CNRVV – CENTRO DE REFERÊNCIA ÀS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
NOTÍCIA
Após suicídio de filho, britânica quer
‘violência doméstica’ em escolas…
ler notícia em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/03/150306_violencia_domestica_curriculo_mv
O CNRVV – Centro de Referência às Vítimas da Violência do Instituto Sedes Sapientiae objetiva realizar trabalho de combate à violência doméstica, através de programas e políticas de intervenção.
Originou-se do Núcleo de Referência às Vítimas da Violência, setor da Clínica Psicológica deste Instituto, em 1994. Articulado e sintonizado com os seus princípios na defesa intransigente dos direitos humanos, do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – e da cidadania.
Em 2000, é referendada pela Diretoria e pelo Conselho do Instituto Sedes Sapientiae a sua inserção na instância de Centros do Instituto, como Centro de Referência às Vítimas da Violência, CNRVV.
Em 2002 foi vencedor do Prêmio Criança 2002 da Fundação Abrinq – categoria Violência Doméstica.
Intervém no social e na saúde mental com programas de: tratamento, prevenção, formação de profissionais, pesquisa, parcerias/divulgação e administração – busca alternativas para que a criança e o adolescente possam romper com o pacto do silêncio, com a lógica da crueldade e interromper o caminho que leva, quase sempre, do lugar da vítima ao do agressor.
I – Tratamento
Desenvolve, numa perspectiva transdisciplinar/interinstitucional, intervenções concretas e integradas junto a instâncias jurídicas, sociais, educacionais e de saúde.
Percurso do caso: plantão social telefônico, triagem, encaminhamento psicossocial no CNRVV ou externo.
Tratamento prioriza o grupo familiar. Quando este não é possível, se encaminha para grupos: crianças, adolescentes, pais/responsáveis, casais, agressores, utilizando-se como instrumentos das técnicas psicodramáticas, psicanalíticas e /ou sistêmicas.
O CNRVV é conveniado com a SMADS – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social para execução do Programa Sentinela, das regiões norte e oeste da cidade de São Paulo.
O Programa Sentinela tem por objetivo atender, através de um conjunto articulado de ações, crianças e adolescentes abusados ou explorados sexualmente; Criar condições que possibilitem às crianças e adolescentes vitimados sexualmente e às suas famílias, o resgate dos seus direitos, bem como o acesso aos serviços de assistência social, saúde, educação, justiça e segurança, esporte, lazer e cultura.
II – Prevenção
- Criação de Pólos de Profilaxia – em equipamentos sócio-educacionais como creches e núcleos sócio educativos da cidade de São Paulo – dois por região – visa a prevenção da violência doméstica, a formação de multiplicadores e o desenvolvimento da cidadania.
- Ampliação do número de pólos de prevenção – abrangência e repercussão social nas instituições e populações locais evitam a emergência das situações de risco e promovem melhor proteção às crianças e aos adolescentes; Já foram implantados treze pólos. Foram implantados 20 novos pólos de prevenção no período de 2005/2007, em parceria com oInstituto WCF Brasil (World Childhood Foundation) e a Fundação Abrinq.
Atualmente, está em andamento projeto em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – SMADS para capacitação e implantação novos pólos de prevenção nos Núcleo Sócio Educativos de diversas regiões de São Paulo.
- Expectativa de ampliação para escolas da rede pública e/ou particular, bem como outros equipamentos sociais – dependendo para isso de novos financiamentos estatais ou privados.
III – Formação
- Curso de Aperfeiçoamento em Violência Doméstica, numa visão transdisciplinar; duração de dois anos (sendo o segundo ano opcional) – destinado a profissionais que trabalham ou queiram trabalhar com esta temática. Aulas ministradas pelos profissionais do CNRVV, bem como por professores convidados.
- Capacitação de profissionais – Realiza programas de capacitação em instituições compostas por técnicos, como: assistentes sociais, educadores, psicólogos e/ou conselheiros, tanto na cidade de São Paulo como em outras cidades do País.
