Uma cidade de sonho é uma cidade que abriga. É talvez uma cidade em que a língua-mãe nos marca de palavralmas. Em que mestres de saberes se reúnem em nosso território, no vizinho Museu das Culturas Indígenas, em saudação. Nossas fratrias, nossas línguas – e suas confusões? Por esses dias justamente aconteceu a 14a Conferência Sándor Ferenczi em SP, tão interessante para tantos de nós. Do campo psicanalítico, também partilhamos aqui a homenagem feita pelo Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro aos 80 anos de vida de Jurandir Freire Costa, por sua contribuição para a medicina social, a psiquiatria e a psicanálise brasileiras.
A UNESCO previu que o movimento de abertura à palavra do outro indígena nos tomará uma década; será esta a unidade de medida a investir na reconstituição da vida que foi desastrada no Sul do país?
Estranhos dias vivemos / Dias de eventos extremos / E de excessos em excesso / Mas se com tudo que vemos / Os olhos viram do avesso / Outros eventos veremos / Outros extremos virão / Prepare seu coração / Que isso é só o começo, canta Lenine.
Aos 17 anos completos por este jornal digital de membros, alunos, ex-alunos e amigos do Departamento de Psicanálise, notícias trazidas pela colega Yone Rafaeli remarcam nossa implicação com esses temas, sobre os quais seguem todos convidados a refletir, a escrever e, com João Nogueira, a se rebelar dessa farsa descomunal, pra que possa voltar tudo ao seu lugar, afinal. O grande amor dos começos, nas prosas infinitas de Rubia Delorenzo e de Ligia Ungaretti.
Desde já, a presente edição também retrata relações entre psicanálise e política pensadas por Renato Mezan em conferência do Dia FLAPPSIP, que foi aberto por Danielle Breyton e apresentado por Silvia Alonso, assim como a consistente elaboração de Ana Helena Seixas, Marcia Cerdeira e Thais Ângelo em torno de envelopes psíquicos constituídos pelos grupos, em grupos.
Assim abrimos espaço para nossa parceria especial desta edição, realizada com a equipe do curso Clínica Psicanalítica: Conflito e Sintoma, em graciosa homenagem a Lucía Barbero Fuks, que se despede da coordenação do curso, empreendida ao longo de 26 anos ao lado de Ana Maria Sigal. Dois expressivos artigos de autoria de Lucía, em torno do sintoma e do destino pulsional da sublimação, frutos de suas aulas coletivas, são aqui seguidos da publicação dos trabalhos apresentados em nossos eventos Entretantos por esse grupo – hoje composto por Ana Claudia Patitucci, Ana Maria Sigal (coordenadora), Camila Munhoz, Christiana Freire, Cristina Barczinski, Daniela Danesi, Gustavo Veiga, Iso Ghertman, Maria Marta Azzolini, Rodrigo Blum, Sílvia Nogueira de Carvalho, Silvio Hotimsky e Tide Setubal.
Notícias do debate da revista Percurso, do projeto Envelhecine e da chegada de novos membros se fazem acompanhar da atualização do acervo da Biblioteca Madre Cristina, publicada na edição 70 e agraciada com novos títulos doados pelo Departamento e por seus membros. Não perca!
Com abraços da
Equipe editorial
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