tem alguém ali que pensa, que existe, que vive? Será justo devolver a eles seus próprios atos como escolha singular e individual, sem antes contextualizar e nomear as violências pelas quais estão submetidos em níveis estruturais?

Se o uso de K2 é solitário, no CAPS há um encontro com o coletivo e compartilhado. É premissa, pré-requisito, proposta, plano e desejo: um encontro, qualquer que o seja. Pode acontecer entre os jovens ou com os profissionais, entre usuários e a própria família. Pode ser com as paredes do serviço, com as camas onde dormem, com os brinquedos e jogos disponíveis, com a cama elástica esgarçada na parte externa, com a comida embalada em plástico na copa, com o jardim onde fumam seus cigarros. O encontro é onde há alguma e qualquer troca: de presença, olhares, palavras, experiências, diferenças, semelhanças.

Em seu texto “Racismo e psicanálise: marcas coloniais na escuta clínica (2021), Cristina Dias toma o conceito de encruzilhada utilizado por Luís Antônio Simas para problematizar o campo da escuta clínica e do fazer analítico, mas proponho estender tal questionamento para as práticas de cuidado em saúde mental, principalmente aquelas onde há choque das realidades e das diferenças brutais entre aquele que cuida e quem é cuidado – ou seja, a minha própria prática.

“Encruzilhada não é labirinto, em que ficamos sem saída; ela é, ao mesmo tempo, ponto de chegada, de encontro e convívio das diferenças e seus saberes, assim como um caminho de possibilidades em que esperamos o inesperado, pautado na dimensão da imprevisibilidade, do inacabado, que se contrapõe ao projeto totalitário de domínio colonial.” (DIAS, 2021, p. 70)

No início do texto relato as angústias de me colocar por inteiro em minha prática profissional e aponto o efeito, inesperadamente apaziguador, da proposta psicanalítica de olhar para o estrangeiro em mim e no outro. Na figura – ou literalidade, no caso do CAPS IJ onde trabalho, localizado no cruzamento contínuo entre duas ruas – da encruzilhada as movimentações, errâncias e aflições ganham intencionalidade e direcionamento, são impregnadas por sentidos. A água, o ar, a realidade podem confluir nos caminhos da rua. Os jovens permanecem em suas andanças desorganizadoras, sem me descabelar por completo.

Para a autora (2021), a encruzilhada se apresenta como lugar de impasse e de disponibilidade; do corpo disponível ao encontro com o outro nas suas potências e contradições. Nela é possível que este corpo seja experimentado como enigmático, possibilitando que estejamos abertos a suas andanças, sua diversidade – à vida e à morte.  Podemos tentar inventar frestas ao longo deste caminho, nos desafiando a identificar um ‘comum’ que permita a escuta do outro, quando falamos de uma posição de privilégio. A autora coloca (2021): podemos escutar as marcas das desigualdades coloniais na medida em que genuinamente nos interessamos pelo campo da alteridade, fazendo da nossa posição de ignorância uma abertura.

“Tia, é que você não entende. Eu sei que você tá se esforçando, mas você não entende”.

É justo o pedido de que falem, mas é necessário que de fato os escute. É necessário estar aberto a não entender, não saber. Não é ouvir com intuito de apreender e capturar, mas de possibilitar uma circulação, uma ventilação. Apesar de contornar, não fechar ou circunscrever. É poder estar diante do meu não saber e continuar não sabendo, mas sem deixar de “inventar a vida nas miudezas do cotidiano” (DIAS, 2021, p. 72).

 

BIBLIOGRAFIA

LEI, Centro de Convivência É de. O que você precisa saber sobre a droga K. Disponível em: <https://edelei.org/o-que-voce-precisa-saber-sobre-a-droga-k/>. 19 de junho de 2023. Acesso em: 07 de novembro de 2023.

DIAS, Cristina. Capítulo 3 – Racismo e psicanálise: marcas coloniais na escuta clínica. In: DAVID, Emiliano; ASSUAR, Gisele. A psicanálise na encruzilhada, desafios e paradoxos perante o racismo no Brasil. São Paulo : Hucitec; Porto Alegre: Grupo de pesquisa Egbé: Projeto Canela preta & Sedes Sapientiae, 2021. pp. 59 a 73.

LAURIDSEN-RIBEIRO, Edith; ARRIGONI, Rafaela; LEAL, Bianca. A chegada ao Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi). In: LAURIDSEN-RIBEIRO, Edith; LYKOUROPOULOS, Cristiana. Org. O Capsi e o desafio da gestão em rede. 1a Edição. São Paulo: Hucitec, 2016. p. 69-89.

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[1] Psicóloga, aluna do 2o ano do curso Clínica Psicanalítica: Conflito e Sintoma em 2023.

[2] Os Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de saúde mental do Sistema Único de Saúde (SUS) substitutivos as internações em hospitais psiquiátricos, que trabalham a partir da lógica comunitária, territorial e aberta, atendendo de forma psicossocial as pessoas em sofrimento psíquico severos e persistentes (LAURIDSEN-RIBEIRO; ARRIGONI; LEAL, 2016). Os CAPS existem nas modalidades: Adulto, Álcool e outras drogas (AD) e Infantojuvenil (IJ)

[3] Ao longo do texto, o uso da palavra usuário se refere ao ‘usuário de um serviço público’, um sujeito que acessa o serviço que é seu por direito, e não ao ‘usuário de substância’.

[4] As camas de acolhimento integral são um dispositivo de cuidado intensivo para usuários que se encontram em momentos de crise ou sofrimento psíquico agudo, necessitando uma aproximação com o CAPS. No serviço em que trabalho, tem sido um recurso utilizado de imediato com os usuários de substância K, pois possibilita um início de vinculação com o usuário e um momento de pausa no uso intenso e abusivo. Quando o usuário permanece no acolhimento integral, ele se encontra 24h dentro do serviço.

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