O Centro de Filosofia do Sedes Sapientiae – CEFIS – aglutina profissionais de diferentes áreas, que compreendem  a reflexão filosófica  como algo que emerge da realidade histórica e cultural. Presente no Sedes desde 1977, mantém uma sensível diferença em relação aos cursos de graduação em filosofia. O CEFIS propicia formação filosófica para profissionais inseridos em instituições, em movimentos sociais, e para o público em geral,  sem o objetivo de abordar toda a história da Filosofia ou de tratar do conjunto da disciplinas filosóficas tradicionais (tarefas específicas das graduações). O Centro não visa a formação de filósofos especialistas, e sim refletir sobre temas relevantes na política, ética e cultura.

Inicialmente, o CEFIS desenvolveu atividades vinculadas às demandas dos cursos de Psicologia. Sobre isso observava Madre Cristina (fundadora do Instituto): “ não há psicologia sem uma base filosófica. Todo psicólogo deve estudar filosofia, não para ser mais erudito ou culto, mas para formar sua própria cabeça, sua consciência.”

Podemos periodizar as atividades do Centro em sete momentos:

  1. 1977/1979 – O início dos trabalhos foi conduzido pelo prof. Benjamim de Souza Netto e, a seguir, pela profa. Irmã Laura Sampaio, com alunos de pós-graduação da PUC-SP: Regina Maria de Souza Arantes, Oswaldo Giacóia e Urias Arantes. Buscava-se visibilidade com o auxílio de conferencistas de reconhecido saber. Nesse momento, houve grande mobilização do Centro, juntamente com outras entidades, pelo retorno do ensino da filosofia no segundo grau, de onde fora banido pela ditadura militar.
  2. 1980/1984 – com o apoio de agências internacionais de financiamento, Icco, Union Notre Dame, Cebemo, o Centro realizou assessorias a grupos na periferia de São Paulo, com participantes de movimentos populares, num rico intercâmbio com o CEPIS – Centro de Educação Popular do Instituto Sedes.
  3. 1985/1989 – Integraram-se ao Centro os professores Marcio Silva,  Iara Guazzelli e Maria Lúcia Cortez Mendonça. Predominaram os cursos de expansão cultural, com um fluxo significativo de agentes de pastorais, clérigos e religiosas.
  4. 1990-1993 – Presença numerosa de trabalhadores da saúde mental (Manicômio Judiciário, Juqueri, secretarias de saúde de São Paulo e Osasco) e de profissionais de educação das redes públicas.
  5. 1994/1996 –   sensível aumento de solicitações e intercâmbios com outros setores do Sedes (Psicodrama, Reich, Clínica, Nraids).
  6. 1997/2009 – trabalhos concentrados nos cursos de expansão cultural, com a presença de Doralina Rodrigues Carvalho, Maria Zeneide Monteiro e Lia Rudge Ramos. Foram mantidas algumas atividades externas, tais como: assessorias em escolas, colaboração em eventos de formação,etc. No âmbito interno: produção de textos, pequenas traduções, pesquisas teóricas. Fim do apoio financeiro das agências internacionais.
  7. 2010/ – Nova formação da equipe: profs. Márcio Silva, Mauro Araujo de Sousa e Doralina Rodrigues Carvalho. Parceria com a Ecoclínica, intensificação das atividades de expansão cultural e retomada das conferências de Filosofia, na forma de cafés filosóficos.

O CEFIS recuperou em 2010 o seu dinamismo inicial.  Encontramo-nos frente a um desafio: manter atividades de caráter crítico-filosófico, fora de uma situação acadêmica, acessíveis a pessoas comprometidas com o projeto ético-político do Sedes, sem respaldo financeiro de agências internacionais. Extraímos dos temas e autores estudados nos últimos anos a perspectiva que nos lança, em devir, para novas experiências e possibilidades: criar.