- Palestras, workshops, congressos, jornadas – onde a conscientização do imprescindível envolvimento e comprometimento dos profissionais com a causa da Violência Doméstica é constantemente trabalhada, bem como as orientações sobre a necessidade de entendimento do fenômeno e conseqüente organização para a busca do enfrentamento são divulgados a partir de nossa experiência.
IV- Pesquisa:
O CNRVV desenvolve pesquisa junto às diferentes áreas de trabalho com objetivo de aprimorar a metodologia de intervenção. Visa a produção de conhecimento que permita superar radicalmente o senso comum, a abordagem moralizadora e normativa do fenômeno, podendo assim produzir metodologias específicas para esta praxis.
- No tratamento, busca estabelecer um perfil dos personagens envolvidos no drama da violência doméstica e as diferentes formas de intervenções utilizadas.
- Na prevenção, estabelece o perfil da população atendida – pais, crianças/adolescentes, agentes educacionais – tendo em vista a questão da violência doméstica e a eficácia das intervenções realizadas.
- Em andamento, pesquisa em parceria com UNICEF: “Sistemas de notificação e detecção da violência em escolas públicas/Propostas para integração entre projetos políticos, pedagógicos e o sistema de garantia de direitos”.
V – Parcerias e Divulgação
- Ampliação e fortalecimento das parcerias visando uma Rede de Serviços que cubra as diferentes e complexas exigências de atendimento e encaminhamento da criança/adolescente “vitimizado”, de sua família e do agressor.
- Busca de maior agilidade e rigor nos procedimentos necessários à proteção da criança e do adolescente, o que implica uma articulação mais estreita com a rede de serviços; Integra a Rede de Apoio de Pólos Nacionais Lacri, constituindo-se no Pólo 3 da região Sudeste. Participa, enquanto P3 da Campanha pela ABOLIÇÃO DA PUNIÇÃO CORPORAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL.
- Participa da Comissão Estadual de Enfrentamento à Violência e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.
- Participa do Grupo de Estudos da Violência da SOCIEDADE BRASILEIRA PEDIATRIA.
- Integra a Frente Parlamentar de Enfrentamento à Violência e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes do Estado de São Paulo.
- A reivindicação, junto aos órgãos governamentais e da sociedade civil, de equipamentos nas áreas de assistência e educação que se constituam em retaguarda de encaminhamento dos casos mais graves;
- A realização de ações integradas em uma comunidade – por exemplo – a criação de projeto piloto – a fim de gerar políticas públicas.
- A realização de Fóruns de Debate mensais utilizando temas como estratégia para sensibilizar a rede de parceiros.
- A participação do CNRVV em Fóruns, discussões regionalizadas e movimentos sociais de defesa da criança e do adolescente;
- A produção e desenvolvimento de instrumentos de comunicação que permitam a difusão e troca de idéias entre os parceiros: folder, fita K7 para programa em rádios oficiais e comunitárias, etc.
- A divulgação das publicações do CNRVV:
- Livro: “O Fim do Silêncio na Violência Familiar – Teoria e Prática”, (orgs) Dalka Ferrari e Tereza Vecina, Editora Ágora, SP, 2002.
- Publicação Abrinq: “ O fim da Omissão: A implantação de Pólos de Prevenção”, autoria da equipe do CNRVV, 2002.
- A busca constante de financiamento para garantir a autonomia financeira do CNRVV – captação de recursos financeiros que sustente o trabalho em equipe, incluindo necessariamente a área de tratamento e a capacitação contínua dos profissionais do CNRVV;
VI – Administração:
Área responsável pela administração e gerenciamento dos recursos financeiros e materiais (da estrutura necessária para funcionamento).
Conclusão
Para finalizar, o CNRVV realiza seus programas observando sempre um cuidado com a própria equipe de trabalho, fortalecendo os mecanismos internos de coesão e solidariedade, para que os aspectos destrutivos intrínsecos ao fenômeno com o qual lidamos não retire a vitalidade necessária a este trabalho.
PUBLICAÇÕES:
Guia para Atendimento de CRIANÇAS e ADOLESCENTES Vítimas de Violência
RE Construção de VIDAS
A implantação de pólos de prevenção à violência doméstica
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