Entusiasticamente, Ana Lúcia Panachão apresenta a estrutura atual do curso e traz notícias recentes sobre ele.
Era setembro e nossa capa estampava um beija-flor aninhado entre as pás de um ventilador, numa figura alerta aos importantes riscos enfrentados na vida política brasileira. Vieram os dois turnos das eleições nacionais, novembro chegou e a cálida imagem da vegetação salpicada de passarinhos coloridos vem agora remarcar grande alegria: não sei se vocês ficaram sabendo mas… a gente ganhou! Feito nas origens, os pobres – e com eles o Nordeste, os indígenas, os negros, as mulheres… – salvaram nossa democracia: que sua voz seja sustentada, como aqui Fala Sedes!
Do pesadelo à utopia por um triz, nosso Departamento seguiu tomando sua parte na democratização da psicanálise e da sociedade brasileiras, ao abrir entretantos 2023 e registrar primeiras propostas para os próximos cinco anos:
Fazer perguntas improváveis. Reconhecer conflitos e recorrer à palavra livre como único mediador possível. Resistir à hipnose e à sugestão. Preservar a dignidade, a capacidade de sonhar e de fazer recuos metafóricos. Responder à interpelação dos movimentos sociais, abrindo as portas e saindo às ruas para a inclusão e a ampliação do acesso. Decolonizar.
Debatemos Percurso 64 e 65, assim como a raiva e seus destinos: da indignação perante a irresponsabilidade sociopolítica ao estado de urgência recuperado diante da História. De poros, olhos e ouvidos bem abertos acompanhamos online a envolvente conferência de Roussillon; demos lugar às memórias de Cecília Hirchzon e de outros colegas que partiram, linkadas em nosso site; registramos a participação de Yone Rafaeli em diálogo FLAPPSIP. Testemunhamos presencialmente a bonita admissão pública de nossa colega Adriana Elisabeth Dias, as oficinas de Aquilombamento afetivo, a eloquente apresentação de Ana Maria Sigal a O grão de areia no centro da pérola e o nascimento da Associação Roda de Psicanálise a partir da formação sustentada pelo GTEP.
Por fim, nos emocionamos com a re-união de grande número de colegas e amigos no auditório Madre Cristina para co-memorar os 25 anos de Psicopatologia Psicanalítica e Clínica Contemporânea, tão bem anunciados em nossa especial edição 63! Olhar em tela a presença vivaz de Mario Pablo Fuks e simultaneamente escutar, junto dele, suas próprias palavras lidas pelo escritor Julián Fuks foi inesquecível artimanha, de intensidade e temporalidade exatas.
Em noite de chuva, nos encontramos para lançar Vermelho vivo; em dia de sol, relançamos no Sedes nosso futuro comum. Afirmando a vida, amanhã é hoje. Gracias a la vida, que nos ha dado tanto!
Com abraços da
Equipe editorial
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